quinta-feira, 16 de julho de 2020

Dom de línguas

                                                 O DOM DE LÍNGUAS


                                                       INTRODUÇÃO



O dom de línguas é, seguramente, o mais polêmico dos chamados dons do Espírito Santo.

Pentecostais tendem a exagerar sua importância, colocando-o como evidência necessária do batismo no Espírito Santo. Além disso, é comum que na prática as orientações sobre o seu exercício de forma ordeira sejam negligenciadas. 

Por outro lado, os cessacionistas negam sua atualidade, relegando-o ao tempo apostólico e considerando-o simplesmente como capacidade de falar em outro idioma terreno.

Então, qual a natureza do dom de falar em línguas?

1. ( Marcos 16:17 )

γλώσσαις  λαλήσουσιν  καιναίς
  falarão      línguas         novas

O texto não diz simplesmente "falarão em línguas", mas falarão em NOVAS LÍNGUAS. 

Embora se possa dizer que as línguas são novas em relação a quem fala, isso parece pouco provável. Seria mais lógico que se dissesse que falariam línguas que não aprenderam. Novas línguas parece indicar línguas desconhecidas.

Reforça essa hipótese o texto original. Na expressão "falarão novas línguas" o grego trás γλωσσαις λαλησουσιν καιναις, onde novas é tradução de kainos

O grego usa principalmente duas palavras para novo. 

1. Uma delas é νεος, neos, usada para expressar novo no aspecto de tempo, indicando aquilo que é recente, mas da mesma natureza do antigo.

2. Já kainos também indica aquilo que é novo, não porém em referência ao tempo, mas a algo que é de um tipo diferente. O léxico grego-inglês (Louw and Nida) diz que kainos refere-se a algo "não conhecido previamente, inédito, novo". 

Thayer diz que kainos indica "um tipo novo, sem precedentes, inédito". 

Theological Dictionary of the New Testament, diz que kainos denota "o que é novo na natureza,diferente do habitual, impressionante, melhor do que o velho, superior em valor ou atração".

Percebemos melhor essa disntição entre neos e kainos em algumas passagens do Novo Testamento: 

. Em Mateus 9:17, onde aparece ambos os termos, este tem o sentido de "ainda não utilizado", . Em Atos 17:21 o sentido é de "incomum" 
. Em Mateus 13:52; Ef 2:15; 2Jo 2:5 e Hb 8:13"novo tipo" é o sentido dado.
. Assim como um novo céu e uma nova terra em Ap 21:1 e 2Pe 3:13, a nova Jerusalém em Ap 3:12 e 21:2,a canção nova em Ap 5:9 e a nova criação em Ap 21:15 referem-se a algo de uma outra e melhor natureza

Novas línguas em Mc 16:17 também não são os já existentes idiomas. O fato de que o antigo e
o novo não poderem ser misturados (Mc 2:21-22) acentua o elemento distintivo entre o comum e o novo.

Portanto, as "novas línguas" não são a mesma coisa que idiomas terrenos que os que cressem iriam passar a falar, mas sim línguas novas no sentido que são distintas e mais elevadas em natureza.

2. ( Atos 2:6 )

διάλεκτο λάλοουντων αύτώον
dialeto       falado       mesmo

História abreviada das operações do Espírito Santo, entre os homens, não foram a de pontos sucessivos:

1. Nas páginas do A .T ., o Espírito Santo não era outorgado como dádiva permanente. Aparentemente isso sucedia até mesmo no caso dos profetas,embora seja seguro pensarmos que os homens mais pro fundamente espirituais daquele período possuíam o dom do Espírito por tempos mais dilatados que o comum . (Ver Mal. 2:15 e Sal. 51:11). 

A operação do Espírito Santo, nos tempos do A .T ., era equivalente ao que sucede no período neotestamentário, pelo menos em termos gerais, excetuando o fato de que ele então não habitava permanentemente no crente, conforme sucede aos crentes do N .T ., segundo é expressamente ensinado nas Escrituras.

No A .T . o Espírito Santo é retratado ao lutar com os homens (ver Gên. 6:3), a iluminá-los (ver Jó 32:8), a dar-lhes forças especiais (ver Juízes 14:6,19), a conceder-lhes sabedoria (ver Juízes 3:10.6:34), a outorgar-lhes revelações(ver Nm . 11:25 e II Sam . 23:2), a prestar-lhes instruções sobre Deus (ver Isa. 11:2) e a administrar-lhes a sua graça (ver Zac. 12:10).sabedoria, o entendimento, o conselho, o poder, a bondade e o temor de Deus (ver Isa. 11:2) e a administrar-lhes a sua graça (ver Zac. 12:10)

2. Durante a vida terrena do Senhor Jesus, a atuação do Espírito Santo acompanhava as linhas gerais estabelecidas no A .T ., com a exceção de que houve então a promessa da vinda do Espírito Santo como autoridade de Cristo, como quem haveria de dar continuidade à presença e à obra de Cristo no mundo , com o agente de sua personalidade . (Ver João 14:15-17,25,26; 15:27; 16:5-15). O Senhor Jesus ensinou aos seus discípulos, quando de sua presença entre os homens, que o Espírito Santo lhes seria dado em resposta às suas orações. (Ver Luc. 11:13).

3. Quando do encerramento de seu ministério terreno, Jesus prometeu que ele mesmo rogaria ao Pai, a fim de que o dom do Espírito Santo fosse amplamente outorgado aos seus seguidores. (Ver João 14:16,17).

4. Na noite do dia em que ressuscitou, Cristo deu aos seus discípulos, no cenáculo , um bafejo preliminar do Espírito Santo , com o promessa e garantia do dom mais completo que se seguiria, ao soprar sobre eles, provavelmente no mesmo cenáculo. (Ver João 20:22).

5. No dia de Pentecoste, o Espírito Santo desceu sobre todos quantos estavam reunidos no mesmo cenáculo, num total de cerca de cento e vinte pessoas. Não se há de duvidar que essa dádiva do Espírito envolveu mais do que os doze apóstolos, segundo fica subentendido no trecho de Atos 2:14,como também na profecia de Joel, conforme Simão Pedro mencionou em
seu sermão, como interpretação daquela extraordinária ocorrência, que acabara de suceder. (Ver Atos 2:16-21 e Joel 2:28-32). E essa profecia revela-nos como o Espírito haveria de ser derramado sobre toda a carne, de modo pleno e transbordante. Os cento e vinte irmãos reunidos no cenáculo,pois, foram os primeiros a experimentar isso.

6 . O restante da história diz respeito a como esse dom se expandiu a ponto de abarcar todos os povos:tanto aos judeus (evidentemente através da imposição de mãos, como método principal— ver Atos 8:17 e 9:17) como aos gentios (sem imposição de mãos, mas assim exerceram fé -ver Atos 10:44 e 11:15-18)

7. Todo crente deve possuir o Espírito Santo, pois de outro modo nem crente é. Isso pelas seguintes razões:
a.) Todo crente é nascido do Espírito (ver João 3:3,6 e I João 5:1);
b.)Todo crente é habitado pelo Espírito (ver ICor. 6:19; R om . 8:9-15; I João 2:26 e G ál. 4:6), e é assim que o crente se torna templo de Deus; 
c.) Todo crente possui o que se chama de batismo do Espírito.(Ver I Cor. 12:12,13; I João 2:20,27); 
d.) Esse batismo é o selo de Deus que lhe assegura a obra final e completa da graça divina em sua vida. (Ver Efé. 1:13 e 4:30).

8. Mas nem todo crente é igual aos demais, na questão da experiência da presença habitadora do Espírito Santo ou da vida espiritual que ele nos concede. (Ver Atos 2:4 em comparação com Atos 4:29-31). Esses passos bíblicos mostram-nos que até mesmo os discípulos originais , que
miraculosamente receberam o Espírito Santo , no dia de Pentecoste, depois, receberam -no novamente,de maneira notável. Com base nessa informação, podemos supor que não há limites para o que o Espírito Santo pode e quer fazer na vida do crente, dependendo das circunstâncias e da obediência pessoal daquele a quem o Espírito infunde. Outrossim, nem todos os seguidores de Cristo são iguais na questão dos dons que o Espírito Santo dá, porque isso depende, por semelhante modo, da experiência espiritual que o indivíduo tem com Deus, de sua obediência , de sua receptividade e de sua busca diligente pelas realidades espirituais.

Línguas reais, Atos 2 Sons inarticulados, ou talvez uma mistura de vários idiomas, palavras e frases individuais, juntamente com sons que não podem ser identificados com qualquer idioma, idiomas angelicais.

As línguas no Livro de Atos—

A posição do fenômeno das línguas, no livro de Atos, obviamente é mais elevada do que aquela
atribuída pelo apóstolo Paulo em suas epístolas. O livro de Atos parece ter sido a confirmação do recebimento do Espírito Santo (entre outros sinais), pois em cada caso em que o evangelho era anunciado em algum novo lugar, depois do Pentecoste no cenáculo, e em cada instância
em que um novo grupo de pessoas recebia o evangelho, era também batizado no Espírito Santo, com o acompanhamento da experiência das línguas; pelo que também parece que o autor sagrado tencionava que entendêssemos que essa experiência era a validação visível da genuinidade do batismo do Espírito Santo. 

Deve-se observar,por semelhante modo, e em contraste com as línguas descritas por Paulo, que no livro o fenômeno aparece como o falar em idiomas estrangeiros,que podiam ser compreendidos pelos presentes que normalmente falavam os mesmos. (Ver Atos 2:6,11). 

É óbvio que isso tem por intuito indicar que a confusão das línguas, quando dá construção da
torre de Babel, por causa da revolta dos homens contra Deus,foi aqui REVERTIDA : Por igual modo, a universalidade do cristianismo foi destacada por esse fenômeno,o que é um tema tanto dos evangelhos como também deste livro de Atos. 

O Espírito Santo outorgou poder à igreja cristã a fim de que a mensagem de Cristo fosse levada a todas as nações, a fim de que pudesse ser um a gloriosa realidade, a redenção da humanidade, em grande escala.

"...que falassem ..." O Espírito Santo é que permitia que falassem.

Esse vocábulo, no original grego, é usado exclusivamente por Lucas, somente neste livro de Atos.
Significa "declaração clara e em voz alta , sob um impulso miraculoso". Os escritores gregos posteriores empregavam esse termo para indicar as declarações feitas pelos oráculos e profetas.

Na Septuaginta (tradução das Escrituras hebraicas do A .T . para o grego), tal palavra foi usada para indicar o ato de profetizar. (Ver I Crô. 25:1; Deut. 32:2; Zac. 10:2 e Eze. 13:19).

Variedades Do Falar Em Línguas

1. Meios naturais (puramente humanos).

a.) Transe hipnótico: Tem sido demonstrado' em estudos realizados que,sob a hipnose, o indivíduo pode experimentar um grande aumento na capacidade psíquica como a telepatia , as curas, e, algumas vezes,o conhecimento prévio. As línguas podem ser faladas por efeito telepático, em que uma mente toma emprestado de outras, e a hipnose facilita ta experiência.

b.) O falar simultâneo: Trata-se de um a forma de telepatia. Nos anos de 1966 e 1967, apareceu um homem na televisão norte-americana, que podia duplicar, simultaneamente, qualquer coisa que outra pessoa falasse,mesmo que o fizesse em idioma estrangeiro ou que estivesse lendo um material inteiramente desconhecido. Além disso, a distância não fazia qualquer diferença. No momento exato em que tal material fosse lido, ou que outra pessoa falasse, sem importar em que idioma, aquele homem era capaz de duplicar tudo com perfeição. (Registrado no artigo intitulado em inglês «Simultaneous Speaking», na revista Fate, de julho de 1967).

O autor deste comentário conhece pessoalmente um caso em que certa mulher, quando de visita ao Brasil, embora nunca tivesse estudado o português, era capaz de acompanhar, cantando, hinos que fossem entoado sem português, simultaneamente, embora não fizesse a menor idéia do que estava cantando, e sem entrar em qualquer estado hipnótico. Era pura telepatia , o que, conforme estudos feitos em laboratório , tem sido demonstrado ser uma propriedade com um a todas as raças humanas.

c.) Estados especiais, como estados febris: Em um relato fidedigno , contou-se como uma arrumadeira, que trabalhava em certa universidade, ao sofrer de febre alta, podia falar em grego ou latim . As investigações feitas encobriram que ela costumava trabalhar na sala ou próximo da sala onde um professor de idiomas clássicos tinha por hábito caminhar para lá e para cá, repetindo passagens de autores clássicos. Essa forma de línguas apenas trazia do subconsciente o que lá foi entesourado pelo ouvir. O estado especial da febre, podia ativar aquele estado novamente.

d.) Participação na mente universal: Certos estudos (apoiados por séculos de teoria filosófica) indicam que há um depósito universal de conhecimento.
A mente humana individual, sob certas circunstâncias (sobretudo em estados alterados da consciência), pode tomar algo por empréstimo desse fundo com um , e, ao assim fazê-lo, em alguns casos, pode falar um idioma,antigo ou moderno, que nunca foram pessoalmente estudado. 
Não sabemos dizer se a Mente Universal é pessoal (envolvendo seres inteligentes) ou impessoal, como se assumisse a forma de algum a energia que registra pensamentos, tal como um disco pode registrar sons. As especulações sobre esse fundo com um de inteligência, retrocedem até pelo menos o tempo de Anaxágoras, 500 A .C .

A história demonstra que o fenômeno das línguas com freqüência se tem manifestado inteiramente à parte da fé religiosa, e sem intuitos religiosos de qualquer espécie. Trata-se de um fenômeno estranho,que a psique humana pode produzir por meios puramente naturais . Os estudos feitos em laboratório,demonstram que há capacidades telepáticas no homem , e a
experiência demonstra que as línguas podem não ser outra coisa além de um a espécie de ginástica mental.

e.) Freud afirmava que algumas vezes as línguas não passam de palavreado sem sentido, produzido propositalmente com a finalidade de auto glorificar quem as fala.

2. Línguas demoníacas (desnaturais) 

Alguns casos, bem documentados,mostram que, nas igrejas, algumas vezes as línguas exprimem blasfêmias e obscenidades. Em alguns desses casos, pois, podemos ter línguas «naturais» que operam desde as profundezas da mente humana depravada. Em outros casos,por certo, forças espirituais estranhas se apossam dos homens (até mesmo no seio da igreja cristã), usando-os para proferirem suas blasfêmias.

3. Línguas angelicais 

Se as línguas podem ser línguas de anjos— conforme nos diz I Cor. 13:1— então parece lógica a suposição de que podem ser inspiradas pelos anjos. Isso poderia fazer parte dos ministérios angelicais mencionado em Heb. 1:14. Os anjos poderiam , nesse caso,inspirar e usar os dons
espirituais. Quiçá alguns de nossos homens mais poderosos sejam aqueles que possam manter-se próximos de seus anjos guardiães, recebendo deles o impulso.

4. Línguas sobrenaturais

O Espírito Santo pode inspirar línguas nos crentes, como um sinal para os incrédulos ou com propósitos didáticos, bem como para a edificação daquele que as fala.

A "...multidão...", neste versículo, não indica meramente a comunidade cristã inteira, e sim os homens devotos descritos no versículo anterior. A ocorrência original do fenômeno das línguas teve lugar por ocasião da descida do Espírito Santo, quando os irmãos estavam reunidos no cenáculo.
Mas a excitação que isso causou logo transbordou pelas ruas, pelas praças e lugares públicos, e o ruído causado pelo fenômeno atraiu imediatam ente multidões que acorriam de todos os lados. Algum as pessoas, dentre aqueles que foram atraídos, vieram como interessados sinceros nas coisas de Deus,querendo saber o que tudo aquilo significava. 

Mas, os que por natureza tinham uma atitude mental cética, nada viram de significativo em toda a ocorrência, pensando que tudo não passava da tonteira provocada pela ingestão de vinho.

Algum as traduções dizem aqui «...quando isso foi noticiado ao redor...» o que indica que teria havido uma espécie de rumor sobre o que acontecera.(Assim diz a tradução inglesa KJ).

Mas outras traduções indicam que as multidões foram atraídas pelo «som» produzido pelo que ocorria;e outras traduções, ainda, dão a entender que a atração foi exercida pelo «som» produzido pelo vento impetuoso. Naturalmente o motivo da atração poderia
ter sido o ruído produzido pelas muitas vozes, da multidão que falava em tantos idiomas diversos.
Alguns estudiosos opinam que a fonte de atração foi a voz «divina», como parte da experiência mística objetiva, como parte integrante ou separada do vento impetuoso . De fato , a palavra voz,conforme o termo traduzido aqui por «som» pode ser traduzida literalmente(conforme também fazem as traduções portuguesas A A e A C ,enquanto que a tradução portuguesa IB prefere ruído), é usualmente usada para indicar algum a forma de elocução, e não para indicar qualquer mero «rumor» ou «ruído». (Ver Mat. 3:3; Gál. 4:30, acerca da voz humana; I Tes. 4:16 e Apo. 5:11, acerca da voz dos anjos; e Mat. 3:17 e 17:5,acerca da voz divina.
O trecho de João 3:7 emprega esse vocábulo para indicar a voz ou elocução do Espírito Santo.

"...cada um ouvia..." Havia um a ação prolongada de ouvir (pois o verbo grego está no tempo imperfeito), em que cada qual dava atenção e escutava— e cada um ouvia os apóstolos falarem em seu próprio idioma,embora aqueles que falavam mui provavelmente não entendiam o significado do que diziam .
Este versículo mostra de modo bem definido que Lucas tencionava que os seus leitores
compreendessem que estavam envolvidos idiomas estrangeiros nesse fenômeno das línguas, e não apenas declarações estáticas ou sons inarticulados, o que é outra variedade do fenômeno do falar em línguas.
O elemento do falar em línguas, na experiência do Pentecoste, contribuía para destacar a universalidade da mensagem cristã, em contraste com a expressão local, provinciana, do judaísmo. Além disso, o Espírito Santo validava a mensagem que era dita, mediante esse «sinal» das línguas,conforme Paulo deixa entendido em I Cor. 14:21,22, o que, realmente, é citação de Isa . 28:11,12 e Deut. 28:49.

Qualquer indivíduo ficaria naturalmente impressionado ao ouvir algo dito em sua língua nativa, sem erros de gramática, sem sotaque, de modo eloquente, especialmente ao observar que quem falava não era de sua nacionalidade. Uma vez assim impressionado, passaria a dar maior atenção à mensagem que se dizia; e esses elementos, juntamente considerados, torná-lo-iam favoravelmente inclinado tanto para com a mensagem com o para com o mensageiro.

A palavra traduzida aqui por «...língua...» pode significar idioma ou dialeto, e é fora de dúvida que houve ambas as coisas, posto que tanto os frígios como os panfílios, por exemplo, falavam o grego, ainda que em dialetos diferentes; e os partos, medos e elamitas falavam todos a língua persa, ainda que com variações provinciais.

( I Coríntios 12:4,10 )

χαρισμάτων  γλωσσών  ερμηνεία
Dom                línguas      variadas

CHARISMATA: Os «dons espirituais». 

O vocábulo grego «charismata» («graças espirituais»),com exceção do trecho de I Ped. 4:10, é um termo usado exclusivamente pelo apóstolo Paulo, em todo o N.T. .
A forma singular dessa palavra, ou seja, charisma, é usada por esse apóstolo para referir-se à redenção ou salvação como dom gracioso de Deus (ver Rom. 5:15 e 6:23); mas também como um dom que capacita o crente a realizar sua adoração na igreja local (ver I Cor. 7:7); ou ainda como um dom especial que capacita o crente a cumprir certos ministérios particulares na igreja (ver I Cor. 12:28 e ss., que é o tema do esboço do estudo que se segue).

Quanto a passagens escritas por Paulo, que falam sobre os «dons espirituais», ver Rom. 12:6-8 e I Cor. 12:4-11,28-30. O décimo terceiro capítulo da primeira epístola aos Coríntios,que apresenta o amor cristão como o grande motivador de toda a ação cristã, inclui o uso dos dons espirituais. Já o décimo quarto capítulo enfatiza a profecia como o maior dos dons,regulamenta o emprego aos dons espirituais nos cultos de adoração.

O dom de línguas. (Ver I Cor. 12:10,28).

No livro de Atos, as línguas do dia de Pentecoste foram idiomas estrangeiros, compreendidos por aqueles que ouviam aos cristãos primitivos. (Ver Atos 2:8). Paulo indica que pode haver línguas celestiais, dos anjos (ver I Cor. 13:1); mas também parece ter havido certa espécie de êxtase, em que é proferido algo que não representa qualquer idioma, mas que pode ser constituído apenas de «sons» (ver I Cor. 14:10-12).
No livro de Atos, as línguas têm por propósito transmitir a mensagem cristã aos incrédulos; nesta primeira epístola aos Coríntios, visam a edificação do que fala e da igreja (ver I Cor. 14:14-17), bem como o louvor a Deus. 

Em alguns casos, pelo menos, aquele que falava em línguas perdia o controle de
suas faculdades intelectuais. (Ver I Cor. 14:14,15), ou, pelo menos, não tinha compreensão consciente do que dizia. 

Sabemos que esse fenômeno é anterior ao próprio cristianismo, e que nunca esteve confinado
exclusivamente à igreja cristã, nem no princípio e nem em tempo algum; por igual modo, nem sempre esteve limitado a algo de caráter religioso ou espiritual. As línguas, como é possível, seriam puramente meios telepáticos.

Paulo se refere àqueles que falam em línguas, sem intérprete, o que,evidentemente, era uma prática comum na igreja de Corinto (ver os versículos vinte e sete e vinte e oito deste capítulo);porque falar em línguas,como interpretação, equivale à profecia.

Nesse caso, aquele que fala em línguas não é inferior àquele que profetiza (ver o quinto versículo deste capítulo).

«...ninguém o entende...» Assim sendo, no que diz respeito à edificação,quem fala em línguas é nulo,fazendo-o sem propósito, se pensarmos na edificação alheia. Quem fala em línguas edifica somente a si mesmo. Mas isso quem fala em línguas pode fazê-lo privadamente, não desperdiçando o tempo do culto de adoração; e essa norma Paulo recomenda no vigésimo oitavo versículo deste capítulo.

Este versículo não prova que não são usados «idiomas estrangeiros» quando alguém faia em línguas,idiomas antigos ou modernos, de homens ou de anjos; e isso porque o falar em línguas ocorre no nível da alma e se eleva para Deus, em uma espécie de comunicação espiritual com o ser divino. 

O fato que as línguas podem ser «interpretadas» (ver os versículos quinto e vigésimo sétimo), mostra-nos que elas devem ser, em sua maior parte, idiomas «coerentes» de alguma espécie. É algo inteiramente fora do alvo pensar em interpretação de «sons incoerentes», como se tudo se resumisse numa descarga de emoção. Tal descarga certamente não teria qualquer interpretação lógica.

«...fala mistérios...»

Aquele que fala em línguas diz «...mistérios...», mas isso não apenas no sentido que é deixado sem interpretação. O que Paulo queria dizer é que aquele que fala em línguas diz revelações profundas,emite profundas verdades espirituais, interpretações de verdades espirituais conhecidas, mas de alguma natureza incomum.

Nas Escrituras, um «mistério» é ordinariamente uma verdade divina qualquer, antes oculta, mas agora revelada. Os mistérios paulinos em nada se assemelhavam aos mistérios dos cultos gregos, que só eram desvendados para alguns poucos iniciados nessas religiões misteriosas. Antes, para Paulo eram «segredos abertos», verdades divinas acerca de questões importantes, para que todos pudessem compreendê-las.

Nem mesmo o dom de línguas, desacompanhado de interpretação, deixa de ter seu devido propósito.
As línguas podem servir de meio de edificação própria, no nível da alma, ainda que a mente não entenda o que é dito. As línguas são um meio de entrarmos em contacto com o divino, ainda que o conhecimento não se beneficie. As experiências místicas, até mesmo aquelas da mais elevada ordem, geralmente são inefáveis, isto é, sua natureza e seus resultados não podem ser bem expressos verbalmente. Não obstante, tais experiências produzem um efeito «purificador», um efeito elevador, um efeito até mesmo transformador.

Observação : Isso não coloco publicamente por não ter base bíblica,apenas experiencias,pois nas minhas andanças,entrevistas e experiências pessoais divido o dom de línguas em 9 pilares:

1. Edificação pessoal ( sem interpretação)
2. Profética ( com interpretação )
3. Adoração
4. Cura interior 
5. Libertação
6. Palavra de sabedoria
7. Palavra de conhecimento
8. Profecia
9. Revelação 

Desse pilar eu tenho a 1,2,3 e a 5. Quando Deus quer me usar falo de acordo com o pilar necessário ou 4 "línguas diferentes.

Como não tenho uma base bíblica para esses pilares apenas compartilho com pessoas em quem confio

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