quinta-feira, 2 de novembro de 2017

OS LEVITAS E O SACERDÓCIO

PARTE 1


No povo de Deus sempre houve e sempre haverá pessoas que, através de um voto, um compromisso, se consagraram e se consagrarão a Deus de alguma maneira particular, tornando-se assim um sinal profético de que todo o povo pertence a Deus.

Deus tem um nazireado para a Sua igreja hoje. Este nazireado é um nazireado espiritual, onde Deus vai levantar pessoas comprometidas com a Sua santidade, dispostas a viver uma vida santa e separada.

Neste primeiro momento, porém, Deus deve levantar algumas pessoas no mundo para viverem um nazireado físico, que funcionará como um ato profético, gerando no mundo físico legalidade para que o Senhor derrame esta unção sobre Sua igreja. A igreja toda de uma maneira geral estará envolvida neste nazireado, vivendo sob os efeitos desta unção.

O nazireu espiritual que o Senhor estará levantando nesta geração deverá viver o mais intimamente possível ligado com Deus, e mais separado possível do mundo e do pecado para exercer um sacerdócio santo, segundo o exemplo deixado por Jesus.

No antigo testamento o Senhor tinha determinado que somente os da casa de Arão, poderiam ser designados para que fossem sacerdotes. O restante dos levitas embora servissem no tabernaculo, não poderiam exercer o sacerdócio. De acordo com a Bíblia, um sacerdote é alguém que se abre, se consagra ao Senhor, de tal modo que se torna um com Ele. O senhor lhe é o conteúdo, e ele é Sua expressão. Sacerdote é alguém que faz a ligação entre os homens e Deus. É aquele que está autorizado a aproximar-se dEle. 

E falou a Corá e a todo o seu grupo, dizendo: Amanhã pela manhã, o SENHOR fará saber quem é dele e quem é o santo que ele fará chegar a si; aquele a quem escolher fará chegar a si. Nm 16:5(RA). 

Podemos perceber ai três aspectos que pertencem ao sacerdócio, segundo os da casa de Arão:
1o- Eleito: ?Aquele que é dEle?
2o- Santos: ?Aquele que é separado para Ele?
3o- Autorizado: ?Aquele a quem Ele escolher?

O primeiro item descreve a posição do sacerdote. Ele é eleito de Deus, isto é, ele nasceu para aquele propósito, ele foi dado por Deus à aquele propósito, para exercer o sacerdócio.

O segundo descreve sua condição. Ele é santo, ou seja, separado do mundo e consagrado à Deus. Todas as coisas ou pessoas consagradas ao Senhor tornam-se santas. Se alguém consagra sua própria vida ao Senhor, ele se torna santo ao Senhor. 

O terceiro, descreve seu ministério e função: Aproximar-se de Deus para ministrar a Ele, e oferecer sacrifícios pelos pecados do povo, e dele próprio. Isto é um sacerdote.

A intenção de Deus era fazer da nação de Israel um reino sacerdotal. Toda a nação de Israel era eleita para isto, todos nasceram para cumprir este propósito: Ser uma nação que intercedesse pelo mundo, uma nação sacerdotal. Em razão do fracasso de Israel, Ele separou a tribo de Levi para servirem no tabernáculo, e da tribo de Levi escolheu os da casa de Arão para exercerem o sacerdócio. Mas a casa de Arão também fracassou, e chegou a ponto de estar completamente caída, à época dos filhos de Eli.



PARTE 2 

Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o SENHOR; pois o costume daqueles sacerdotes com o povo era que, oferecendo alguém sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se cozendo a carne, com um garfo de três dentes na mão; e metia-o na caldeira, ou na panela, ou no tacho, ou na marmita, e tudo quanto o garfo tirava o sacerdote tomava para si; assim se fazia a todo o Israel que ia ali, a Siló. Também, antes de se queimar a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote; porque não aceitará de ti carne cozida, senão crua. Se o ofertante lhe respondia: Queime-se primeiro a gordura, e, depois, tomarás quanto quiseres, então, ele lhe dizia: Não, porém hás de ma dar agora; se não, tomá-la-ei à força.
Era, pois, mui grande o pecado destes moços perante o SENHOR, porquanto eles desprezavam a oferta do SENHOR. I Sm 2:12-17(RA).

A situação era tão grave que os filhos de Eli tinham relações sexuais com as mulheres que serviam no templo.

Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação.
I Sm 2:22 (RA).

O Senhor na Sua onisciência anteviu esta situação e proveu o sacerdócio segundo o nazireado. Conforme podemos ler em Números capitulo 6, qualquer pessoa, homem ou mulher, independente de pertencer à tribo de Levi ou à casa de Arão, poderia fazer ao Senhor um voto de nazireu. Ou seja, um voto de separação, de santificação e assim exercer o sacerdócio. Em situações normais, a casa de Arão era suficiente para suprir o sacerdócio, porém em situações anormais, ou seja quando falhou a casa de Arão, então o sacerdócio segundo o nazireado se fez necessário, a diferença porém, é que no caso do voto de nazireu, a porta se encontrava aberta para todos. A ninguém se excluía. Todos eram eleitos do Senhor, todos eram feitos santos para o Senhor, todos eram autorizados a se aproximar dEle, desde que se consagrassem e se dedicassem a Ele.



PARTE 3


Podemos então entender que o principio do nazireado é o da consagração voluntária. Não era uma questão de ser nomeado, ordenado ou até mesmo eleito, ou escolhido para exercer o sacerdócio, mas tratava-se de uma consagração, uma dedicação voluntária. Os filhos de Levi, especificamente os da casa de Arão estavam muito seguros de sua posição, nada os ameaçava, pois eram os únicos escolhidos, separados pelo Senhor para exercerem o sacerdócio. Por isso a situação ficou tão degradante, pois é próprio do ser humano não valorizar aquilo que é dado, aquilo que recebemos sem esforço, e principalmente aquilo que vem de Deus.
Creio que o nazireado veio de certa forma trazer muitos conflitos e confusão naquela época, como tem trazido na época de hoje, pois o principio do nazireado vinha bater de frente com os religiosos e com suas tradições, e não é novidade que religiosos e tradicionalistas não gostam de mudanças. Principalmente aquelas que ameaçam a posição deles.
Imaginem o escândalo. Alguém que não pertencia à casa de Arão e nem mesmo à tribo de Levi ter acesso ao Santo lugar (reservado apenas aos sacerdotes), e o que era pior para aquela época, podia até mesmo ser uma mulher! Que escândalo!!!
É... realmente o nazireado funciona como um suplemento especial de Deus, para combater a degradação no sacerdócio. No tempo de Eli, o sacerdócio chegou à sua degradação máxima como já lemos em I Sm 2:12-17, e o Senhor não hesitou em lançar mão do Seu suplemento especial, e levantou à Samuel como sacerdote.
Todos conhecemos a história de Ana, mas gostaria de analisar alguns aspectos: 

Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita. Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra, Penina; Penina tinha filhos; Ana, porém, não os tinha.
Este homem subia da sua cidade de ano em ano a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em Siló. Estavam ali os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, como sacerdotes do SENHOR. No dia em que Elcana oferecia o seu sacrifício, dava ele porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas. A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o SENHOR a houvesse deixado estéril (A sua rival a provocava excessivamente para a irritar, porquanto o SENHOR lhe havia cerrado a madre.) E assim o fazia ele de ano em ano; e, todas as vezes que Ana subia à Casa do SENHOR, a outra a irritava; pelo que chorava e não comia.
Então, Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que estás de coração triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos? Após terem comido e bebido em Siló, estando Eli, o sacerdote, assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do SENHOR, levantou-se Ana, e, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente. E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.
I Sm 1:1-11(RA).



PARTE 4


Existem duas correntes teológicas sobre a origem de Samuel. Uma acredita que ele é um eframita, baseado em I Sm 1:1.

Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita.
Outra, que ele é um levita baseado em I Cr 6:33-38.

São estes os que serviam com seus filhos. Dos filhos dos coatitas: Hemã, o cantor, filho de Joel, filho de Samuel,
filho de Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliel, filho de Toá,
filho de Zufe, filho de Elcana, filho de Maate, filho de Amasai,
filho de Elcana, filho de Joel, filho de Azarias, filho de Sofonias,
filho de Taate, filho de Assir, filho de Ebiasafe, filho de Coré,
filho de Isar, filho de Coate, filho de Levi, filho de Israel.
 I Cr 6:33-38 RA.

Realmente nesta passagem deixa claro que Samuel era da tribo de Levi, porém ele não pertencia a linhagem de Arão, logo, podia servir no templo mas nunca poderia ser consagrado ao sacerdócio, pois não pertencia à casa de Arão. O versículo 1 do primeiro livro de Samuel, também deixa claro que Elcana seu pai não era levita, mas um Eframita, isto quer dizer que ele era da tribo de Efraim. Como então Samuel se tornou um sacerdote? Creio que através do principio do nazireado. Veja que no versículo 11 quando Ana faz a consagração do seu único filho (que ela ainda nem tinha engravidado), ela usa a seguinte expressão: 
...E sobre a sua cabeça não passará navalha, quando ela consagrou os cabelos de Samuel ao Senhor, ela estava dizendo: Ele será um nazireu, separado, consagrado para uso exclusivo do Senhor. Se não fosse através do principio do nazireado, Samuel jamais poderia ser um sacerdote. Ele não tinha nascido entre os escolhidos ou designados para o sacerdócio, mas ele foi consagrado espontaneamente ao Senhor. Ai está a grande diferença entre Samuel e os filhos de Eli. Os filhos de Eli nasceram de uma linhagem sacerdotal, isto lhes foi imposto por descendência. Samuel, no entanto foi consagrado voluntariamente por sua mãe, alguém que tinha autoridade espiritual para fazer isto, e oferecido ao Senhor por todos os dias de sua vida. O resultado desta consagração espontânea, no entanto, é que Samuel não foi somente sacerdote, mas foi juiz e profeta também. Isto quer dizer que ele tinha o sacerdócio, a autoridade e a profecia. Além disto, pôs fim a uma era de degradação do sacerdócio, e deu inicio a era do reino com realeza, exercendo um sacerdócio segundo os padrões estabelecidos por Deus. Creio que Samuel funcionou como um protótipo da igreja do século XXI. Todo o cristão hoje pode ser um nazireu, desde que se dedique, se consagre espontânea e voluntariamente ao Senhor, para exercer um sacerdócio santo, segundo os padrões estabelecidos por Deus, tomando posse da autoridade de Deus sobre a sua vida e fluindo no ministério profético.
João Batista também era um nazireu, e embora sendo filho de sacerdote, renunciou aos seus direitos como já vimos anteriormente, para exercer o sacerdócio segundo o principio do nazireado. Quando as coisas estão degradadas e anormais, os sacerdotes por direito (herdeiros naturais) não são suficientes. Creio que todos nós segundo o que está escrito em I pe 2:5, Ap. 1:5-6 e Ap. 5:10 concordamos que o sacerdócio hoje é exercido pela igreja. Você acredita que o sacerdócio exercido hoje pela igreja tem atendido as expectativas de Deus? Sem duvidas eu respondo que não! Temos que assumir, que a igreja tem falhado. Todos os verdadeiros cristãos nasceram como sacerdotes e reis, a palavra fala que somos raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus. (veja I Pe 2:9). Nascemos como sacerdócio-real, mas infelizmente não temos funcionado como tal. Precisamos aplicar às nossas vidas o principio do nazireado, nos separando, nos dedicando e nos consagrando voluntariamente, espontaneamente ao Senhor. O Senhor quer gerar isto no meio do seu povo, quer despertar a igreja para este tipo de compromisso, a consagração e separação espontânea e para isto tem levantado Seus profetas, homens e mulheres obstinados em obedecer na integra. Levando-os a firmarem com Ele pactos, alianças e votos, inclusive votos do tipo nazireado, onde a morte do ego, a dedicação de todo o seu ser, a consagração total ao Senhor e a separação das coisas deste mundo são espontâneas. Isso com certeza tem causado muita confusão na cabeça dos mais tradicionais e daqueles que querem entender as coisas espirituais de forma racional. Sabe como somos freqüentemente chamados pelos nossos próprios irmãos? loucos, é como somos chamados. Pois o visual e o comportamento radical de um nazireu não tem nada a ver com o visual e o comportamento que a religião criou para o cristão do século XXI.

PARTE 5


Agora começamos a entender o valor da adoração do homem a Deus. Por causa de tudo isso, o diabo luta incessantemente pela adoração e o louvor do homem. Ele trabalha de todas as formas, dia e noite incansavelmente com o objetivo de roubar o louvor e a adoração que pertencem a Deus. Quando abrimos nossa boca para cantar, ou ligamos o radio ou a televisão para ouvir uma musica profana por mais inocente que ela pareça, o diabo a recebe, toma posse dela, se apropria desta adoração. Porque nada neste mundo fica sem dono, e se algo não for exclusivamente dirigido à Deus, o diabo tem o direito de se apropriar, lembre-se de uma coisa, quando ele consegue roubar a adoração que deveria ser direcionada ao Rei dos reis, ele se torna vitorioso na vida daquela pessoa. Muitas vezes até por ignorância, cristãos fieis e piedosos, cheios do Espírito Santo tem emprestado seus lábios para o diabo, louvando-o e adorando-o mesmo sem saberem. Lembre-se; para satanás não interessa o que você sente, mas sim o que sai da tua boca. Deus por Sua vez por ter dado ao homem o direito de escolha, apenas olha a situação. Creio eu que, com lagrimas nos olhos e tristeza no coração, além de um sentimento muito grande de decepção. Por isto, quando um homem abre a sua boca para louvar e adorar a Deus, o céu literalmente pára. E o Senhor dos senhores, o Rei dos reis sorri e se alegra, pois o Seu maior prazer é receber o louvor e a adoração do homem. 
Será que o Senhor Deus tem encontrado em nós uma adoração estritamente dirigida a Ele, ou O temos decepcionado?
Quantas vezes você foi o motivo da alegria do Senhor? Quantas vezes foi o motivo do Seu sorriso? Quantas vezes você parou os céus com sua adoração? Quantas vezes tocou o coração do Pai? Se as respostas a estas perguntas te envergonham, não as responda; Apenas tome uma posição!
Se ao ler este livro, o Senhor estiver falando ao seu coração sobre um voto do tipo nazireado, busque dEle exatamente como deve ser feito este voto, pois o Senhor na Sua multiforme sabedoria, requer de cada um de nós, aquilo que exatamente precisa ser cumprido para que o Seu propósito eterno se complete em nossa vida e na vida da igreja. Não se limite em se espelhar nos outros, as experiências dos outros devem servir apenas para nos incentivar, nos edificar. Mas busque do Senhor a sua experiência, descubra o seu chamado, cumpra exatamente o que foi escrito a teu respeito

PARTE 5.A


Em números 6, temos pormenorizadas as leis que regem o nazireado.
Disse o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando alguém, seja homem seja mulher, fizer voto especial, o voto de nazireu, a fim de consagrar-se para o SENHOR, abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem tomará beberagens de uvas, nem comerá uvas frescas nem secas. Todos os dias do seu nazireado não comerá de coisa alguma que se faz da vinha, desde as sementes até às cascas.
Todos os dias do seu voto de nazireado não passará navalha pela cabeça; até que se cumpram os dias para os quais se consagrou ao SENHOR, santo será, deixando crescer livremente a cabeleira.
Todos os dias da sua consagração para o SENHOR, não se aproximará de um cadáver. Por seu pai, ou por sua mãe, ou por seu irmão, ou por sua irmã, por eles se não contaminará, quando morrerem; porquanto o nazireado do seu Deus está sobre a sua cabeça. Por todos os dias do seu nazireado, santo será ao SENHOR. Se alguém vier a morrer junto a ele subitamente, e contaminar a cabeça do seu nazireado, rapará a cabeça no dia da sua purificação; ao sétimo dia, a rapará. Ao oitavo dia, trará duas rolas ou dois pombinhos ao sacerdote, à porta da tenda da congregação; o sacerdote oferecerá um como oferta pelo pecado e o outro, para holocausto; e fará expiação por ele, visto que pecou relativamente ao morto; assim, naquele mesmo dia, consagrará a sua cabeça. Nm 6:1-11(RA). 

Observamos neste texto, quatro aspectos da consagração de um nazireu físico, que entendemos ser simbolismo para o nazireado espiritual:

1o-Não beber vinho, nem comer nada que seja proveniente da uva. 
Versículo 3 - abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem tomará beberagens de uvas, nem comerá uvas frescas nem secas.

2o-Não cortar os cabelos.
Versículo 5 - Todos os dias do seu voto de nazireado não passará navalha pela cabeça; até que se cumpram os dias para os quais se consagrou ao SENHOR, santo será, deixando crescer livremente a cabeleira.

3o-Não se aproximar de cadáver.
Versículo 6 - Todos os dias da sua consagração para o SENHOR, não se aproximará de um cadáver.

4o- Ser separado das coisas do mundo para servir aos propósitos do Senhor.
Versículo 8 - Por todos os dias do seu nazireado, santo será ao SENHOR





PARTE 5.B


Uma vez que possuímos qualquer resíduo de glória pessoal e justiça própria, jamais, em tempo nenhum poderemos exercer o sacerdócio. Não busque sua própria glória, lembre-se do que disse João ?...convém que Ele cresça, e que eu diminua.
Para se exercer o nazireado espiritual, não há necessidade de se ter os cabelos longos e a barba sem raspar, exceto se o Senhor dirigir desta forma. Pois todas estas regras (se assim podemos dizer) que regem o nazireado físico de números 6, são simbolismos no mundo espiritual, pois todo o antigo testamento, ou seja antiga aliança, funciona como um ato profético e seus simbolismos profetizam a nova aliança que vivemos hoje através de Jesus. Mas o candidato ao nazireado espiritual nos dias de hoje, deve sim estar disposto a suportar vergonha e humilhação pelo Senhor. Deve apartar-se de toda a glória pessoal e de toda a justiça própria. Deve deixar que seu ego seja levado a morte.
Hebreus 13:13 nos ordena sairmos do arraial levando o Seu vitupério (insulto, injuria, ato vergonhoso, infame ou criminoso).
Sair do arraial significa deixar nossa área de proteção, sair da zona de segurança do nosso ego, e nos expormos para ir mais para perto de Jesus, mesmo que isto inclua sofrer vergonha, humilhação e desonra, da mesma forma que Ele sofreu.
Não tema os rumores malignos, ele ruge fingindo que é um leão, mas na verdade, diante da grandeza do nosso Deus, ele não passa de um ratinho equipado com microfone! Se não formos suficientemente ousados para suportarmos a vergonha e a humilhação, não podemos exercer o sacerdócio. Um sacerdote é alguém de cabelos compridos, ou seja, alguém que não tem glória pessoal ou justiça própria, e é incrível como isto incomoda tanta gente. Incomoda a tal ponto de nos dedicarem os maiores desprezos. Muitas vezes chegam a nem nos considerar como cristãos.
Existe um preço a ser pago para exercermos o genuíno sacerdócio. Eu sei que muita gente não gosta desta expressão; existe um preço a ser pago, mas é a pura verdade. O preço para exercermos o sacerdócio conquistado por Jesus é o da separação do mundo e a negação da glória pessoal e da justiça própria. Se não estivermos dispostos a isto, não temos direito ao sacerdócio! Pois o sacerdócio via Jesus, é um sacerdócio santo!
O terceiro item da consagração do nazireu, diz que ele não poderá aproximar-se de cadáver, isso porque o nazireu daquela época não poderia se CONTAMINAR com cadáver, isto é, tocar em cadáver. Cadáver é sinônimo de morte, não pode se atestar uma morte sem um cadáver. Veja o que diz Romanos 6:23:

"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor." 

A recompensa pelo pecado que praticamos sem arrependimento é a morte, pois a morte é a conseqüência do nosso pecado. Perceba como estas duas coisas estão intimamente ligadas. Pecado e morte, morte e pecado são inseparáveis, vivem juntas, caminham juntas. Então, podemos entender pecado como sinônimo de morte.
No versículo 7 observamos que o Senhor deixa bem claro que não admitirá de forma alguma que um nazireu se contamine com um cadáver, ainda que seja de um parente muito próximo como mãe, pai, irmãos, esposa ou esposo.

? Por seu pai, ou por sua mãe, ou por seu irmão, ou por sua irmã, por eles se não contaminará, quando morrerem; porquanto o nazireado do seu Deus está sobre a sua cabeça?

PARTE 5.C

Nazireu (do hebraico nazir, "consagrado", "separado"), é o termo que designa uma pessoa que consagra-se a Deus por um tempo determinado. A marca mais comum da separação desta pessoa - que podia ser um homem ou uma mulher - era o uso do cabelo não cortado e a abstinência do consumo de vinho.
Em virtude dessa consagração, o nazireu devia abster-se de tomar certos alimentos e bebidas fermentadas, de cortar o cabelo e tocar em cadáveres. Estas exigências particulares parecem traduzir os seguintes princípios: manter-se mentalmente são (abster-se de vinho e bebida fermentada), em sujeição a Deus (simbolizado pelo não cortar o cabelo) e manter-se puro (não tocar em cadáveres).
O Novo Testamento faz alguns relatos, embora nunca se refira ao termo, sobre homens que teriam feito o voto de nazierato: 
• João Batista (Lc 1.15) – estilo de vida a acético;
• Paulo junto com outros cristãos (At 18.18; 21.23-26) – voto temporário.
Nos dias atuais, Deus está de fato levantando uma geração de “nazireus”. Pessoas que estejam dispostas a serem propriedade exclusiva de Deus. Separados para Ele em santidade. (1 Pe 2.9)
Através de Jesus, Deus separou para si, um povo para manifestar Seu caráter, Sua santidade. Os “nazireus” de hoje são pessoas que vão muito além das palavras e das aparências. São pessoas que vivem e buscam verdadeiramente a santidade e a presença de Deus. 
Os votos dos nazireus aplicados aos dias atuais:
1. Beber vinho: os nazireus de hoje, são pessoas que não se envolvem e não se iludem com a alegria passageira que o mundo oferece; o nosso prazer não está nas coisas deste mundo, não está no amor humano, não está na religião, no sexo ou nas drogas. O que verdadeiramente nos satisfaz é poder estar na presença do Senhor gerando um sorriso nos Seus lábios.

2. Ter contato com cadáveres: a morte fala de separação. E a bíblia nos diz que o salário do pecado é a morte. Os nazireus de hoje são pessoas que não se contaminam com o pecado, não se deixam influenciar por outras pessoas que vivem em pecado, por mais próximas e influentes que estas pareçam ser. Ou seja não nos contaminamos com o pecado nem mesmo que seja por causa dos nossos pais. Temos tristes exemplos de pessoas que abrem mão da sua santidade por alguns momentos para tentar agradar a família. A palavra de Deus nos diz: “importa agradar a Deus e não aos homens”! Os que realmente se separam para Deus têm necessidade de permanecerem em comunhão com o Espírito Santo e de obedecerem ao Senhor. São livres do pecado e se ele acontece, é apenas um acidente, pois não são mais dominados por ele.

3. Cortar o cabelo: os nazireus de hoje tem atitudes externas que mostram que são diferentes, santos. São diferentes no modo de falar, de vestir, de agir, de se relacionar com outras pessoas. São verdadeiros adoradores que adoram a Deus com todo o seu ser: espírito, alma e corpo. Eles exteriorizam o que sentem quando adora ao Senhor no levantar das mãos, nos saltos de alegria, nos brados, nos dons espirituais, etc... Mas que não ficam apenas limitados ao culto dentro da igreja, mas a sua santidade se evidencia no dia-a-dia. Os nazireus são diferentes porque continuam honrando ao Senhor em todas as suas atitudes diárias (no trabalho, na escola, em casa, na rua, em qualquer lugar).

Conclusão
Os nazireus eram exemplos para o povo de Israel. Eles conviviam com o povo de Deus diariamente, mas eram diferentes. O Senhor está despertando a nossa geração para ser um exemplo não apenas para o mundo, mas principalmente para o Seu próprio povo. Somos convocados para ser exemplo para a própria igreja: em santidade e adoração.


parte 5.D

Trazendo tudo isto para o contexto espiritual, entendemos que para o nazireu espiritual dos dias de hoje, o vinho ou qualquer outra bebida proveniente da uva, como está no versículo 3, significa os prazeres deste mundo. Quem estiver disposto a consagrar-se neste nazireado profético, espiritual, dos nossos dias, deverá se separar dos prazeres, dos deleites, das delicias, dos encantos e do fascínio deste mundo. Se quisermos exercer um sacerdócio genuíno, não há outro caminho senão o da separação de todas estas coisas. Por meio da regeneração através do sacrifício de Jesus, todos nós nos tornamos aptos para o sacerdócio. Em apocalipse o Espírito revela que o Senhor ao morrer nos comprou com o Seu próprio sangue. Homens, mulheres, crianças e velhos de toda tribo, língua, povo e nação. E para o nosso Deus, Ele nos constituiu reino e sacerdotes. (veja Ap. 5:9-10)
Apesar de tudo isto que Jesus conquistou para nós, a maioria esmagadora dos cristãos deste século tem se contaminado com o vinho deste mundo. Esta contaminação nos desqualifica a exercermos o sacerdócio. Por isso temos visto muitas pessoas, embora cristãos, filhos do grande Deus e Rei de toda a terra, herdeiros e co-herdeiros de todas as coisas, vivendo em condições precárias tanto material como espiritualmente, pois conhecem a palavra e não a praticam. Querem as bênçãos, mas não querem obedecer! Lembre-se; ?Sem obediência, não há benção?. O Senhor já nos constituiu para Ele mesmo ?Reis e sacerdotes?, porém se não fizermos a nossa parte, que consiste em nos separar para uso exclusivo dEle, embora sendo constituídos, ou seja, embora o Senhor Jesus nos tenha delegado autoridade para exercer o sacerdócio, não estaremos aptos a exercê-lo! Temos que tomar uma posição no sentido de fazer aquilo que nos cabe fazer. A nossa parte neste negocio é nos santificar, nos separar por completo, e o que mais agrada ao Senhor, VOLUNTARIAMENTE, de toda a uva e de todo o vinho que este mundo nos oferece. Creio que não preciso fazer aqui uma lista das coisas que podem nos separar do Senhor, ou escrever um cartilha de como nos santificarmos a Deus, pois cada um de nós sabe muito bem quais os prazeres terrenos e quais as delicias deste mundo, estão nos mantendo longe do sacerdócio-real proposto e conquistado por Jesus.
O segundo item da consagração do nazireu físico é que seu cabelo não deverá ser cortado, e a forma de terminar o voto era rapando a cabeça.
O relato de Lucas no livro de atos não deixa muito claro, mas acredito que Paulo tenha feito um voto do tipo nazireado, pois no livro de atos diz que ele rapou a cabeça em Cencréia porque tinha feito um voto. (veja At 18:18). Segundo a lei do nazireado em números 6 esta é a maneira de terminar o voto. Rapando a cabeça e queimando o cabelo ao Senhor como forma de oferta. 
O cabelo longo de um nazireu, fala do seu compromisso em servir ao Senhor e é sinal da sua aliança com Ele. É o mesmo que gritar no mundo espiritual: A minha vida é do Senhor, o meu destino esta na mão do Senhor, o meu futuro é dEle, eu pertenço a Ele, tudo o que tenho e sou é dedicado a Ele. I Co 11:14 afirma que o cabelo comprido é uma vergonha para o homem. Ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido? I Co 11:14(RA).
Não é uma glória, mas uma vergonha para o homem. Um nazireu é alguém que está disposto a suportar vergonha e humilhação, pelo Senhor. Neste contexto ter o cabelo comprido significa estar apartado da glória pessoal. O ?ego? foi levado à morte; assim já não há vontade própria, justiça própria nem glória pessoal!

CONCLUSÃO

Partindo deste principio, o nazireu espiritual não poderá de forma alguma se envolver, se contaminar, encobrir, compactuar ou até mesmo esconder ou concordar com o pecado, mesmo que quem estiver pecando seja seu pai ou sua mãe, seu irmão ou irmã, sua esposa ou seu esposo, mas deverá procurar ter uma vida longe do pecado, santificada e separada ao Senhor, e não poderá se omitir frente ao pecado. 
Para vivermos o nazireado espiritual não significa que não poderemos ir ao velório de um parente próximo ou de uma outra pessoa qualquer. Como já disse, todas estas regras são simbolismos. Neste caso quando o Senhor fala a respeito dos parentes próximos, creio que o Senhor deseja que quebremos todos os laços de alma. Quando uso a expressão laços de alma, não estou falando do amor puro, natural e sadio que existe entre um pai e um filho ou entre a esposa e o esposo, mas estou falando de um tipo de sentimento, que pode ser facilmente pervertido ou manipulado por satanás para nos afastar do nosso alvo. E o nosso alvo é Cristo. O próprio Senhor deixa isto bem claro no livro de Lucas quando diz que se não deixarmos pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e ainda nossa própria vida, não podemos ser seus discípulos. (veja Lc 14:26)
O Senhor estava dizendo que quem não O ama mais que qualquer outra pessoa, por mais próxima que ela seja, não pode ser Seu seguidor. Paulo confirma isto no livro de Atos quando diz que em nada ele considerava a sua própria vida preciosa, contanto que completasse a sua carreira e o ministério que ele recebeu do Senhor Jesus para testemunhar do evangelho da graça. (veja At 20:24).
Não considerar a nossa vida preciosa para nós mesmos, significa que estamos prontos a perdê-la a qualquer momento por amor do Senhor Jesus. Significa também que o centro da nossa vida não é mais os nossos parentes, amigos, pessoas e coisas que amamos, mais o centro da nossa vida é o Senhor! Podemos facilmente contaminar o nosso sacerdócio com estas coisas, as quais podemos chamar de afeições naturais. As afeições naturais são necessárias ao ser humano, mas se invertermos os valores, elas constituem-se num risco constante em nossa vida. Infelizmente podemos ser facilmente enganados pelas nossas emoções. Temos que pedir discernimento ao Espírito Santo, para perceber até onde nossas ações e reações são o fruto puro e natural das nossas afeições naturais, ou um fruto contaminado, pervertido e manipulado por satanás. Quando temos um sentimento e o dominamos com facilidade, ele é um fruto natural das nossas emoções. Porém quando este sentimento se torna incontrolável, temos o primeiro sinal de manipulação satânica. A nossa mente e as nossas emoções sem dúvidas são as áreas mais atacadas por satanás, pois ele sabe que é ali que reside a nossa vontade, e se ele dominar a nossa vontade ele nos dominará por inteiro. Pois o Senhor deu ao homem livre escolha, para fazer o que quiser de sua própria vida. Porém nos deixa uma advertência e um maravilhoso conselho a seguirmos quando disse: Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a benção e a maldição, escolhe pois a vida, para que vivas tu e a tua descendência. Amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à Sua voz e apegando-te a Ele, pois disto depende a tua longevidade.(veja Dt 30:19-20).
O homem tem total liberdade, observe que o Senhor nunca o força a servi-lo ou a segui-lo. No versículo acima Ele faz uma proposta ao homem! Ele não obriga o homem a nada. Porém, como Pai amoroso que é, Ele dá um conselho: Escolhe, pois, a vida, para que vivas... e ainda nos ensina como escolher a vida: amando o Senhor, dando ouvidos à Sua voz e apegando-te a Ele.... Deus quer que o homem O ame, O sirva e O adore voluntariamente. Isto com certeza é o que mais agrada a Deus, mas também é o que mais afronta o diabo



Em 1 Samuel 13, o rei Saul foi condenado por fazer holocausto e ofertas pacíficas. Saul era benjamita, e os únicos sacerdotes autorizados pela lei eram levitas. Samuel repreendeu o rei duramente por ter assumido uma função que não pertencia a ele (1 Samuel 13:8-14). Mas quem autorizou Samuel a oferecer sacrifícios? Ele mesmo disse que faria o sacrifício em Gilgal (1 Samuel 10:8). A dificuldade se encontra em 1 Samuel 1:1, onde o pai de Samuel é descrito como efraimita. Dá a impressão que Samuel cometeu o mesmo erro pelo qual ele criticou Saul.
Para entender o que Samuel fez, temos que considerar algumas outras passagens. Os levitas foram espalhados entre o povo, morando em várias cidades entre as outras tribos. Com o passar do tempo, se identificavam pelas regiões onde moravam. Segundo este costume, um levita falou que era da região montanhosa de Efraim (Juízes 19:1,18). Da mesma forma, Elcana, o pai de Samuel, foi descrito como efraimita (1 Samuel 1:1). Outras citações mostram que Elcana, Samuel e os filhos deste eram levitas, da família dos coatitas. Leia 1 Crônicas 6:22,27-28,33-34,38. Os coatitas eram encarregados do serviço nas coisas santíssimas (Números 4:4). Samuel fez sacrifícios porque Deus lhe deu esta responsabilidade. Saul não recebeu tal autorização divina e, por isso, foi condenado quando fez o mesmo

Na curta referência genealógica em 1 Samuel 1:1, é dito que Elcana provinha da região montanhosa de Efraim. Entretanto, 1 Crônicas 6:16-23, em que há um registro genealógico bem maior, indica que Elcana era levita. Qual das duas passagens é a correta?

SOLUÇÃO: As duas. O fato de Eli ter levado Samuel para o serviço no templo como um aprendiz, e de ter Samuel posteriormente desempenhado as funções do sacerdócio dá suporte ao registro genealógico de que Samuel e seu pai Elcana eram da tribo de Levi. A afirmação feita em 1 Samuel 1:1 simplesmente destaca que Elcana vivia nas montanhas de Efraim. Todos os levitas eram designados a morar em certas cidades distribuídas pelas diversas tribos de Israel (Nm 35:6). É bem provável que Ramataim-Zofim, a cidade em que Elcana vivia, tenha sido uma dessas cidades designadas para os levitas. Elcana era levita por descendência, e efraimita por localização geográfica


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