IGREJA CONFORMADA
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam
pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E
vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de
mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa,
comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na
graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se
haviam de salvar.”
(Atos 2:42-47)
Nós, os cristãos, estamos unidos não só por nosso compromisso com
Jesus Cristo, como também por nosso compromisso com a igreja de Jesus
Cristo.
Precisamos ter a mesma perspectiva da igreja que Jesus tinha, e "redescobrir" a visão de uma igreja viva, renovada pelo Espírito Santo, tal como
foi nos seus primeiros tempos.
O propósito de Deus não é salvar indivíduos e
perpetuar seu isolamento. Deus se propôs edificar a igreja, uma comunidade
nova e redimida. Planejou-a na eternidade passada, está levando-a a cabo no
processo histórico do presente, e será aperfeiçoada na eternidade que virá.
A igreja está no centro do plano de salvação. Cristo morreu não só para
nos redimir de toda iniquidade, mas também para reunir e purificar para si
mesmo um povo entusiasmado pelas boas obras. Assim diz a Palavra:
“O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar
para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.” (Tito 2:14)
Na eternidade, Deus nos reunirá aos redimidos por Cristo como um só
povo, do qual o apóstolo João teve uma antecipação extraordinária:
“Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar,
de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e
perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; e
clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no
trono, e ao Cordeiro.” (Apocalipse 7:9-10)
Neste livro tomaremos como base para nossa reflexão sobre a igreja os
capítulos da primeira carta de Paulo aos Coríntios. Antes, a título de
introdução, daremos uma olhada na igreja primitiva, como a descreve Lucas
no livro de Atos.
UMA IGREJA VIVA
É natural que para responder esta pergunta voltemos ao relato de
Pentecostes no livro de Atos.
É bom que sejamos realistas na leitura.
Costumamos ver a igreja primitiva com uma atitude idealista, romântica.
Maravilhamo-nos com seu ímpeto evangelístico, seu impacto transformador
no mundo. Falamos dela com admiração, como se não tivesse defeito;
esquecemo-nos das heresias, das hipocrisias, das rivalidades e imoralidades
que perturbavam a igreja primitiva tanto quanto a perturba hoje.
Contudo,
existe algo evidente: essa igreja primitiva em Jerusalém foi profundamente
renovada pelo Espírito Santo.
Qual era a evidência da presença e do poder do
Espírito Santo?
Se pudermos responder esta pergunta, poderemos também
responder outra: Qual é a evidência da presença do Espírito Santo na igreja de
hoje?
Lucas descreve 4 marcas de uma igreja cheia do Espírito.
Esses
são traços que deveriam caracterizar toda igreja aberta para a presença e o
poder do Espírito Santo.
1.Ensinamento apostólico
Esta primeira característica é surpreendente e não muitas congregações
a teriam em conta hoje.
A igreja viva é uma igreja que está aprendendo, uma
comunidade que estuda.
A primeira coisa que Lucas disse sobre esta igreja renovada pelo
Espírito é que ela perseverava na doutrina dos apóstolos: “E perseveravam na
doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42).
Poderíamos dizer que, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo abriu
uma escada para a igreja. Os mestres da escola eram os apóstolos, a quem
Jesus tinha escolhido e treinado: e haviam três mil estudantes… na realidade,
meninos do jardim de infância. Estes recém-nascidos para a fé, convertidos e
cheios do Espírito Santo, não estavam dedicados a desfrutar de uma
experiência mística que os fizera se esquecer ou de arrazoar sobre o que criam.
Pelo comentário, perseveravam na doutrina dos apóstolos e queriam aprender
tudo o que fosse possível. Tinham fome da verdade e queriam sentar-se aos
pés dos apóstolos e absorver seus ensinamentos.
A plenitude do Espírito Santo é incompatível com o
anti intelectualismo. O Espírito de Deus é Espírito de verdade. Esse foi um
dos títulos que Jesus mesmo deu ao Espírito. Se quisermos estar cheios do
Espírito, sua verdade será importante para nós.
Aqueles crentes primitivos não pensaram que bastava para eles a
presença do Espírito Santo em seu interior para conhecer a verdade. Não
deram por certo que, por haver recebido a plenitude do Espírito Santo, este
era o mestre que precisavam, e que poderiam prescindir dos mestres
humanos.
Não foi assim na igreja primitiva.
Os novos crentes sabiam que
Jesus havia nomeado os apóstolos para que fossem mestres da igreja, e
procuravam aprender todo o possível e perseveravam na sua doutrina.
Como se aplica isto à igreja de hoje?
O que significa para nós
perseverar na doutrina dos apóstolos, ser fiel em conservar seus
ensinamentos?
Entendemos que já não há apóstolos na igreja. Pode haver
ministérios apostólicos, como os que realizam missões, os plantadores de
igreja, os líderes. Estas pessoas exercem ministério ou função apostólica, mas não
podemos chamá-las de apóstolos no sentido da igreja primitiva.
Ninguém na igreja atual tem uma
autoridade comparada a Pedro ou qualquer dos apóstolos de Jesus
Cristo. Eles tinham uma autoridade única para ensinar em nome de Jesus e
ninguém tem essa autoridade hoje. Então, se não há apóstolos na igreja
contemporânea, como podemos nos submeter aos ensinamentos dos
apóstolos?
Seus ensinamentos chegaram até nós pela Bíblia.
O Novo
Testamento é precisamente isso: os ensinamentos dos apóstolos. Esta é a
única classe de sucessão apostólica em que cremos, a continuidade da doutrina
apostólica por meio do Novo Testamento.
Uma igreja cheia do Espírito é uma igreja bíblica, uma igreja neotestamentária,
uma igreja apostólica. Nela se ensina as Escrituras. Os pais
ensinam a Bíblia aos filhos. Os membros da igreja lêem e refletem sobre as
Escrituras todos os dias.
O Espírito de Deus dirige o seu povo a submeter-se
à Palavra de Deus, e quando o faz, essa igreja se renova com a presença do
Espírito Santo.
Comunhão e ajuda mútua
2. Amor e o cuidado mútuo entre os crentes.
Se a primeira marca é o estudo,
a segunda é a comunhão.
A palavra comunhão que utilizam algumas versões é a tradução de
koinonia.
Este termo descreve aquilo que temos em comum, o que
compartilhamos como crentes em Cristo.
Isto se refere a duas verdades
complementares:
Em primeiro lugar, compartilhamos a graça de Deus.
O apóstolo João
começa sua primeira carta com estas palavras:
“Nossa comunhão é com o Pai e com o Filho, Jesus Cristo...”
Paulo fala da comunhão que temos com o Espírito
Santo. A comunhão autêntica é uma comunidade trinitária. Nós os crentes
participamos em comum no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
Em segundo lugar aspecto da koinonia é o que temos e damos.
Este é o aspecto a que Lucas dá ênfase.
Em suas cartas, Paulo usa esta
mesma palavra, koinonia, para referir-se a uma oferta que estavam dando às
igrejas. O adjetivo koinônico significa “generoso” e, nesta passagem, Lucas
descreve a generosidade dos cristãos primitivos:
“E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas
propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.”
(Atos 2:44-45)
Esta passagem nos perturba. Preferimos saltá-la para evitar o desafio
que ela encerra. Devemos imitar literalmente estes crentes? Quis Jesus que
todos seus seguidores vendessem suas possessões e repartissem o que
obtivessem delas?
Sem dúvida, o Senhor chamou a alguns de seus discípulos a
uma pobreza voluntária total.
Esse é o chamamento que fez ao jovem rico,
por exemplo. A ele, Jesus disse expressamente que vendesse tudo e o desse
aos pobres.
Este foi também o chamado de Francisco de Assis, na idade
média, e provavelmente é o chamado de Madre Tereza, em Calcutá.
Eles nos
recordam que a vida não consiste na abundância dos bens que possuímos.
Mas não todos os discípulos de Cristo são chamados a isso.
A proibição da
propriedade privada é uma doutrina marxista, não cristã. Mesmo na igreja em
Jerusalém, a decisão de vender as propriedades e dar tudo foi uma questão
voluntária. Quando passamos para o versículo 46, lemos que os crentes se
reuniam “em suas casas”. Quer dizer, continuavam tendo casa e propriedades
pessoais. Pelo visto, não haviam vendido todas as casas, seus móveis e suas
propriedades! Contudo alguns tinham casas, e os crentes se reuniam nelas.
Não obstante, não devemos evadir do desafio destes versículos. Alguns
suspiram com alívio porque não sugeri que devemos vender tudo e repartir.
Mas, mesmo que não seja o nosso chamado particular, todos fomos chamados
a nos amarmos mutuamente como faziam aqueles cristãos.
O primeiro fruto do Espírito Santo é o amor. Em particular, a igreja
primitiva cuidava dos pobres, e compartilhava com eles parte de suas
possessões. Esta atitude deve caracterizar a igreja em todos os tempos.
A
comunhão, a disposição de compartilhar, generosa e voluntariamente, é um
princípio permanente.
A igreja deveria ser a primeira entidade no mundo na
qual se abolisse a pobreza. Conhecemos as estatísticas. O número de gente
que vive na miséria, sem cobrir as necessidades básicas para sobreviver, é
aproximadamente de um bilhão. A média dos que morrem de fome cada dia é de dez mil pessoas.
Como podemos viver com estas estatísticas? Nós cristãos
que vivemos em países mais ricos devemos ajustar nosso estilo de vida e viver
com mais simplicidade. Não porque cremos que isto vai solucionar os
problemas macroeconômicos do mundo, senão por solidariedade com os
pobres.
Uma igreja cheia do Espírito é uma igreja generosa.
A generosidade tem
sido sempre uma característica do povo cristão porque nosso Deus é um
Deus generoso. Por isso, outra palavra que expressa a atitude de generosidade
é a palavra “graça”. Se Ele dá tudo de graça, se nosso Pai é generoso, Seus
filhos também devem ser generosos.
Adoração prazerosa e reverência
Os primeiros cristãos não eram só fiéis em conservar os ensinamentos
dos apóstolos na comunhão uns com os outros. Também se reuniam uns com
os outros. Também se reuniam e participavam juntos “no partir do pão, e nas
orações” (Atos 2:42).
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa,
comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (Atos 2:46)
O partir o pão se refere, sem dúvida, a Ceia do Senhor. Provavelmente,
além dos símbolos do corpo e do sangue de Cristo na igreja primitiva havia
também uma ceia compartilhada, um ágape.
As orações que se mencionam
aqui não são as orações privadas, mas sim as reuniões de oração.
Existem dois aspectos da vida de adoração da igreja primitiva que são
desejáveis em uma igreja renovada:
1.)Aqueles cristãos mostravam equilíbrio nos
dois sentidos.
Por um lado a adoração era formal e informal. Isso deduzimos do
versículo 46, onde nos é dito que adoravam nas casas e no templo. É
interessante que os primeiros cristãos continuaram adorando no templo.
Não
abandonaram de imediato a igreja institucional; queriam reformá-la de acordo
com o evangelho. Seguramente não participavam dos sacrifícios do templo,
porque entendiam que os sacrifícios já haviam sido cumpridos definitivamente
com a morte e ressurreição de Cristo. No entanto, continuaram participando
das reuniões de oração no templo.
Estas reuniões tinham certa formalidade,
mas os cristãos as suplementavam com reuniões mais informais e espontâneas
nos lares.
Creio que aqui há uma lição importante para a igreja contemporânea.
Algumas igrejas são demasiado conservadoras. Resistem a mudanças, parecem feitas de cimento; seu lema parece ser a expressão litúrgica, ‘para sempre,
pelos séculos dos séculos, amém...’
Nesse tipo de congregação os adultos precisam escutar os jovens, e
estes deveriam estar representados na direção da igreja. Não é necessário que
estejamos sempre de acordo com eles, porém devemos escutá-los com
respeito.
Os jovens, por sua vez, entenderam que a maneira com que Deus
transforma a igreja institucional é mais pela reforma paciente do que pela
revolução violenta.
Não precisamos nos opor ao formal através do informal; cada um é
apropriado no seu momento.
Precisamos dos serviços dignos e solenes no
templo, mas também precisamos nos encontrar nos lares, onde podemos ser
mais informais e espontâneos.
A adoração se enriquece tanto com a dignidade
como com a espontaneidade.
2.)Um segundo aspecto do equilíbrio que guardava a adoração na igreja
primitiva era sua atitude de gozo e ao mesmo tempo reverente.
A palavra que
traduz “alegria” no versículo 46 descreve gozo exuberante. Deus havia
enviado seu Filho ao mundo, agora havia derramado Seu Espírito em seus
corações... Como não iram estar alegres!
O fruto do Espírito Santo é amor, e
também é alegria.
Podemos imaginar naqueles crentes um gozo muito menos inibido do
que as tradições costumam nos permitir.
Algumas reuniões de adoração
parecem mais funerais. Todos estão vestidos de preto, ninguém sorri,
ninguém diz nada, tocam-se hinos com muita lentidão e toda atmosfera é
lúgubre. Por quê? Alegremo-nos no Senhor!
Cada reunião deve ser uma
celebração alegre.
Contudo, a adoração da igreja primitiva também se caracterizava pela
reverência. Seus cultos não eram irreverentes. Se em algumas reuniões o
ambiente é funerário, em outros é demasiado leviano. Não refletem a presença
solene e soberana de Deus. Os primeiros cristãos não conheciam esse erro.
Quando o Espírito Santo renova a igreja, a enche de alegria e também de
reverência ante Deus.
Evangelização contínua
Finalmente, uma igreja viva é uma igreja evangelizadora. Até aqui,
temos considerado no estudo a comunhão e a adoração. Lucas nos diz que a
igreja era fiel e perseverava nas coisas.
Esses eram os feitos característicos da
igreja, cheia do Espírito Santo desde o dia de Pentecostes: aprendiam dos
apóstolos, ajudavam uns aos outros, adoravam a Deus.
Se a passagem terminasse aqui, esta seria uma igreja incompleta. Não há referência sobre o
mundo, suas necessidades, sua alienação de Deus. Sempre é um risco tomar
um versículo isolado.
Atos 2:42 é um versículo favorito e clássico e se tem
feito muitas mensagens e discursos sobre esta passagem. No entanto, se
somente se faz referência ao versículo 42, todas essas mensagem ficam
desequilibradas. Não há ali uma descrição completa e harmônica da igreja.
Não poderíamos pensar em uma igreja como uma comunidade ocupada
unicamente de si mesma, como se tivesse abandonado o mundo necessitado
que está do lado de fora. Somente quando chegamos ao final da passagem, se
completa a perspectiva:
“E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.
(Atos 2:47)
Nesta breve referência podemos aprender alguns pontos sobre a
evangelização. O primeiro é que o Senhor mesmo acrescentava os que haviam
de ser salvos. O Senhor Jesus inclui cada dia novos crentes à igreja.
Certamente, Jesus Cristo delega aos ministros e líderes da igreja a tarefa de
admitir os novos membros da igreja mediante o batismo. Porém somente Ele
pode admiti-los na igreja invisível, quando se arrependem e confiam em Jesus
como Salvador e Senhor. O ensinamento, o testemunho diário dos membros
da igreja e sua vida de amor aos demais, são os meios que Deus usa para fazer
chegar Sua mensagem ao mundo. Porém quem salva e incorpora novos
membros a Sua igreja é Jesus Cristo.
Vivemos em uma época que confia muito no ativismo e na tecnologia.
Sem dúvida, há de se fazer uso de toda tecnologia que o Senhor tem nos
dado. Porém temos que nos humilhar diante de Deus e reconhecer que
somente Cristo pode abrir os olhos dos cegos, destapar os ouvidos dos surdos
e dar vida às almas mortas. A igreja hoje necessita ser mais humilde.
Um segundo ponto sobre a evangelização é que Jesus fazia duas coisas,
e estas devem sempre estar juntas. Acrescentava cada dia à igreja os que iam
ser salvos, quer dizer, não os acrescentava sem serem salvos nem os salvava
sem os acrescentar a igreja. Salvação e vinculação à igreja são dois atos que
vão juntos.
Em terceiro lugar, Jesus fazia isto cada dia. O Senhor fazia crescer dia a
dia a comunidade. A evangelização não é um assunto ocasional, deve ser algo
contínuo. Quando a igreja está cheia do Espírito Santo, se abre ao mundo
necessitado de Deus e então as pessoas podem ser acrescentadas cada dia à
igreja. Existem congregações que não têm tido um novo convertido nos
últimos dez anos; e se chegassem a ter um, não saberiam o que fazer com ele,tão extraordinário é o fenômeno! Cultivemos a expectativa de que o Senhor
acrescente diariamente novos membros à igreja.
Relações renovadas
Os quatro sinais da igreja que vemos na igreja primitiva têm todos a ver
com nossas relações.
O primeiro que se menciona é a relação com os apóstolos. Os cristãos
se dedicavam a receber e conservar os ensinamentos dos apóstolos. Também
estavam relacionados entre si: perseveravam na comunhão, se amavam uns
aos outros, se cuidavam mutuamente. Certamente, se relacionavam com Deus.
O adoravam no templo e nas casas, formal e informalmente, com alegria e
com reverência. Finalmente, os primeiros cristãos estavam relacionados com o
mundo fora da igreja, e por isso a cada dia chegavam mais pessoas que
recebiam o evangelho de Jesus Cristo.
Faz um tempo, escutei um grupo de jovens que havia visitado todas as
igrejas da cidade, mas não tinha encontrado nenhuma que realmente lhes
satisfizesse. Deixaram de buscar e se denominaram a si mesmos de “cristãos
desligados”. Quando perguntei o que tinham estado procurando, o que
entendiam que deveria ser a igreja, mencionaram quatro pontos. Aqueles
jovens não tinham idéia de que estas qualidades estavam escritas no livro de
Atos; disseram que estavam buscando uma igreja que tivesse pregação bíblica,
onde a Palavra fosse exposta e que tivesse aplicação prática. Em segundo
lugar, buscavam uma igreja que tivesse comunhão real, onde os membros se
cuidassem mutuamente e se apoiassem. Em terceiro lugar, buscavam uma
igreja que adorasse, na qual fosse uma realidade a presença de Deus. Em
quarto lugar, estavam buscando uma igreja que tivesse um ministério para o
mundo.
O que aqueles jovens buscavam, como tantos outros, era nada menos
que uma igreja viva, verdadeiramente renovada, uma igreja que mostrasse
exatamente as quatro características que vimos estar presentes na igreja
primitiva.
O Espírito Santo veio em Pentecostes e Ele não deixou a igreja. Nossa
responsabilidade não é esperar que o Espírito Santo volte, mas antes,
reconhecer Sua soberania na igreja. Devemos nos humilhar ante Ele, buscar
sua plenitude, sua direção e Seu poder. Quando isso ocorrer, nossa igreja se
aproximará a esse maravilhoso ideal que nos apresenta o livro de Atos: o
ensinamento apostólico, a comunhão uns com os outros, a adoração viva, e a evangelização contínua. Oremos por nossas igrejas, para que se renovem e
cumpram o propósito para o qual Cristo fundou a Sua igreja!
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