A MÚSICA E A COREOGRAFIA
O SALMO 150 É UMA PROVA CABAL DE QUE NA LITURGIA DO CULTO A DANÇA É COMPLETAMENTE LEGAL E MESMO QUE ALGUNS,TRADUZAM O TEXTO COMO "CÉU" A BASE SE TORNA AINDA MAIS FORTE,POIS SE NO CÉU SE ADMITE A DANÇA,PORQUE NÃO ADMITI-LA NO TEMPLO?
PRECISAMOS LEVAR A ANÁLISE DO TEXTO AOS QUE NÃO TEM ACESSO Á UMA ANÁLISE MAIS PROFUNDA,POIS OS TEXTOS SÃO MANIPULADOS PARA CHEGAR Á UMA POSIÇÃO DOUTRINÁRIA QUE AGRADE A CERTOS GRUPOS.
A BÍBLIA TEM SIDO USADA COMO DESCULPA PARA CERTAS PROIBIÇÕES.
ACHA-SE BASE PARA A PROIBIÇÃO DA DANÇA,MAS NÃO ACHA PARA O TEATROS EM CANTATAS E OU AS PALMAS,SENDO QUE É O MESMO VELHO TESTAMENTO A BASE PARA PALMAS E DANÇAS E NENHUMA PARA REPRESENTAÇÕES TEATRAIS.AS CANTATAS TEATRAIS SÃO ACEITAS E A DANÇA NÃO.
ISSO MOSTRA A INCOERÊNCIA E A FALTA DE LÓGICA.
FACILMENTE RECONHECEMOS QUANDO A PROIBIÇÃO É HUMANA,MESMO COM BASE BÍBLICA E NO MEIO DESSAS PROIBIÇÕES HA BRECHAS DE INCOERÊNCIA,CONTRADIÇÕES E DESCULPAS SIMPLISTAS PARA TEXTOS CLAROS.
UM PRESSUPOSTO ARGUMENTO HERMENÊUTICO DE QUE A BASE PARA A LITURGIA E O CULTO É SOMENTE O NOVO TESTAMENTO.
HÁ MUITA FALÁCIA EM PROIBIR O QUE DEUS PERMITIU TRANSGRIDE DA MESMA FORMA ENSINAR FAZER O QUE DEUS PROIBIU.
O SILÊNCIO BÍBLICO LEVA-NOS A SERMOS FLEXÍVEIS,PORÉM A PERMISSÃO BÍBLICA NOS LEVA AO INCENTIVO E A PROIBIÇÃO É ALGO GRAVE E DIGNO DE REJEIÇÃO.
1. A QUESTÃO HERMENÊUTICA
HÁ UM PRESSUPOSTO HERMENÊUTICO ERRÔNEO SOBRE O ANÁLISE DO TEMA.
PALAVRAS DE UM TEÓLOGO
" Vou começar admitindo, por um momento, que o Salmo 150 está falando do templo em Jerusalém e de danças durante o culto. A pergunta, que deveria ter sido feita desde o início, é se o culto cristão toma sua inspiração, gênese e formato do culto do Antigo Testamento. Para mim, a resposta é negativa, embora com qualificações
E AINDA:
Ao que tudo indica, os cristãos deram continuidade ao culto no Antigo Testamento apenas no que se refere aos princípios espirituais: a idéia de encontro com Deus, de adoração, de louvor, de solenidade, de alegria, de serviço espiritual como povo do Senhor... mas foram buscar nas sinagogas o formato para este culto mais simples e despojado. Nas sinagogas, instituição onde cresceram o Senhor Jesus e todos os apóstolos, havia leitura e pregação da Palavra, orações, cânticos e bênção
HÁ ALGUMAS DIFICULDADES NO TEXTO DESSE AMADO TEÓLOGO:
A BÍBLIA NÃO COLOCA MODELO OU FORMATO DO CULTO CRISTÃO.
. A IGREJA SE REUNIA NO TEMPLO DE HERODES(ATOS 2;46,3:1),EM CASAS ( ATOS 2:46,12:12,ROMANOS 16:5,15),EM CENÁCULOS ( ATOS 20:8) E EM SINAGOGAS( TIAGO 2:2) E ATÉ EM CATACUMBAS,LOGO AFIRMAR QUE O MODELO DE CULTO É A SINAGOGA NÃO SE SUSTENTA ALÉM DE SER PERIGOSO JÁ QUE AS SINAGOGAS TINHAM CERIMONIAIS.
JESUS DEIXOU CLARO QUE O FORMATO É QUANDO ESTIVEREM DOIS OU TRÊS ( MATEUS 18:20 ) E O CULTO NÃO SEGUIRIA MODELO NEM DE VELHO TESTAMENTO E NEM DE NOVO TESTAMENTO,POIS A IGREJA PRIMITIVA FAZIA CULTO EM VÁRIOS EM TIPOS VARIADOS DE LUGARES E OS APÓSTOLOS NUNCA EXIGIRAM NADA.
HÁ MAIS TEXTOS DE REUNIÕES E NO TEMPLO DE HERODES DO QUE EM SINAGOGAS.
SOMENTE UMA VEZ EM TIAGO E OS APÓSTOLOS NÃO FECHARAM QUESTAO DE MODELO OU FORMATO DE CULTO,MAS DEIXARAM PRINCÍPIOS QUE INCLUEM TANTO O VELHO COMO O NOVO TESTAMENTOS.PRECISAMOS ANALISAR TODA A PALAVRA E NÃO SOMENTE O NOVO TESTAMENTO ( 1 TIMÓTEO 3:16-17).DEUS É SENSÍVEL COM A VARIEDADE DE CULTURAS E SUAS PECULIARIDADES .
PAULO AO BUSCAR BASE PARA ORDEM NO CULTO BUSCA O VELHO TESTAMENTO( I CORÍNTIOS 14:2021) CITANDO ISAÍAS 28:11-12 E NO MESMO CAPÍTULO PAULO RECOMENDA USAR OS SALMOS (ψαλμος ) CUJO SIGNIFICADO QUER DIZER TAMBÉM CÂNTICOS( 14:26 )
NESSA MESMA ÓTICA DE PRINCÍPIOS DO VELHO TESTAMENTO PARA O CULTO DO NOVO TESTAMENTO PAULO FALA DA CEIA ( I CORÍNTIOS 10:17-21).
OS PRINCÍPIOS DEVEM SER BUSCADOS E ANALISADOS POR TODA A ESCRITURA,POIS ELA TODA É INSPIRADA.
SABEMOS QUE O NOVO TESTAMENTO DÁ BASE PARA QUE DETERMINADAS CERIMONIAS DO VELHO TESTAMENTO NÃO MAIS EXISTAM NO CULTO ( SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS ETC...)QUE SE CUMPRIRAM EM CRISTO OU ERA PARA A NAÇÃO DE ISRAEL,PORÉM CANTAR,BATER PALMA,DANÇAR O NOVO TESTAMENTO NÃO ENSINA QUE CESSOU AO CONTRÁRIO É INCENTIVADO.
O PROBLEMA HERMENÊUTICO AUMENTA QUANDO SE FAZ A DIFERENÇA ENTRE OS ELEMENTOS DO CULTO E AS CIRCUNSTANCIAS,ONDE OS QUE NÃO ACEITAM SÃO ARBITRÁRIOS E DIGNOS DE EXAMES.
NO SALMO 150 NÃO DISTINÇÃO ENTRE ELEMENTOS E CIRCUNSTANCIAS,MAS COLOCA TUDO COO FAZENDO PARTE DO CULTO.
NESTE SALMO OS INSTRUMENTOS E A DANÇA FAZEM PARTE DO LOUVOR A DEUS NO SANTUÁRIO....( O INSTRUMENTO MUSICAL,ASSIM COMO A VASILHA E O CÁLICE PASSAM A FAZER PARTE DO CULTO MESMO QUE EM ALGUNS NÃO TENHAM POIS NEM TODOS CELEBRAM A CEIA EM TODO CULTO,MAS DE ACORDO COM O QUE A NECESSIDADE EXIJA).
DA MESMA FORMA SE NÃO TIVER INSTRUMENTOS MUSICAIS O CULTO NÃO PERDE SUA ESSÊNCIA,MAS SE TIVER PASSA A FAZER PARTE DOS ELEMENTOS DO CULTO,LOGO SÃO ELEMENTOS DO CULTO ASSIM COMO A DANÇA.
QUANDO SE LOUVA A DEUS COM PALMAS,ESSAS PASSAM A FAZER PARTE DO CULTO,ASSIM COMO O MICROFONE,SE FOR PRECISO PASSA A FAZER PARTE ,POIS AS PESSOAS OUVEM MELHOR.
QUEM É QUE DIZ O QUE É ESSENCIAL OU NÃO NO CULTO?
SÓ PODE SER A PALAVRA DE DEUS E A PALAVRA DE DEUS NO SALMO 150 DIZ QUE INSTRUMENTOS E A DANÇA FAZEM PARTE.
EM 1 CORÍNTIOS 12:28 NÃO TEM COMO SEPARAR ELEMENTOS DE CIRCUNSTANCIAS .
O CULTO ERA BEM DIVERSIFICADO,CABENDO A CADA IGREJA COM BOM SENSO DE ACORDO COM A PALAVRA DE DEUS NA SINAGOGA,NO TEMPLO,NAS CASAS,NO CENÁCULO E ATE EM CATACUMBAS.
COMO AFIRMAR ALGUEM QUE OS PRINCÍPIOS DO SALMO 150 NÃO PODEM SER USADOS NA IGREJA CONTEMPORÂNEA?O MÍNIMO DE CONHECIMENTO DE HERMENÊUTICA MOSTRA O ABSURDO.
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos..." ( Atos 2:42) Esta primeira característica é surpreendente e não muitas congregaçõesa teriam em conta hoje. A igreja viva é uma igreja que está aprendendo, uma comunidade que estuda. A plenitude do Espírito Santo é incompatível com o antiintelectualismo. O Espírito de Deus é Espírito de verdade. Esse foi um dos títulos que Jesus mesmo deu ao Espírito. Se quisermos estar cheios do Espírito, sua verdade será importante para nós.
segunda-feira, 29 de maio de 2017
Seis elementos do arrependimento
Seis elementos do arrependimento
O arrependimento é uma graça do Espírito de Deus por meio da qual um pecador é humilhado em seu íntimo e transformado em seu exterior. A fim de proporcionar melhor entendimento, saiba que o arrependimento é um remédio espiritual formado de seis componentes especiais… Se um for deixado fora, o arrependimento perde o seu poder.
Componente 1: Percepção do pecado. A primeira parte do remédio de Cristo são olhos abertos (At 26.18). Este é um dos fatos importantes a observarmos no arrependimento do filho pródigo: ele caiu em si (Lc 15.17). Ele se viu como pecador e nada mais do que um pecador. Antes que um homem venha a Cristo, ele tem primeiramente de vir a si mesmo. Em sua descrição de arrependimento, Salomão considerou isto como o primeiro componente: “Caírem em si” (1 Rs 8.47). Uma pessoa deve, antes de tudo, reconhecer e considerar o que é o seu pecado e conhecer a praga de seu coração, antes que seja devidamente humilhado por ela. A primeira coisa que Deus criou foi a luz. Portanto, a primeira coisa que deve haver em uma pessoa arrependida é a iluminação. “Agora, sois luz no Senhor” (Ef 5.8). Os olhos são feitos tanto para ver como para chorar. Antes de lamentarmos pelo pecado, temos de vê-lo. Disso, podemos inferir que, onde não percepção do pecado, não pode haver arrependimento. Muitos que acham falhas nos outros não vêem nenhum erro em si mesmos… Pessoas são vendadas por ignorância e amor próprio. Por isso, não vêem o que deforma a sua alma. O Diabo faz com elas como o falcoeiro faz à sua ave: ele as cega e as leva encapuzadas ao inferno.
Componente 2: Tristeza pelo pecado. “Suporto tristeza por causa do meu pecado” (Sl 38.18). Ambrósio chamava essa tristeza de amargura da alma. A palavra hebraica que se traduz por ficar triste significa “ter a alma, por assim dizer, crucificada”. Isso precisa estar presente no verdadeiro arrependimento. “Olharão para aquele a quem traspassaram… e chorarão” (Zc 12.10), como se sentissem os cravos da cruz penetrando o seu lado. Uma mulher pode esperar ter um filho sem dores, assim como alguém pode esperar arrepender-se sem tristeza. Aquele que crê sem duvidar, põe sob suspeita a sua fé; aquele que se arrepende sem entristecer-se nos deixa incertos de seu arrependimento… Esta tristeza pelo pecado não é superficial; é uma agonia santa. Nas Escrituras, ela é chamada de quebrantamento de coração: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17); um rasgamento do coração: “Rasgai o vosso coração” (Jl 2.13). As expressões bater no peito (Jr 31.19; Lc 18.13), cingir o cilício (Is 22.12), arrancar os cabelos (Ed 9.3) – todas essas expressões são apenas sinais exteriores de tristeza.
Essa tristeza implica (1) tornar a Cristo precioso. Oh! quão precioso é o Salvador para uma alma atribulada! Agora, Cristo é, de fato, Cristo; e a misericórdia é realmente misericórdia. Enquanto o coração não estiver repleto de compunção, ele não estará pronto para o arrependimento. Quão bem-vindo é um cirurgião para um homem que sangra por suas feridas! (2) Implica repelir o pecado. O pecado gera tristeza, e a tristeza mata o pecado… A água salgada das lágrimas mata o verme da consciência. (3) Implica preparar-se para receber firme consolo. “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão” (Sl 126.5). O penitente tem uma semeadura de lágrimas, mas uma colheita deliciosa. O arrependimento rompe os abscessos do pecado, e, em seguida, a alma fica tranqüila… O ato de Deus em afligir a alma por causa do pecado é como o agitar da água que trazia cura, no tanque (Jo 5.4)
Contudo, nem toda tristeza evidencia o verdadeiro arrependimento… o que é esse entristecer piedoso? Há seis descrições:
1. A verdadeira tristeza espiritual é interior. É interior em duas maneiras: (1) é uma tristeza de coração. A tristeza dos hipócritas evidencia-se somente em sua face. “Desfiguram o rosto” (Mt 6.16). Mostram um rosto melancólico, mas a tristeza deles não vai além disso, como o orvalho que umedece a folha, mas não penetra a raiz. O arrependimento de Acabe foi uma exibição exterior. Seus vestidos foram rasgados, mas não o seu espírito (1 Rs 21.27). A tristeza segundo Deus avança mais além; é como uma veia que sangra internamente. O coração sangra por causa do pecado – “Compungiu-se-lhes o coração” (At 2.37). Assim como o coração tem a parte principal no ato de pecar, o mesmo deve acontecer no caso do entristecer-se. Paulo lamentava por causa da lei em seus membros (Rm 7.23). Aquele que lamenta verdadeiramente o pecado se entristece por conta das incitações do orgulho e da concupiscência. Ele se entristece por causa da “raiz de amargura”, embora ela nunca prospere até ao ponto de levá-lo a agir. Um homem ímpio pode sentir-se atribulado por pecados escandalosos; um verdadeiro convertido lamenta os pecados do coração.
2. A tristeza espiritual é sincera. É a tristeza pela ofensa, e não pela punição. A lei de Deus foi infringida, e seu amor, abusado. Isso leva a alma às lágrimas. Uma pessoa pode ficar triste e não se arrepender. Um ladrão fica triste quando é apanhado, mas não por causa do roubo, e sim porque tem de sofrer a pena… A tristeza piedosa se expressa principalmente por causa da transgressão contra Deus. Portanto, se não houvesse uma consciência a ferir, uma diabo a acusar, um inferno para servir de castigo, a alma ainda se sentiria triste por causa da ofensa praticada contra Deus… Oh! que eu não ofenda o meu bom Deus, nem entristeça o meu Consolador! Isso parte o meu coração!…
3. A tristeza espiritual Deus é repleta de confiança. É mesclada com fé… A tristeza bíblica afundará o coração, se a roldana da fé não o erguer. Assim como o nosso pecado está sempre diante de Deus, assim também a promessa de Deus tem de estar sempre diante de nós…
4. A tristeza espiritual é uma grande tristeza. “Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom” (Zc 12.11). Dois sóis se puserem no dia em que Josias morreu, e houve um enorme lamento fúnebre. A tristeza pelo pecado deve chegar a esse nível.
5. A tristeza espiritual é, em alguns casos, acompanhada de restituição. Aquele que, por injustiça, errou contra outrem, em seus bens, lidando com fraude, deve em sã consciência realizar a compensação. Há um mandamento claro quanto a isso: “Confessará o pecado que cometer; e, pela culpa, fará plena restituição, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e dará tudo àquele contra quem se fez culpado” (Nm 5.7). Por isso, Zaqueu fez restituição: “Se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais” (Lc 19.8).
6. A tristeza espiritual é permanente. Não são algumas lágrimas derramadas ocasionalmente que servirão. Alguns derramarão lágrimas ao ouvirem um sermão, mas isso é como uma chuva de abril – logo acaba – ou como uma veia aberta e fechada novamente. A verdadeira tristeza tem de ser habitual. Ó cristão, a doença de sua alma é crônica, e a recaída, freqüente. Portanto, você tem de tratar-se com remédio continuamente, por meio do arrependimento. Essa é a tristeza “segundo Deus”.
Componente 3: Confissão de pecado. A tristeza é um sentimento tão forte, que terá expressões. Suas expressões são lágrimas nos olhos e confissão nos lábios. “Os da linhagem de Israel… puseram-se em pé e fizeram confissão dos seus pecados” (Ne 9.2). Gregório de Nazianzo chamou a confissão de “um bálsamo para a alma ferida”.
A confissão é auto-acusadora. “Eu é que pequei” (2 Sm 24.17)… E a verdade é que por meio desta auto-acusação impedimos Satanás de acusar-nos. Em nossas confissões, nos identificamos com orgulho, infidelidade e paixão. Assim, quando Satanás, chamado de acusador dos irmãos, lançar essas coisas contra nós, Deus lhe replicará: “Eles já acusaram a si mesmos. Então, Satanás, você está destituído de motivos legítimos; suas acusações surgiram muito tarde…” Agora, ouça o que diz o apóstolo Paulo: “Se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1 Co 11.31).
Entretanto, homens ímpios, como Judas e Saul, não confessaram seus pecados? Sim, mas as suas confissões não eram verdadeiras. Para que a confissão de pecado seja correta e genuína, estas… qualificações precisam estar presentes:
1. A confissão tem de ser espontânea. Tem de surgir como a água que brota do manancial, livremente. A confissão do ímpios é obtida à força, como a confissão de um homem sob tortura. Quando uma faísca da ira de Deus atinge a consciência dos ímpios ou estão sob o temor da morte, eles se prostrarão em confissão… Mas a verdadeira confissão flui dos lábios tal como a mirra jorra da árvore ou o mel da colméia, espontaneamente…
2. A confissão tem ocorrer com contrição. O coração precisa ressentir profundamente o pecado. As confissões de um homem natural procede de seu íntimo assim como uma água que passa por um cano. Elas não o afetam de maneira alguma. Mas a confissão verdadeira deixa impressões que pungem o coração. Ao confessar seus pecados, a alma de Davi sentiu-se sobrecarregada: “Já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniqüidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças” (Sl 38.4). Uma coisa é confessar o pecado, outra coisa é sentir o pecado.
3. A confissão tem de ser sincera. Nosso coração precisa estar em harmonia com a confissão. O hipócrita confessa o pecado, mas o ama, assim como um ladrão que confessa os bens roubados e continua a amar o roubo. Quantos confessam o orgulho e a cobiça, com seus lábios, mas se deleitam neles ocultamente… Um verdadeiro cristão é mais honesto. Seu coração anda em harmonia com usa língua. Ele é convencido dos pecados que confessa e detesta os pecados dos quais é convencido.
4. Na confissão verdadeira, o crente especifica o pecado. O ímpio reconhece que é um pecador como todos os outros. Ele confessa o pecado de maneira geral… Um verdadeiro convertido reconhece seus pecados específicos. Ele se comporta à semelhança de uma pessoa enferma que vai ao médico e lhe mostra as feridas, dizendo: “Levei um corte na cabeça, recebi um tiro no braço”. O pecador entristecido confessa as diversas imperfeições de sua alma… Por meio de uma inspeção diligente de nosso coração, podemos achar alguns pecados específicos que tratamos com indulgência. Confessemos com lágrimas esses pecados, indicando-os pelo nome.
5. Um pessoa verdadeiramente arrependida confessa o pecado em sua fonte. Ela reconhece a contaminação de sua natureza. O pecado de nossa natureza não é somente uma falta do bem, mas também uma infusão do mal… Nossa natureza é um abismo e uma fonte de todo mal, dos quais procedem os escândalos que infestam o mundo. É essa depravação de natureza que envenena nossas coisas santas. Isso traz os juízos de Deus e paralisa em sua origem as nossas misericórdias. Oh! Confesse o pecado em sua fonte!…
Componente 4: Vergonha pelo pecado. O quarto componente no arrependimento é a vergonha. “Para que… se envergonhe das suas iniqüidades” (Ez 43.10). O envergonhar-se é a força da virtude. Quando o coração se enegrece por causa do pecado, a graça faz o rosto envergonhar-se com rubor – “Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face” (Ed 9.6). O filho pródigo, arrependido, ficou tão envergonhado de seus excessos que se julgava indigno de ser, outra vez, chamado filho (Lc 15.21). O arrependimento causa um acanhamento santo. Se Cristo não estivesse no coração do pecador, não haveria tanta vergonha se expressando no rosto. Há… algumas considerações sobre o pecado que nos causa vergonha:
1. Todo pecado nos torna culpados, e a culpa nos deixa envergonhados.
2. Em todo pecado, há muita ingratidão. E essa é a razão da vergonha. Abusar da bondade de Deus, como isso nos envergonha!… Ingratidão é um pecado tão grave, que Deus mesmo se admira dele (Is 1.2).
3. O pecado mostra o que somos, e isso nos causa vergonha. O pecado nos rouba as vestes de santidade. E nos deixa destituídos de pureza, deformados aos olhos de Deus; e isso nos envergonha…
4. Nossos pecados expuseram Cristo à vergonha. E não nos envergonharemos deles? Vestimos a púrpura; não vestiremos o carmesim?
5. Aquilo que nos deixa envergonhados é o fato de que os pecados que cometemos são piores do que os pecados dos incrédulos. Agimos contra a luz que possuímos.
6. Nossos pecados são piores do que os pecados dos demônios. Os anjos caídos nunca pecaram contra o sangue de Cristo. Cristo não morreu por eles… Com certeza, se sobrepujamos o pecado dos demônios, isso deve nos causar muita vergonha.
Componente 5: Ódio pelo pecado. O quinto componente do arrependimento é o ódio pelo pecado. Os eruditos distinguem dois tipos de ódio: o ódio das iniqüidades e o ódio da inimizade.
Primeiramente, há um ódio ou abominação das iniqüidades. “Tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniqüidades e das vossas abominações” (Ez 36.31). Um cristão verdadeiramente arrependido é alguém que detesta o pecado. Se uma pessoa detesta aquilo que faz seu estômago adoecer, ela deve, com muito mais intensidade, detestar aquilo que deixa enferma a sua consciência. É mais fácil abominar o pecado do que deixá-lo… Não amamos a Cristo enquanto não odiamos o pecado. Nuca anelamos o céu enquanto não detestamos o pecado.
Em segundo, há um ódio da inimizade. Não há melhor maneira de descobrir vida do que por meio do movimento. Os olhos se movem, o pulso bate. Portanto, para constatar o arrependimento, não há sinal melhor do que uma antipatia santa para com o pecado… O arrependimento correto começa no amor a Deus e termina no ódio ao pecado.
Como podemos discernir o verdadeiro ódio para com o pecado?
1. Quando a pessoa se mantém resoluta contra o pecado. A língua lamenta amargamente o pecado, e o coração o odeia, de modo que, embora o pecado se apresente de forma atraente, nós o achamos detestável e o abominados com ódio mortal, sem levarmos em conta a sua aparência agradável… O diabo pode vestir e disfarçar o pecado com prazer e proveito, mas um verdadeiro penitente, que tem ódio secreto pelo pecado, sente repulsa e não se envolverá nele.
2. O verdadeiro ódio pelo pecado é abrangente. Isso se aplica a dois aspectos: no que diz respeito às faculdades e ao objeto. (a) O ódio pelo pecado é abrangente no que concerne às faculdades da alma, ou seja, há um desgosto para com o pecado não somente no juízo, mas também na vontade e nas afeições. Há alguns que são convencidos de que o pecado é maligno e, em seu juízo, têm uma aversão para com ele. Mas acham-no agradável e têm satisfação íntima nele. Nesse caso, há um desprazer do pecado no juízo e um aceitação dele nas afeições. No verdadeiro arrependimento, o ódio pelo pecado está presente em todas as faculdades da alma; não somente no intelecto, mas, principalmente, na vontade. “Não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (Rm 7.15). Paulo não era livre do pecado, mas a sua vontade se posicionava contra o pecado. (b) O ódio pelo pecado é abrangente no que concerne ao objeto. Aquele que odeia um pecado odeia todos… Os hipócritas odeiam alguns pecados que mancham sua reputação, mas o verdadeiro convertido odeia todos os pecados: os pecados que produzem vantagem, os pecados resultantes de nossas inclinações naturais, as próprias instigações da corrupção. Paulo odiava as obras do pecado (Rm 7.23).
3. O verdadeiro ódio pelo pecado se manifesta contra o pecado em todas as suas formas. Um coração santo detesta o pecado por causa de sua contaminação natural. O pecado deixa uma mancha na alma. Uma pessoa regenerada aborrece o pecado não somente por causa da maldição, mas também por causa do contágio. Ele odeia essa serpente não somente por causa de sua picada, mas também por causa de seu veneno. Abomina o pecado não somente por causa do inferno, mas como o próprio inferno.
4. O verdadeiro ódio pelo pecado é implacável. O cristão genuíno nunca mais se conciliará com o pecado. A ira pode experimentar conciliação, porém o ódio não pode experimentá-la…
5. Onde há verdadeiro ódio pelo pecado, nos opomos ao pecado em nós mesmos e nos outros. A igreja de Éfeso não podia suportar aqueles que eram maus (Ap 2.2). Paulo repreendeu arduamente Pedro por causa de sua dissimulação, embora este fosse um apóstolo. Com insatisfação santa, Cristo expulsou os cambistas do templo (Jo 2.15). Ele não tolerou que o templo sofresse uma mudança. Neemias repreendeu os nobres por sua usura (Ne 5.7) e pela profanação do sábado (Ne 13.17). Aquele que odeia o pecado não suportará a iniqüidade em sua família – “Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude” (Sl 101.7). Que vergonha se manifesta quando os magistrados mostram força de espírito em suas paixões e nenhum heroísmo em suprimir o erro! Aqueles que não tem qualquer antipatia para com o pecado não conhecem o arrependimento. O pecado está neles como o veneno está em uma serpente e, por ser natural, lhe proporciona deleite.
Quão distantes estão do arrependimento aqueles que, ao invés de odiarem o pecado, amam-no! Para os santos, o pecado é um espinho nos olhos; para os ímpios, é uma coroa na cabeça – “Que direito tem na minha casa a minha amada, ela que cometeu vilezas? Acaso, ó amada, votos e carnes sacrificadas poderão afastar de ti o mal? Então, saltarias de prazer” (Jr 11.15). Amar o pecado é pior do que praticá-lo. Um homem bom pode precipitar-se cair em uma atitude pecaminosa, mas amar o pecado é desesperador. O que faz um porco amar o revolver-se na lama? O que faz um demônio amar aquilo que se opõe a Deus? Amar o pecado mostra que a vontade está no pecado; e, quanto mais a vontade estiver no pecado, tanto maior ele será. A obstinação faz com que não haja mais purificação para o pecado (Hb 10.26). Oh! quantos existem que amam o fruto proibido! Amam as imprecações e os adultérios. Amam o pecado e odeiam a repreensão… Portanto, quando os homens amam o pecado, apegam-se àquilo que será a sua morte e brincam com a condenação, isso indica que “o coração dos homens está cheio de maldade” (Ec 9.3). Isso nos persuade a mostrar nosso arrependimento por meio de um ódio amargo para com o pecado…
Componente 6: Converter-se do pecado. O sexto componente no arrependimento é converter-se do pecado… Esse converter-se é chamado de abandonar o pecado (Is 55.7), tal como um homem que abandona a companhia de um ladrão ou de um feiticeiro. É chamado de lançar para longe o pecado (Jó 11.14), como Paulo lançou de si aquela víbora, atirando-a ao fogo (At 28.5). Morrer para o pecado é a vida do arrependimento. No mesmo dia em que o crente se converte do pecado, deve se regozijar com um gozo eterno. Os olhos devem fugir de vislumbres impuros. O ouvido tem de fugir dos escárnios. A língua, do praguejamento. As mãos, dos subornos. Os pés, dos caminho das meretrizes. E alma, do amor à impiedade.
Esse converter-se do pecado implica uma mudança notável. Converter-se do pecado é tão visível, que os outros podem percebê-lo. Por isso, é chamado de uma mudança das trevas para a luz (Ef 5.8). Paulo, depois de ter recebido a visão celestial, ficou tão diferente, que todos se admiraram da mudança (At 9.12). O arrependimento transformou o carcereiro em um enfermeiro e médico (At 16.33). Ele cuidou dos apóstolos, lavou-lhes as feridas e serviu-lhes comida. Um navio se dirige ao leste; e o vento muda seu rumo para o oeste. De modo semelhante, um homem se encaminhava para o inferno, mas o vento contrário do Espírito soprou, mudou o seu rumo e o fez andar em direção ao céu… Essa mudança visível que o arrependimento produz em uma pessoa é como se outra alma se abrigasse no mesmo corpo.
Para identifica corretamente o converter-se do pecado, essas poucas coisas são necessárias:
1. Tem de haver um volver-se sinceramente do pecado. O coração é o primum vivens, a primeira coisa que vive. E tem de ser o primum vertens, a primeira coisa que se volve. O coração é aquilo por que o Diabo se empenha arduamente… No cristianismo, o coração é tudo. Se o coração não é convertido do pecado, ele não passa de uma mentira… Deus quer todo o coração convertido do pecado. O verdadeiro arrependimento não pode ter reservas nem outros ocupantes.
2. Tem de haver um volver-se de todo pecado. “Deixe o perverso o seu caminho” (Is 55.7). Uma pessoa verdadeiramente arrependida abandona o caminho do pecado. Ela deixa todo pecado… Aquele que esconde um subversivo em sua casa é um traidor da nação. E aquele que satisfaz um pecado é um hipócrita traiçoeiro.
3. Tem de haver um volver-se do pecado por motivos espirituais. Um homem pode restringir seus atos de pecados e não converter-se do pecado da maneira correta. Atos de pecados podem ser restringidos por temor ou desígnio, mas uma pessoa verdadeiramente arrependida deixa o pecado com base em um princípio espiritual, ou seja, o amor de Deus… Três homens perguntaram um ao outro o que os fizera abandonar o pecado. Um disse: “Acho que são as alegrias do céu”. Outro respondeu: “Acho que são os tormentos do inferno”. Mas o terceiro disse: “Acho que é o amor de Deus; e isso ainda me faz abandonar o pecado. Como eu ofenderia o amor de Deus?”
sexta-feira, 26 de maio de 2017
" λαος θεος " ( I Pedro 2:9 ) "Povo de Deus "
" λαος θεος " ( I Pedro 2:9 ) " Chamados para fora "
"οἵ ποτε οὐ λαὸς, νῦν δὲ λαὸς Θεοῦ, οἱ οὐκ ἠλεημένοι, νῦν δὲ ἐλεηθέντες."
"Vós, sim, que antes não éreis sequer povo; mas agora, sois o Povo de Deus; não tínheis recebido a misericórdia, contudo agora a recebestes. Deveres do Povo de Deus"
É provável que essa carta tenha sido escrita entre 60 a 65 da era cristã. A primeira carta de Pedro foi provavelmente redigida na comunidade judeu-cristã de Roma, e que estavam passando pela perseguição de Nero aos cristãos, 64-67 d.c. E, que era muito pesada em Roma e seus arredores, porém não generalizada em todo império.
Quando foi escrita a carta, já havia se tornado uma figura de grande prestígio em toda a Igreja. Como o primeiro entre os apóstolos e como mártir em Roma, sua palavra tinha credibilidade.
Estas carta foi escrita a partir da Igreja sediada na Babilônia, pseudônimo para Roma (1Pd 5,13), centro do poder-dominação, dirige-se às comunidades dispersas na periferia do Império.
Esta bela carta foi escrita às cinco províncias da Ásia Menor: Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.
A Carta de Pedro é escrita para os crentes nesses lugares, para encorajá-los e confirmar a fé em Jesus Cristo.
Quando houve a perseguição dos judaizantes em Jerusalém, os crentes foram dispersos indo por todas as partes pregando a mensagem da Salvação.
Pode-se daí deduzir que os destinatários da Primeira Carta de Pedro eram comunidades sujeitas a muitos tipos de sofrimento, já que o autor insiste nesse tema, que se torna central na carta. Em 4.1-5,11, há uma forte exortação a resistir no sofrimento imposto por vizinhos pagãos, por patrões injustos, por maridos patriarcais.
O dilema está em seguir a inspiração da fé e não se acomodar ao modo de vida dos pagãos ou, quem sabe, até mesmo isolar-se, fugindo da convivência conflituosa com estranhos em uma cultura hostil.
Pedro ao escrever aos crentes judeus que estavam lutando nas perseguições, os encoraja a se conduzirem corajosamente pela Pessoa e programa de Cristo. Tanto seu caráter quanto sua conduta deve estar acima de reprovação. Tendo nascido novamente para uma fé viva, eles devem imitar Aquele que é Santo e que os chamou.
O fruto desse caráter será a conduta enraizada na submissão: dos cidadãos aos governantes, dos servos aos senhores, das esposas aos maridos, dos maridos às esposas e de um crente ao outro. Somente quando a submissão é completamente compreendida é que Pedro trata da difícil área do sofrimento. Os cristãos não devem achar estranhos “o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-nos, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo” (4.12), mas devem se regozijar por participarem do sofrimento de Cristo. Essa resposta à vida é verdadeiramente o clímax da nossa submissão à boa mão de Deus.
O autor exorta a comunidade a ser dirigida pela lógica do amor; assim como o Servo sofredor se torna luz para as nações e é sinal de salvação. Humilhado, não humilha; pisado, não revida; violentado, não violenta; caluniado, não calunia; difamado, não difama; excluído, não exclui; marginalizado, não marginaliza; desprezado, não despreza.
Os principais temas abordados na revelação do Senhor ao Apostolo Pedro são: Esperança da Salvação; Santidade dos Filhos de Deus; Boa conduta do cristão; Deveres domésticos; Amor fraternal; Paciência na aflição, segundo exemplo de Jesus; Deveres dos líderes; Humildade e vigilância.
Trata-se de enfrentar a situação de cabeça erguida num momento em que nem se pensa em mudá-la a partir da realidade de um grupo tão pequeno e sem nenhuma influência social reconhecida
Contexto Maior
O texto posterior a perícope analisada está nos vers. 11-17.
Consideremos, como exemplo, 1 Pedro 2:11-17. Antes de chegar a este trecho, observamos a ênfase na santidade dos servos de Deus e a posição deles como o povo especial de Deus.
Neste trecho, Pedro explica um tema já introduzido em 1:17 – o procedimento do santo povo de Deus durante o tempo aqui nesta vida terrestre.
Nós Cristãos, somos cidadãos de duas Pátrias.
Vivemos aqui, mas aspiramos pela fé a Pátria Superior, isto é, a celestial (Hebreus 11:16).
Somos peregrinos aqui, não temos morada permanente neste mundo (1 Pedro 2:11).
Os cristãos são cidadãos do céu, mas residentes deste mundo, e assim devem se ver como peregrinos e forasteiros.
Em outras palavras, devemos lembrar o que disse Teilhard de Chardin em seu comentário definindo o que seria na sua visão VIDA ESPIRITUAL, e, ele diz: -
“Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual, somos seres espirituais passando por uma experiência humana.”.
Sermos peregrinos aqui, não significa que devemos deixar de cumprir as nossas responsabilidades e obrigações civis; pois o próprio apóstolo Pedro que disse que somos peregrinos, nos exortou a ter um exemplar procedimento, a sujeitar a toda instituição humana por causa do Senhor Jesus, e por fim conclama os crentes a honrar a todos; a amar os irmãos, temer a Deus e a honrar o rei (1 Pedro 2:11-17).
Como deve ser O COMPORTAMENTO destes peregrinos? Nestes versículos, ele responde a esta questão, enfatizando a PUREZA (2:11), O BOM EXEMPLO DIANTE DOS OUTROS (2:12), O RESPEITO PARA COM AS AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS (2:13-14) E O TRATAMENTO DE TODOS (2:15-17). Cada frase tem seu lugar no parágrafo, e o parágrafo faz parte do contexto maior da epístola toda.
Contexto Menor
1 Pedro 2. 4 - O termo “pedra”, versão do grego “πετρα” (petra)
“Pétra” significa rocha. Pétra é substantivo feminino.
1 Pedro 2. 4 = o termo “pedra”, versão do grego “πετρα” (petra) que aparece no texto referido acima.
O v. 4 traz a figura da pedra eleita por Deus. Jesus é indicado como a pedra viva.
Ela é o tema desses versículos, que lembram textos do Antigo Testamento: Assentei em Sião uma pedra... Preciosa e angular (Is 28.16); e mais: Ele será pedra de tropeço (Is 8.14); e ainda: A pedra que os construtores rejeitaram (Sl 118.22).
Israel usou essa terminologia em relação ao Messias. A sua vinda aconteceu com o nascimento de Jesus. Ele levou os pecados dos homens à cruz.
É o cordeiro inocente, sacrificado pela salvação dos homens. Nele cumpriram-se as profecias a respeito do Messias. E os cristãos, implantados na casa espiritual pelo batismo, são herdeiros da esperança e, como nação santa, são a nova Israel. A comunhão de vida com Jesus é tão vigorosa, que dos seus integrantes diz o texto: Sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio real.
I Pedro 2.4-5 = Os Cristãos: PEDRAS QUE VIVEM. (λιθοι ζωντες) “Chegando-vos para ele, a pedra que vive rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para ser sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”.
I Pedro 2.5 = πνευματικός, ή, óv relativo ao espírito, espiritual—
1. causado por ou cheio com o Espírito (divino), pertencente ou correspondente ao Espirito (divino)—a. como adj. Rm 1.11; 7.14; 1 Co 10.3s; 15.44; Ef 1.3; 5.19; Cl 1.9; 3.16; 1 Pe 2.5.
I Pedro 2.5 = PEDRAS VIVAS = (λιθοι ζωντες), Esperança e não desespero, alegria e não medo, humildade e não violência, verdade e não mentiras marcam a vida das pedras vivas.
I Pedro 2.5 = SACERDÓCIO SANTO. (ιερατευμα αγιον)
No AT, o sacerdócio era restrito a uma minoria qualificada. Sua atividade distintiva era oferecer sacrifícios a Deus, em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com Deus (Êx 19.6; 28.1; 2 Cr 29.11). Agora, por meio de Jesus Cristo, todo crente é constituído sacerdote para o serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10; 20.6). Esse sacerdócio de todos os crentes abrange o seguinte. (1) Todos os crentes têm acesso direto a Deus, através de Cristo (3.18; Jo 14.6; At 4.12; Ef 2.18). (2) Todos os crentes têm a obrigação de viver uma vida santa (vv. 5,9; 1.14-17). (3) Todos os crentes devem oferecer "sacrifícios espirituais" a Deus, inclusive: (a) viver em obediência a Deus, sem conformar-se com o mundo (Rm 12.1,2); (b) orar a Deus e louvá-lo (Sl 50.14; Hb 13.15. (c) servir com coração íntegro e mente disposta (1 Cr 28.9; Fp 2.17; Ef 5.1,2); (d) praticar boas ações (Hb 13.16); (e) contribuir com nossas posses materiais (Rm 12.13; Fp 4.18) e (f) apresentar nossos corpos a Deus como instrumentos da justiça (Rm 6.13,19). (4) Todos os crentes devem interceder e orar uns pelos outros e por todos (Cl 4.12; 1 Tm 2.1; Ap 8.3). (5) Todos os crentes devem proclamar a Palavra e orar pelo sucesso dela (v. 9; 3.15; At 4.31; 1 Co 14.26; 2 Ts 3.1; Hb 13.15).
1 Pedro 2. 4,5 = (4 - Cheguem perto Dele, a pedra viva que os seres humanos rejeitaram como inútil, mas que Deus escolheu como de grande valor.
5 - Vocês, também, como pedras vivas, deixem que Deus os use na construção de um templo espiritual onde vocês servirão como sacerdotes dedicados a Deus. E isso para que, por meio de Jesus Cristo, ofereçam sacrifícios que Deus aceite.) = PEDRA VIVA E AS PEDRAS VIVAS: A respeito da comunhão entre a pedra viva e as pedras vivas: Não a barreira que as separa de Deus, e sim a comunhão que as une com Deus, é o sinal de o novo ser. E o que oferecem a Deus não são animais sacrificados e queimados em atendimento a uma cega obediência a prescrições vétero-testamentárias (Hb 10.4 e 13.15s.). Os seus sacrifícios são ações, serviço para os quais o Espírito Santo os impulsiona, na entrega do coração, oração e louvor a Deus (Rm 12.1, p. 53).
A pedra viva é, ao mesmo tempo, o divisor de águas. Aos que nela buscam sua razão de vida, nela confiam e por ela se orientam, aguardam honra e resplendor. Aos que negam Jesus Cristo, ela vem a ser pedra de tropeço. Eles sofrerão condenação. Tanto o quadro da pedra preciosa quanto o de tropeço já encontramos no AT, conforme Is 8.13s.
A incredulidade do povo acarretará a sua queda. Na aceitação de Jesus Cristo está a salvação e, na sua negação, ocorre o juízo (l Pe 4.16-17 e Rm 2.7-8). Deus age em Jesus Cristo. Ele salva e condena. Faz o seu Filho pedra viva, angular e preciosa para a salvação dos que crêem e pedra de tropeço para os que negam o seu nome.
I Pedro 2.6 = PEDRA DA ESQUINA, Alicerce! Cristo. I Ped. 2:6; Efes. 2:20.
v I Pedro 2.6 = Σιών, ή indecl. Sião—
1. Sião, uma colina dentro da cidade de Jerusalém Hb 12.22; Ap 14.1—2. em uso poético: a filha de Sião, e referência à Jerusalém e seus habitantes Mt 21.5; Jo 12.15.— do povo de Israel Rm 9.33; 11.26.— Da Nova Jerusalém do Cristianismo 1 Pe 2.6.
v I Pedro 2. vs 6, 7= “PEDRA ANGULAR” Expressão Grega: gonia, akrogoniaios.
v I Pedro 2: 6-8 — A figura da pedra viva continua no centro das ações. No v. 6 são usadas citações do AT, nas quais a pedra tem destaque. Is 28.16, admoestando Israel para cuidar-se do desânimo, alerta que Deus não deixará que a pedra já provada, preciosa e angular, solidamente assentada, seja destruída. No NT, em especial em nossa perícope, Jesus Cristo, o Messias anunciado e revelado, é a pedra solidamente assentada. E nessa pedra a sua comunidade, qualificada de raça eleita, nação santa e sacerdócio real, está fundamentada. (Não vejo motivação para discutir, como alguns exegetas o fazem, se a pedra angular, na comparação de uma construção, está localizada nas fundações do prédio, no portal ou em sua cúpula.) O decisivo é o reconhecimento de que a comunidade, ou seja, a igreja, se fundamenta, vive e se mantém em Jesus Cristo e que é, em todos os tempos, impulsionada para o anúncio em palavra e ação pelo poder do Espírito Santo. A existência, a vida e a missão da igreja estão fundamentadas em Jesus Cristo.
v I Pedro 2:7 = Para vocês que creem que Ele é precioso, e Ele lhes deu grandes e excelentes promessas preciosas para que por elas vocês possam se tornar participantes da natureza divina. Ele estava escrevendo para pessoas que não tinham dinheiro e que eram as pessoas mais hostilizadas e mais pobres de serem encontradas em qualquer lugar. Estarem seguras do que realmente tinham no Senhor era um verdadeiro conforto para elas.
1ª PEDRO 2. 8 = προσκόπτω—1. lit.—a. trans. lançar Mt 4.6; Lc 4.11.—b. intrans. tropeçar Jo 11.9s. Bater contra Mt 7.27.-2. fig. ofender-se, sentir repugnância, rejeitar Rm 9.32; 14.21; 1 Pe 2.8.
v 1ª PEDRO 2. 8 = PEDRA DE TROPEÇO (λιθος προσκομματος.).
v 1 PEDRO 2.8 = πρόσκομμα, ατός, tó tropeço, ofensa—1. tropeço λίθος προσκόμματος uma pedra que faz pessoas tropeçarem Rm 9.32s;
1ª PEDRO 2. 9 = POVO = (λαος) γενος [genos] Nom. sing.
v I Pedro 2:9 = A NAÇÃO SANTA. (εθνος αγιον) Os crentes são separados do mundo a fim de pertencerem totalmente a Deus (Cf. At 20.28; Tt 2.14) e de proclamarem o evangelho da salvação para a glória e louvor de Deus (cf. Êx 19.6; Is 43.20,21).
v I Pedro 2. 9 = περιποίησις, εως, ή conservação Hb 10.39. Ganho 1 Ts 5.9; 2 Ts 2.14. POSSE, PROPRIEDADE Ef 1.14; 1 Pe2.9.
v I Pedro 2. 9 = θαυμαστός, ή, όν MARAVILHOSO, extraordinário, surpreendente Mt 21.42; Mc 12.11; Jo9.30; 1 Pe2.9; Ap 15.1, 3.
v 1ª PEDRO 2. 9b = LUZ = φως
OS RELACIONAMENTOS DESTE TEXTO EM ANÁLISE DE 1ª PEDRO 2. 4-10.
A. O que os cristãos são (2.5, 9ª, 10-11ª).
1. Pedras vivas (2.5ª).
a. Pedras na construção! Vós, os salvos, I Ped. 2:5.
2. Sacerdócio real (2.5b).
3. Povo escolhido por Deus (2.9ª, 10).
B. O que Cristo é (2.4,6-8, 9b).
1. Alicerce Vivo (2.4ª)
a. Ele é a fundação preciosa dos crentes (2.4b, 7ª).
b. Ele é a pedra de tropeço para os nãos cristãos (2.8).
2. Pedra Angular (2. 6,7b).
3. Escolhido (2.4c).
4. Luz (2.9b).
Conclusão
Este estudo trata de interpretar o texto de 1Pe 2:4-10 aonde o próprio Pedro, em sua primeira epístola apresenta um comentário da declaração que Cristo lhe fizera. Ele afirma ser CRISTO A PEDRA QUE VIVE sobre o qual os CRENTES são edificados, tornando-se PEDRAS QUE VIVEM, e assim, a Igreja de Cristo é edificada, obtendo a sua vitória. Além disso, existe no Antigo Testamento uma expectativa messiânica ligada à pedra, e no Novo Testamento existem textos que apontam Cristo como sendo a pedra. Logo, o fundamento da Igreja Cristã é “o Cristo, o Filho do Deus vivo” confessado por Pedro também em Mateus 16:16.
Pedro o pescador da Galileia, que se tornou o apóstolo Pedro, escreveu a congregações dos seus dias, provavelmente pouco mais de 30 anos após a morte de Jesus. Mas, os problemas enfrentados pelos cristãos não mudaram muito no decorrer dos séculos. O conselho dado por Pedro é hoje tão válido como o foi naquele tempo. E ele estava bem habilitado para dar tal conselho.
Chegai-vos à Pedra Viva e edificai-vos numa casa espiritual, pois sois raça eleita, 2:4-10 um bom alicerce proporcionará a edificação de uma construção sólida e segura. Se a base é Cristo o edifício será perfeito. Os que O rejeitam tropeçarão em Sua Palavra, pois são desobedientes. Nós, porém, fomos por Ele eleitos com um propósito definido a cumprir. Que com a nossa Palavra, procuremos a sabedoria de como pregar. Não há outra coisa que nos mostre a Verdade senão Deus pela Sua Palavra. A Palavra que é essencial para a santificação. Que nós, tenhamos e permitamos sermos como o apóstolo Pedro um homem que foi refinado por mais de 30 anos de experiência, a quem Jesus comissionou: “Apascenta as minhas ovelhinhas.” (João 21:17). Essa perseverança transformou Pedro o pescador da Galileia em um pastor bem habilitado.
Com a nossa boca, deixemos que Deus fale por nós as maravilhas de Cristo. Não há outra maneira de ser salvo senão pelo sangue de Cristo. Deus não escolhe os capacitados, mas os escolhe para capacitá-los. Deus não procura pessoas capacitadas, Ele procura corações disponíveis pra Ele e transforma a vida dos que deixam Ele entrar. Quando Deus nos pede algo, Ele nos capacita para isso. Precisamos ter na mossa mente e no nosso coração que: Nós somos PEDRAS VIVAS e o Senhor é o construtor que nos usa para edificar a Sua Igreja. Maravilhoso é sermos usados para construirmos através de cada um de nós uma Igreja Viva. Uma Igreja que ensine tudo que Jesus tem nos mandado: - ir, pregar, batizar, ensinar. Martinho Lutero naqueles tempos já reconhecia a importância da lisura e seriedade no ensinamento das Escrituras quando disse: - “Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado mesmo que faça chover milagres todos os dias.” Procuremos saber andar em obediência para poder ajudar o outro a andar em obediência. O SEGREDO É OBEDECER: - E todas as bênçãos que a nós nos forem merecidas virão sobre nós e nos alcançarão. Isso quando verdadeiramente ouvirmos a voz do Senhor nosso Deus. Precisamos reter na nossa mente e no coração os ensinamentos da Palavra de Deus, porque ela é que comanda a formação do povo de Deus
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