“E perseveravam na doutrina dos apóstolos..." ( Atos 2:42) Esta primeira característica é surpreendente e não muitas congregaçõesa teriam em conta hoje. A igreja viva é uma igreja que está aprendendo, uma comunidade que estuda. A plenitude do Espírito Santo é incompatível com o antiintelectualismo. O Espírito de Deus é Espírito de verdade. Esse foi um dos títulos que Jesus mesmo deu ao Espírito. Se quisermos estar cheios do Espírito, sua verdade será importante para nós.
terça-feira, 23 de julho de 2019
Batismo Infantil
BATISMO INFANTIL: "TRAPO VELHO DO ROMANISMO OU UM DEVER DO POVO CRISTÃO?"
" Deveríamos desafiar não os pais que batizam seus filhos,mas aqueles pais que negligenciam o batismo dos seus filhos,apresentando justificativas escrituristicamente verificáveis para a exclusão dos seus filhos "
"Quando a "igreja" desconhece a palavra ela se perde,assim os que são zelosos e obedientes são desafiados e os que relaxam e desobecem se acham no direito de desafiar...."
Na qualidade de crentes devemos sempre estar preocupados em obedecer ao que Deus nos tem dado como mandamento e evitar o que nos tem sido dado como divina proibição. Tal deve ser o verdadeiro desafio de nossa vida (I Cor 10:31; Mateus 4:4). Assim, obviamente, isso deve ser verdadeiro também no tocante ao culto divino na Igreja. As práticas da Igreja devem ser defensáveis pela Bíblia, a Palavra do Deus Vivo, única regra divina para a fé e prática (II Timóteo 3:16-17)
Muitos dos que "não são da herança reformada" alegam que é impróprio batizar infantes. Alguns vêem o batismo infantil como resquício do Catolicismo Romano, expressão mais de uma indevida preocupação com a tradição histórica do que com a fidelidade bíblica. Outros que não opõem tanto assim, o reputam como mero rito de dedicação, benéfico somente aos pais e aos avós, não o considerando, para todos os efeitos, um batismo de verdade. Tais posições estão extremamente equivocadas.
Contrário a estes pontos de vista,a linha reformada considera o batismo infantil um dever cristão firmemente enraizado no preceito e no principio da Escritura. Ademais, consideramos que a sua negligência é uma séria falta do dever cristão perante o Senhor da Aliança. Traçamos a seguir uma curta, não-técnica, demonstração introdutória do mandato bíblico que obriga o batismo aos filhos dos crentes.
1. Pontos básicos
A Unidade Essencial da Bíblia
A linha reformada é formada de um “povo do Livro”. Eles crêem firmemente que ambos os Testamentos, Antigo e Novo, são divinamente inspirados e úteis para o povo de Deus. Por essa razão há progresso e desenvolvimento óbvios na Escritura, a Bíblia, não obstante, é um único Livro.Por vários ângulos, podemos demonstrar a unidade da Escritura. Vejamos simplesmente três deles.• Primeiro, a unidade de propósito em ambos testamentos. A Bíblia mostra a glória de Deus (Deuteronômio 5:24; Sal. 8:1; Apocalipse 4:11; Rom. 16:27) e o caminho da salvação (Isaias 12:1-3; 55:1-7; Efésios 1; Rom. 1:16). Este duplo tema (doxologia e soterologia) é constante em ambas partes da Bíblia: “Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e livra-nos, e perdoa os nossos pecados por amor do teu nome”. (Sal 79:9) “Depois destas coisas ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus!” (Apocalipse. 19.1).• Segundo, a unidade do princípio que orienta ambos testamentos. A Lei de Deus é o justo padrão divino para a conduta do homem (Êxodo 20:1-17; Sal. 119; Mateus 5:17-19; Rom. 3:31; I João 3:22). A Lei de Deus é o princípio e fonte fundamentais para a ética bíblica em ambos testamentos: “A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade” (Sal. 119:142). “A lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom” (Rom 7:12).• Terceiro, a unidade do povo liga ambos testamentos. A igreja do Novo Testamento é a continuação e expansão do povo de Deus do Antigo Testamento. Tendo em que este conceito foi sendo deturpado a partir de 1800 (com o surgimento do dispensacionalismo), não podemos deixar de reafirmar o que são claras evidências bíblicas:Os dois povos são chamados de “igreja”, ou “congregação”, ou “assembléia”. Essas palavras nas línguas originais da Escritura são sinônimas e quer dizer o “ajuntamento da congregação dos chamados para fora” (Êxodo 12:6; Levítico 4:13; Jeremias 26:17; Mateus 18:17; Efésios 5:23-33). O próprio Novo Testamento chama o povo do Antigo Testamento de “igreja” (Atos 7:38; Hebreus 2:12) e de nossos “pais” (I Cor. 10:1).O povo do Antigo Testamento era separado por causa do verdadeiro evangelho, assim como o povo do Novo Testamento: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti!” (Gal. 3:8; compare com Romanos 1:1, 2). “Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram” (Hebreus 4:2).Do povo do Novo Testamento é dito que este seria enxertado e se transformaria em um só povo com o do Antigo Testamento, assim como um ramo é enxertado numa árvore (Rom. 11:1-24) e uma construção é para um edifício (Efésios 2:11-20).O povo do Novo Testamento é chamado por termos que são claramente associados ao povo do Antigo Testamento. Os crentes são chamados de “semente de Abraão” (Gálatas 3:6-9, 29), “circuncisão” (Filipenses 3:3), “sacerdócio real” (Rom. 15:16; 1 Pedro 2:9; Apocalipse 1:6; compare com Êxodo 19:6), “templo” (I Cor. 3:16; 6:19; II Cor. 6:16: Efésios 2:19), e “Israel de Deus” (Gal. 6:16).
A fé bíblica não conhece dois livros sagrados de propósitos divergentes, nem de princípios éticos contrastantes, tampouco de dois povos de Deus distintos, e muito menos sabemos de dois Deuses Verdadeiros. No entanto, conhecemos dois testamentos que são a Palavra de Deus dada aos homens (II Tim. 3:16-17; II Pedro 1:20-21). Assim, os princípios e preceitos contidos tanto num como noutro testamento somente podem ser anulados pelo Próprio Deus (Deuteronômio 4:2; 12:32; Mateus 15:6; Apocalipse 22:18).Considerando que a Palavra de Deus é perfeita verdade (João 17:17) “a Escritura não pode ser anulada” (João 10:35). Princípios e preceitos estabelecidos no Antigo Testamento continuam no Novo Testamento, a menos que Deus mesmo abra mão deles – como ele o fez no caso dos preceitos que determinavam o sacrifício de animais (Hebreus 9-10), circuncisão (Atos 15:1-2, 7-10; I Cor. 7:19; Gálatas 5:6), leis acerca de comida (Atos 10:10-16; I Tim. 4:3), e outras leis cerimoniais/tipológicas semelhantes.Tendo anotado isso ponderaremos acerca dos princípios particulares da Escritura que formam a base imediata para o batismo infantil. Comecemos pela revelação do Antigo Testamento.
2. Princípios particulares
O Principio da Solidariedade Familiar
A Bíblia ensina que Deus estabelece a família como ordenança da Criação com caráter de pérpetua obrigação (Gênesis 1:27-28; 2:22-24; Mateus 19:4-6). Que a família é de importância central na Bíblia é evidente face às seguintes considerações:A. Numerosas genealogias familiares são preservadas na Escritura, o que demonstra a preocupação com a preservação de linhagens familiares (veja-se Gênesis 5; 10; Números 1).B. Famílias eram tidas na conta de elevada e santa herança do Senhor (Salmos 127; 128; Isaías 8:18).C. Não ter filhos era lamentável (Gênesis 25:41; 30:1; Êxodo 23:26; Deuteronômio 7:14; Salmos 113:9; Jeremias 22:30).D. Responsabilidades diante de Deus é o centro em torno do qual gira a vida familiar (Deuteronômio 6:4ff; Salmos 78:1-8; Provérbios 13:22; 19:14).E. São estabelecidas nos Dez Mandamentos obrigações morais expressas que visam a proteção da família (Êxodo 20:12, 14, 17).
Conseqüentemente, no Antigo Testamento, Deus todo-misericordioso instituiu especificamente sua Aliança da Graça tendo como beneficiárias as gerações de famílias, antes de restringi-la a quaisquer indivíduos. Suas misericórdias e bênçãos foram particularmente prometidas às famílias dos crentes, como nos casos de Noé (Gen. 9:9), Abraão (Gen. 17:2-7)) e outros (Deuteronômio 28:4; Salmos 103:17-18; 115:13,14). Ainda em relação ao principio da solidariedade familiar, ameaças e maldições eram dirigidas também às gerações de famílias (Êxodo 20:5; Deuteronômio 5:9; Oséias 9:11-17).Portanto, no Antigo Testamento, boas famílias eram obrigadas a reconhecer duas importantes verdades:
• Primeira. Quando a graça de Deus alcançava uma pessoa, o governo de Deus se estendia a tudo quanto essa pessoa possuía. Por exemplo, na lei dos dízimos Deus reivindicava as primeiras dizimas da produção como sinal de que por direito tudo era d'Ele (Deuteronômio 14:22; Malaquias 3:10).• Segunda. Quando a graça de Deus alcançava uma pessoa, a casa dessa pessoa era separada como sagrada ao Senhor. Por exemplo, os filhos do povo de Deus eram proibidos de se casarem com pessoas não-crentes “porque és povo santo” (Deuteronômio 7:1-6). De fato, Deus tinha a família como o centro de seus atos graciosos dirigidos ao seu povo da Aliança na Revelação do Antigo Testamento.
O Sinal da Aliança no Antigo Testamento
Indiscutivelmente, a circuncisão era o sinal da aliança da graça de Deus com seu povo no tempo do Antigo Testamento (Gênesis 17:10-14). Como pré-condição à captação da importância do batismo, a circuncisão precisa ser propriamente entendida, como mostraremos adiante, como a contraparte do Novo Testamento para a circuncisão do Antigo Testamento.Infelizmente a circuncisão é entendida freqüentemente como um sinal puramente nacional e racial dos privilégios exteriores não espirituais relacionados aos feitos de Deus do Antigo Testamento ao seu povo daquela era. A circuncisão, no entanto, era o sinal da aliança em seu mais profundo significado espiritual . Três conceitos fundamentais são retirados do simbolismo da circuncisão.
• Primeiro, a circuncisão era o sinal da união e comunhão com Deus. Na sua instituição com Abraão, Deus declara: “Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso de suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e de tua descendência depois de ti... E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós” (Gênesis 17:7, 11). Atente cuidadosamente, Deus chama a si mesmo de o Deus de Abraão: “Serei o teu Deus”. Deus não se une em aliança apenas com o povo descrente. Em Amós 3:2 Ele diz: “de todas as famílias da terra, só a vós vos tenho conhecido (intimamente amado) ”. Em Salmos 147:19-20 lemos: “mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; e quanto aos seus juízos, não os conhecem. Louvai ao Senhor!” O âmago da Aliança da Graça de Deus era este conceito de união e comunhão com Deus, sempre recorrente no Antigo Testamento: “Serei o teu Deus e tu serás o Meu povo!” (Gênesis 17:7; Êxodo 5:2; 6:7; 29:42, 45, 46; Levítico 11:45; 26:12,45; Deuteronômio 4:20; Deuteronômio 7:9; 29:14-15; II Samuel 7:24; Salmos 105:9; Isaias 43:6; Jeremias 24:7; 31:33; 32:38; Ezequiel 11:20; 34:24; 36:28; 37:23; Oséias 1:10; Zacarias 8:8; 13:9; II Coríntios 6:18; Apocalipse 21:3, 7).• Segundo, a circuncisão era o sinal de remoção da corrupção . Isto é, representa limpeza do pecado. O que é confirmado pela repetitiva chamada de Deus para que seu povo seja “circuncidado em seus corações” (Deuteronômio 10:16; 30:6; Isaias 52:1; Jeremias 4:4; 6:10; 9:25-26; Ezequiel 44:7-9). Claramente então, o corte da membrana que circunda o órgão (prepúcio) de geração da vida, exterior e físico, era simbólico da remoção interior e espiritual da corrupção do único centro da vida, do coração. O que tinham “corações incircuncisos”, por conseguinte, estavam destinados ao juízo de Deus (Levítico 26:41). Pelo que ao povo Deus mandava: “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração ”. (Deut. 10:16).• Terceiro, a circuncisão era o selo da justiça da fé. No Novo Testamento, o apóstolo aos gentios, Paulo, claramente ensina essa verdade em Romanos 4:11: “ E ele (Abraão) recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé ...”. A circuncisão estava vitalmente relacionada à fé. Como sinal externo, ela emoldurava e selava a fé interna, conforme a Bíblia claramente diz.
Neste ponto precisamos salientar que a circuncisão – que representava união com Deus, limpeza de pecados e fé – era expressamente determinada por Deus para ser aplicada aos infantes: “o filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem nas vossas gerações ...” Repare bem que o sinal da Aliança profundamente espiritual deveria ser aplicado aos infantes! A família estava claramente incluída na operação da graça de Deus para Seu povo no Antigo Testamento.
A Responsabilidade Pactual no Novo TestamentoConforme vimos anteriormente, dada a natureza inspirada da Escritura qualquer principio ordenado por Deus em sua palavra permanece até que Ele próprio (falando através de profetas e apóstolos inspirados) o anule ou modifique-o. Na medida que admitimos o Novo Testamento como revelação duas coisas ficam estabelecidas a respeito da solidariedade familiar e a inclusão de infantes na comunidade da aliança.• Primeiro: não encontramos, em nenhum lugar no Novo Testamento, qualquer mandamento, logicamente deduzido ou expressamente pronunciado, no sentido de repelir essa prática vital, secular, e divinamente ordenada.• Segundo: amplas e claras evidências indicam a continuação do principio nessa área.
Antes de detalhar as observações acima, consideremos algumas das implicações inerentes à idéia de que gerações familiares são excluídas da comunidade da aliança da era do Novo Testamento. Se as famílias não são mais parte da comunidade da aliança, nem partícipes e beneficiários da aliança de Deus, precisamos responder por que. Podemos deduzir que a Nova Aliança (instituída por Cristo em Lucas 22:20) é menos generosa do que a Velha Aliança, uma vez que é responsável pela exclusão da unidade familiar? Ou quem sabe a Nova Aliança tem menos força, pois não tem efeito aonde não tiver fé pessoal e autoconsciente? Os filhos dos crentes hoje são mais depravados do que eram na era da Antiga Aliança? A família é menos significativa hoje do que antes?A resposta a cada uma destas perguntas precisa ser um retumbante “Não!” O Novo Testamento claramente dá continuidade ao principio da solidariedade familiar e inclusão infantil na comunidade da aliança. Considere as seguintes evidências:
1. Primeira. Cristo mesmo trata as crianças pequenas e infantes de tal forma que demonstrar a preocupação pactual de Deus por eles. A este respeito as seguintes passagens devem ser lidas e comparadas: Mateus 18:1-6; 19:13-14; Marcos 9:36-37; Lucas 18:15-17. Façamos umas singelas observações sobre isso.(1) Pequeninos eram trazidos a Ele por outras pessoas: “trouxeram-lhe, então, alguns pequeninos” (Mateus 19:13; cp. Marcos 10:13). Eles não vieram por suas próprias iniciativas espirituais. De fato, alguns desses eram tão pequeninos que não podiam andar: “E traziam-lhe também os pequeninos ” (Lucas 18:15).(2) Quando Cristo disse, “dos tais é reino de Deus” (Mateus 19:14), está falando acerca do domínio das bênçãos pactuais nos termos da terminologia da Nova Aliança. João 3:3 e I Coríntios 6:10, por exemplo, claramente emprega “reino de Deus” nesse sentido. Jesus não está meramente dizendo de “pessoas crescidas que devem ter a fé simples que é ilustrada nestes pequenos”. Podemos dizer isso com base nestas seguintes evidências: Alguns destas crianças são incapazes de demonstrar fé autoconsciente (Lucas 18:15). Jesus se aborrece quando seus discípulos tentam manter estas crianças e pequeninos longe d'Ele. Deseja que estes sejam diretamente apresentados a Ele: “E traziam-lhe também crianças, para que ele os tocasse: mas os discípulos vendo isto repreendiam-nos. Mas Jesus, chamando-os para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará nele”.( Lucas 18:15-17).O relato de Mateus sequer faz menção à fé infantil propriamente: “ Trouxeram-lhe, então, alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali ”. ( Mateus 19:13-15).(3) Jesus de fato pratica um significativo ato espiritual com estas crianças e ministra sobre elas as bênção divinas, espirituais: “ Trouxeram-lhe, então, alguns pequeninos, para que sobre eles pusesse as mãos, e orasse..., tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali ”. (Mateus 19:13-15). A imposição de mãos é um ato de profundo significado religioso que aparece em várias passagens do Novo Testamento: a ordenação de diáconos para o oficialato (Atos 6:6), a outorga do Espírito santo (Atos 8:17), a separação de homens para a atividade missionária (Atos 13:3), e a dotação de dons espirituais (I Timóteo 4:14; II Timóteo 1:6). Não somente mera formalidade.
2. Segunda. Expressamente Pedro elabora o primeiro do sermão pós-Pentecostes do Novo Testamento em termos de Aliança e do princípio da solidariedade familiar. Na seqüência ao milagre de Pentecostes, Pedro conclui seu sermão, advertindo: “Arrependei-vos e todos sejais batizados em nome de Jesus Cristo... pois a promessa é vós, para vossos filhos...” (Atos 2:38, 39). Considerando que a audiência era judaica (Atos 2:14, 22, 36), com pelo menos 1500 anos de pensamento conforme os padrões de Aliança do Antigo Testamento (compare com o ensaio de Estevão sobre história judaica em Atos 7) a promessa é bem naturalmente estruturada. Expressamente, Pedro inclui crianças nas promessas de Deus aqui neste primeiro Novo sermão de Aliança. Se Pedro estive preocupado em fazer com que os seus ouvintes conseguissem entender que os antigos princípios estavam radicalmente mudados (omitindo a unidade de família), ele certamente não teria proferido esta particular exortação e prometido isso desta maneira -- especialmente no contexto de persuasão para a fé em Cristo, arrependimento de pecado, e batismo. O princípio da solidariedade familiar claramente opera neste contexto evangelista.3. Terceira. Os filhos de crentes nas igrejas do Novo Testamento são tratados como “santos” (“santo” em grego significa “separado” e é usado aos cristãos). As saudações das cartas à Éfeso e Colossos mostram que foram expressamente escritas aos “santos” (Efésios 1:1; Colossenses 1:2). Ainda em ambas as cartas, as palavras de instrução são especificamente endereçadas aos “filhos” das igrejas. Por exemplo, Efésios 6:1 diz, “Filhos, obedeçam seus pais no Senhor; porque isso é justo”. Colossenses segue o exemplo (Colossenses 3:20, 21). Assim, ao falar para grupos diferentes de “santos” nenhuma diferenciação se fez entre crianças e adultos em termos de sua condição na igreja, ou entre filhos crentes e descrentes. Os filhos dos santos são incluídos na comunidade de Aliança, da mesma maneira que esposas (Efésios 5:22) e maridos (5:25).4. Quarta. Paulo ensina que a criança ainda que sendo crente apenas um dos seus pais, não obstante, “é separada” (isto é, distinta) dos filhos de uma família descrente. Primeira aos Coríntios 7:14 se lê: “p orque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos ”. Devemos notar que os filhos de pais crentes, as duas partes, pais e filhos, são consideradas “santificadas” e limpas em contraste com os filhos dos incrédulos, que são não santificados e “impuros” com respeito aos feitos graciosos de Deus em relação ao Seu povo. Paulo está utilizando aqui o princípio do Antigo Testamento da solidariedade familiar. Ele se refere a este princípio sob os símbolos diferentes de Romanos 11:16, onde declara: “se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são”.5. Quinta. Casos de batismos domésticos são suficientemente freqüentes no Novo Testamento para sugerir a continuação do princípio inclusivo de crianças com os seus pais crentes na Aliança. Dos doze episódios de batismos registrados no Novo Testamento, três são de batismo de toda a casa (Atos 16:14; 16:33-34; I Coríntios 1:16). Se o Novo Testamento realmente apresentava uma ênfase estritamente individualista em termos da fé, devia se perguntar-se por que só Lidia creu, enquanto seu lar todo foi batizado: “ E uma certa mulher, chamada Lídia, ... que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração ... E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou ...” (Atos 16:14,15). Seria certamente suficientemente fácil para Lucas especificar quando toda a família cresse, o que ele fez em Atos 18:8: “E Crispo, o principal da sinagoga, creu no Senhor com toda sua casa...”.Cumpre notar que em relação a Atos 16:34 muitas versões o traduzem mal. Por exemplo, a versão King James diz: “E quando ele os levou à sua casa , lhes pôs a mesa, e regozijando-se, creu em Deus com toda sua casa”. A Nova Versão Standard Americana Nova faz mais justiça ao texto deste verso em uma referência marginal ao verso 34: “regozijando muito com toda a sua casa, tendo crido em Deus”. A frase de particípio “tendo crido em Deus” está no singular. Deste modo, se refere só ao carcereiro: o carcereiro crê em Deus; sua casa se regozija. E estão toda a sua casa é batizada: “E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os seus” (Atos 16:33). Note, também, que Paulo indiscriminadamente apresenta a promessa em condições que expressam o princípio da solidariedade familiar: “Crês no Senhor Jesus Cristo, e serás salvos, tu e a tua casa ” (Atos 16:31; cp. também Atos 11:14).
Estas cinco considerações a respeito dos registros no Novo Testamento indicam a continuidade dos princípios da solidariedade familiar diante de Deus e o da inclusão dos filhos dos crentes na Aliança. O que então impediria que as crianças recebessem o sinal da promessa da Aliança – o batismo?
O Sinal da Nova AliançaNo Novo Testamento descobrimos a palavra expressa de Deus que revoga o rito de circuncisão como o sinal da Aliança (Gálatas 3:1ff; 5:2ff; Atos 15:1-6, 24). Como uma cerimônia de derramamento de sangue ele não é mais compatível com a fase final da redenção, que tem o derramamento final do sangue de Cristo, admitida a Sua morte de uma vez por todas (Hebreus 9:12-14, 25-26; 10:10). Deste modo, Deus substitui um rito sangrento por um não sangrento como sinal de Aliança: o batismo. Que o batismo substitui a circuncisão como o sinal da Aliança está a partir de várias considerações .1. Primeira. Em Colossenses 2:11, 12 Paulo especificamente relaciona os dois ritos, mostrando que o batismo substitui a circuncisão: “No qual também tendo sido circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo; tendo sido sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas ”. A frase do particípio no verso 12 (“tendo sido sepultados com ele no batismo”) é dependente do explicativo do verbo principal em verso 11 (“tendo sido circuncidados”). Como então somos circuncidados? Pelo nosso batismo!2. Segunda. Ambos ritos servem como iniciação na comunidade de Aliança (isto é na Igreja). Em Gênese 17:9-14 (discutida anteriormente) a circuncisão é o rito de iniciação na comunidade de Aliança. O homem incircunciso era excluído da comunidade da Aliança (V. 14). Em Atos 2:41 o batismo se torna o rito de iniciação: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas”. 3. Terceira. Ambos ritos são sinais e selos da Aliança da Graça do Amor de Deus para com o seu povo. Compare Gênese 17:9-14 (sobre circuncisão) com Gálatas 3:27-29: “ Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa”. 4. Quarta. Ambos ritos representam as mesmas verdades profundamente espirituais. Lembre-se: a circuncisão significa união com Deus, limpeza de pecados, e fé (veja ponto 3). O batismo, também, simboliza estas três verdades:(1) A fórmula batismal claramente expressa a união e comunhão com Deus. Em Mateus 28:19 lemos: “Batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo”. Paulo reflete no significado desta união batismal em vários lugares: Romanos 6:3: “ Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Gálatas 3:27: “p orque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”.(2) O batismo também retrata limpeza de pecados: Atos 2:38: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”. Atos 22:16: “ Levanta-te, e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor”. Primeira Carta de Pedro 3:21: “Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo”.(3) O batismo também reflete a fé: Marcos 16:16: “Quem crê for batizado será salvo”. Atos 8:12: “Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres”. Atos 8:36-38: “ E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou”. Atos 18:8: “E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados”.
Estas quatro perspectivas sobre o batismo demonstram conclusivamente que há um relacionamento intencional, propositado, e divinamente entre o batismo e a circuncisão. Dados os argumentos extensivamente acima esboçados, sobre qual base podemos excluir as crianças do batismo cristão ? As crianças da era da Nova Aliança têm tanto direito ao sinal da Aliança como as crianças da era da Velha Aliança.
Conclusão. O estudo sobre o batismo infantil foi desenvolvido seguindo as seguintes linhas de consideração:
• Primeira. Os dois testamentos da Bíblia são igualmente autoritativos como revelação de Deus para o seu povo. Os dois testamentos são vitalmente inter-relacionados. O Novo Testamento é a continuação e a expansão do Antigo Testamento.
• Segunda. Deus estabeleceu a família como palco para a demonstração de sua graça e misericórdia, e para revelar o principio da solidariedade familiar. Pelos séculos de história da aliança, a descendência dos crentes esteve incluída na aliança da graça de Deus e na sua comunidade da aliança. Ela sempre recebeu o sinal da aliança tanto enquanto infantes quanto adultos.
• Terceira. O Novo Testamento não ab-rogou o principio divinamente instituído da solidariedade familiar. Nem nos autorizou a excluir os infantes da comunidade da aliança. Sequer instruiu a comunidade cristã primitiva (composta grandemente por judeus aliancistas) a negar o sinal da aliança aos seus filhos.
• Quarta. O Novo Testamento trata as crianças como membros da comunidade da aliança, traça sermões em termos do principio da solidariedade familiar, e registra ações que exprimem o principio da aliança (i.e., os batismos domésticos).
• Quinta. O batismo assume a função da circuncisão na Nova Aliança. Uma vez que a circuncisão (que retrata as mesmas verdades do batismo) era aplicada aos infantes, por que não deve sê-lo o batismo?
Freqüentemente o cristão reformado tem adotado a posição defensiva a respeito do tema batismo infantil. Ele é desafiado a demonstrar a propriedade de batizar os infantes. Isso é lamentável. Realmente deveríamos desafiar os que negligenciam o batismo de seus infantes a apresentar razões de justificativa, escrituristicamente verificáveis, para a exclusão dos filhos dos crentes da Igreja e do batismo.
sexta-feira, 19 de julho de 2019
Método Alegórico de Interpretação Bíblica
Método Alegórico de Interpretação Bíblica
1. Escola de Alexandria
Após a morte dos apóstolos a era chamada pós apostólica( Seculo II ao IV ),liderada por pastores e bispos ou "Pais da igreja",com muitos debates teológicos e doutrinários e o sentido exato das palavras da Bíblia,e lógico como seria interpretadas as profecias,instituições e personagens do V.T.,de forma a refletir Cristo.
Surgem então 2 fortes linhas: 1.) Alegórica- Alexandria 2.) Literal - Antioquia
A escola de Alexandria tem suas raízes na filosofia grega como Heráclito e a huponóia,Platão e o mundo das idéias,Filo um judeu e grande estudioso da Septuaginta,tentando ligar Moisés a Platão(seus idolos),usando o método "alegorese"(alegoria).
Quando o cristianismo chegou à cidade muitos destes se converteram,e esta cidade chegou a ser liderada por Barnabé(Existe uma carta de Barnabé,onde ela usa o método alegórico para mostrar Jesus em vários textos do V.T.,usando o método de Filo).
Outro lider foi Pantenus e fundou uma escola do sistema alegórico de interpretar a biblia.
Seguiu Pantenus,Clemente de Alexandria,Orígenes que afirmava que o sentido literal é bom mas esconde o sentido primário:"literal é para iniciantes,espiritual para maduros"Interpretar a biblia literalmente é da cultura judáica e não dos cristãos.
É essa interpretação que domina a maioria das igrejas evangélicas hoje e que exerce uma grande influência na escatologia premilenista,líderes que espiritualizam as escritulas e manipulam suas ovelhas
2. A ESCOLA DE ANTIOQUIA
A primeira que surgiu foi a Escola de Antioquia Síria,fundada por Luciano de Samosata com base nas línguas originais.Ele fez uma recensão e uniformização dos textos,surgindo o texto Bizantino,texto adotado pela igreja até século XIX.Esse amado foi martirizado,sendo sujeitado a morrer de fome.Sua escola foi funda no século IV,mas Teófilo no século II já usava esse método.
Entre os vários que adotaram esse método citamos: Deodoro de Tarso,Teodoro de Mopsuéstia e João Crisóstomo,Atanásio,Dídimo,Cirilo de Alexandria,todos defensores da exegese literal.
Essa escola é a criadora do método gramático histórico,método adotado pela reforma,buscando o sentido da palavra grega,levando em conta o contexto histórico
Ela também defendeu levar em conta o estado mental dos profetas ao receber as visões,se ra mesmo uma visão ou uma intuição de como o profeta via o futuro através das circunstancias presentes,saindo das alegorias alexandrinas para um sentido espiritual mais profundo
Sabia que havia tipologia,mas defendiam a importância teológica de tais metáforas,mas valorizavam a historicidade e o valor teológico
CONCLUSÃO
Esse método interpretativo evita subjetividade descontrolada e se ater ao texto e saber mesmo sendo textos do passados aplicá-los hoje.
Os "Pais Latinos",assim chamados os que viveram IV e V como Tertuliano,Jerônimo,Agostinho,Ticônio,Ambrosiaster,todos eles seguiam a linha de Antioquia:gramático histórico do texto bíblico,dando atenção ao contexto histórico da passagem.
CORRENTES ESCATOLÓGICAS
ESCATOLOGIA
Importância do assunto
A Escatologia é um dos temas mais tratados na Bíblia. Sua importância despertava agudo interesse na igreja primitiva. Em toda a Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, o assunto é retratado de forma relevante e intensa.
O foco central, o âmago, o coração da Escatologia é A Segunda Vinda de Cristo. Como o próprio termo denota, a Escatologia não trata de toda a história do homem, mas focaliza e direciona o estudo para os acontecimentos finais da história humana e o estado eterno.
a importância do retorno de Jesus é demonstrado por cinco motivos:
1. sua proeminência nas Escrituras - profusão de textos referindo-se ao assunto. Só no Novo Testamento encontramos mais de 300 referências à vinda de Jesus - Dn 7.13,14; Zc 14.4; Mt 24 e 25; Mc 13; Lc 21; 1 Co 15; 1 Ts; 2 Ts; Ap;
2. é uma chave para as Escrituras. Muitos temas, ordenanças, promessas e simbolismo na Bíblia ficam plenamente claros quando compreendemos bem a doutrina do retorno de Jesus à terra - Sl 2; 22; 24; 45; At 3.19-24; Tg 5.8; Hb 10.37; Ap 1.7; 22.12,20;
3. é a esperança da igreja - Tt 2.13 "... a bendita esperança...";
4. é incentivo para o cristianismo bíblico - induz a auto-purificacao; inspira vigilância e perseverança; 1 Jo 3.3; 2 Pe 3.11; Mt 24.44; Rm 13.11; 2 Ts 1.7-10;
5. tem efeito marcante sobre nosso serviço - Há maior incentivo ao testemunho cristão de vida e verbal do evangelho. Rm 13.11-12.
Etimologia da Palavra
O termo Escatologia tem origem em duas palavras gregas (éschatos = "último", e logos ="estudo"). Portanto, a tradução da palavra seria algo como: "A Doutrina (ou estudo) das Últimas Coisas"
Premissas
1) Houve um início e haverá um fim do atual sistema mundial
2) desfecho da evangelização mundial
3) a justiça divina deve ser implantada
4) o Milênio de paz será estabelecido
5) é necessário iniciar-se o tempo eterno
6) a morte e o mal serão destruídos
7) o bem triunfará
8) o envelhecimento (murchação-deterioração das células) do ser humano cessará
9) o Reino eterno de Jesus será estabelecido
10) o pecado e suas conseqüências terão fim
Esboço Simplificado
A Escatologia pode ser dividida em cinco grandes blocos:
1. fim do mundo;
2. a segunda vinda de Cristo;
3. a ressurreição dos mortos;
4. juízo final;
5. a criação dos novos céus e da nova terra.
Esses cinco blocos envolvem, principalmente, os seguintes tópicos, com relação aos indivíduos e ao mundo, contemplando aspectos redentivos, de julgamentos e uma intervenção pessoal de Deus no mundo humano e físico:
a) acontecimentos importantes na história mundial;
b) o testemunho da igreja a todas as nações - Mt 24;
c) Israel: história, rejeição e salvação do remanescente
d) as duas ressurreições
e) os julgamentos intermediário e final
f) a Parousia de Jesus Cristo
g) o milênio de paz
h) o arrebatamento da igreja
i) a transformação dos salvos
j) morte física e eterna
Aspectos Históricos
Vários aspectos da doutrina cristã têm sido tratados no decorrer dos séculos passados. Desde o estabelecimento da igreja, no século I da Era Cristã, os grandes temas têm recebido atenção e desenvolvidos em períodos diferentes da história da igreja, conforme abaixo:
· século II - a igreja lidava especialmente com a Apologética e os fundamentos do Cristianismo;
· séculos III e IV - com a Doutrina de Deus;
· século V (início) - o homem e o pecado;
· séculos V até o VII - com a pessoa de Cristo;
· séculos XI até XVI - com a Expiação;
· século XVI - aplicação da redenção (fé, justificação, etc);
· século XIX - na metade deste século a Escatologia foi estudada precariamente. Vários erros foram introduzidos na igreja. Houve frustrações das expectativas, até então cridas, quando livros da Bíblia foram desconsiderados, inclusive o Apocalipse. Alguns teólogos chegaram ao absurdo de questionarem a autoridade de Jesus com relação aos eventos futuros, julgando-o, até mesmo, que havia se equivocado, e decidiram que, as predições bíblicas sobre o futuro do mundo eram meras invenções da igreja primitiva;
· século XX - bem no início deste século, entretanto, Albert Schweitzer fez uma revolução com o seu livro A Questão do Jesus Histórico, no qual demonstrou que a erudição crítica estava errada, e que a Escatologia devia ocupar posição central, e não periférica, nos ensinos de Jesus. Nos últimos tempos o assunto tem sido discutido até no governo da maior potência mundial, os EUA, inclusive, em debates presidenciais e televisionado para todos os países do mundo (ex. Reagan). Russell N. Champlin acha que o mundo tem de conhecer o tema e debatê-lo antes que os eventos finais sejam desencadeados em todo mundo (conforme veremos nas últimas lições). Por isso é que surgem místicos, dizendo as maiores heresias, das quais precisamos nos precaver para não sermos ludibriados por nenhuma delas.
A Escatologia no Novo Testamento
Escatologia Consistente, ou Radical
Pois bem, no meio de toda uma discussão da Escatologia e a vinda do Reino de Deus, se esse Reino seria literal ou não, onde prevalecia a posição de que o Reino de Deus não era literal na sua natureza mas ético, foi que surgiu Schweitzer com um posicionamento, iniciado por Johannes Weiss, de que o Reino do qual Jesus falou não era ético mas escatológico, isto é, que viria no fim, seria apocalíptico.
Com isso, ele então afunilou o ensino de todo o Novo Testamento para uma visão totalmente futurística. Na sua concepção, a chegada do Reino de Deus seria um clímax dramático, com distúrbios cósmicos, refutando, assim, os conceitos anteriores e não-escatológicos dos teólogos liberais, tendo esta sua posição sido chamada de Escatologia Consistente, ou Radical.
Para melhor compreensão, cabe dizer neste ponto que a Escatologia no sentido mais amplo e com tudo que a envolve, trata da implantação dos Reino de Deus aqui na terra, a começar dos corações humanos, e envolve uma série enorme de ações e acontecimentos previstos para ocorrerem na terra, o sobrenatural, vindo dos céus, entrando no natural e se estabelecendo no planeta.
Na verdade, o Reino de Deus deveria vir a ser estabelecido na terra com todas as características (já que é de Deus e de caráter justo) próprias de sua implantação: é claro, para os inimigos do Reino, o desfazimento do mal e seus agentes, com a aplicação da justiça e do juízo; mas, para os que o buscam e anseiam por ele, o estabelecimento da paz tão almejada e todas os benefícios que ela traz. Por que isso? É a destruição do reino atual, perverso, mal e corrupto, que é o de Satanás, e a implantação do justo e perfeito Reino de Deus.
Por isso, é que F. F. Bruce afirma que a pregação de Jesus, resumida em Mc 1.15 ("O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo; arrependei e crede no evangelho"), declara o cumprimento da visão de Daniel: "E veio o tempo em que os santos possuíram o Reino" (Dn 7.22).
Diz Bruce que, em certo sentido, o Reino já estava presente no ministério de Jesus: "se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado o Reino de Deus sobre vós" (Lc 11.20; cf Mt 12.28). Mas, em outro sentido, o Reino ainda estava no futuro. Jesus ensinou seus discípulos a orar: "Venha o teu Reino" (Lc 11.2).
Escatologia Realizada
Logo após Schweitzer, veio C. H. Dodd com o que ele chamou de Escatologia Realizada, afirmando que o Reino de Deus não seria escatológico futurístico mas que já havia chegado com a primeira vinda de Jesus, ao contrário da posição de Schweitzer. Ou seja, na época do ministério de Jesus na terra foram cumpridas todas as promessas sobre o fim.
Hoje, sabemos que essas posições não expressam toda a verdade, mas parte dela. Os judeus, na época de Jesus, tinham uma compreensão mais ou menos nessa linha de raciocínio (Lc 19.11). Erickson diz que, segundo Dodd, o conceito do dia do Senhor foi transferido a um evento histórico específico já ocorrido ou a uma série de eventos - o ministério, a morte e a ressurreição de Jesus. Ou seja, a escatologia foi cumprida, ou "realizada". Esse entendimento de Dodd é falho, visto ser incompleto e desconsiderar todo o quadro futuro.
O Reino de Deus, na verdade, já começou a ser implantado entre os homens, como disse Jesus (Mt. 11.12; 12.28; 13.24,31,33; Mc 10.15; Lc 17.20,21), mas esse enfoque é apenas sob um ponto de vista porque, como parte da Escatologia, era tão somente o início da implantação do Reino de Deus entre os homens, o qual deveria começar dentro de cada pessoa, de maneira individual, para mais tarde ser implantado de forma literal e visível no meio de todos os homens, na terra (Mt. 6.10; 7.21; 8.11; 13.43; 16.28; 25.31-34; Mc 14.25; Lc 13.23, 27-29; 22.16,18,30,42).
Escatologia Inaugurada
George E. Ladd chama a percepção distinta de textos, como os acima, de Escatologia Inaugurada, que guardam coerência com as palavras e ensinos de Jesus e com todo o Novo Testamento. O período da encarnação de Cristo, sua vida, paixão, exaltação, o derramamento do Espírito Santo e o chamado dos gentios para se integrarem ao Novo Israel (o povo de Deus) e o cumprimento das predições proféticas a respeito do fim é, de fato, a Escatologia Bíblica.
O resumo de tudo é que, o "tempo do fim", "os últimos dias" começou com a encarnação de Jesus e vai até o início do estado eterno futuro, e disso falaram todos os profetas. De acordo com Shedd, o Reino de Deus veio na pessoa de Jesus Cristo e seu ministério, de forma legítima, mas não na sua totalidade.
Concluímos finalmente que a questão do estabelecimento do Reino de Deus na terra, no qual existe uma tensão até que tudo se cumpra, é o que alguns chamam de "já", mas "ainda não" da esperança cristã, isto é, já iniciou-se a sua implantação mas ainda não de forma completa.
Tudo que estudaremos a seguir é a exegese, a interpretação pormenorizada desse tema maior que é a Escatologia
Correntes Teológicas de Interpretação:
1. CONCEITOS MILENISTAS - Estudos acerca do Milênio bíblico:
a. Pós-milenismo - essa linha de raciocínio não especifica uma data para o início do Milênio. Tem a concepção de algo parecido com um milênio já inaugurado e a chegada do Reino de Deus de forma gradual, lentamente;
a. Amilenismo - essa outra corrente nega um milênio terrestre propriamente dito, em que Cristo reinará;
b. Pré-milenismo - aquele que crê em um reino literal de Cristo na face da terra por um período de mil anos, que se iniciará com a sua vinda, inaugurando-o. Ele se entende também como o ponto de vista que situa o arrebatamento e a vinda de Cristo antecedendo o Milênio.
2. CONCEITOS TRIBULACIONAIS - Estudos sobre a natureza, duração e época da grande tribulação:
a. Pré-tribulacionismo - o que defende o arrebatamento da igreja para antes da Grande tribulação, colocando-a fora de cena no período tribulacional;b. Pós-tribulacionismo - o que mostra a igreja passando necessariamente pela Grande Tribulação e Jesus livrando-a quando de sua vinda para inaugurar o Milênio e o seu Reino eterno;
a. Pré-tribulacionismo - o que defende o arrebatamento da igreja para antes da Grande tribulação, colocando-a fora de cena no período tribulacional;b. Pós-tribulacionismo - o que mostra a igreja passando necessariamente pela Grande Tribulação e Jesus livrando-a quando de sua vinda para inaugurar o Milênio e o seu Reino eterno;
c. Intermediários - vários pontos de vista, como abaixo:
- Mid-tribulacionismo - o que diz que Cristo virá no meio da Grande Tribulação;
- Arrebatamento parcial - o que afirma que Cristo arrebatará partes da igreja isoladamente, isto é, em grupos;
d. Pós-tribulacionismo iminente - o que diz que Cristo virá após a Grande Tribulação, porém, nossa espera é iminente.
A PAROUSIA ou SEGUNDA VINDA DE JESUS (O Retorno de Cristo)
Na língua grega, temos três termos técnicos para indicar a vinda de Jesus: Apocalipse, Epifania e Parousia sendo que, destes três, o mais freqüentemente utilizado é Parousia.
Apocalipse: o significado literal dessa palavra é "revelação", como em "a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 1.7). "Revelação de Jesus Cristo" (Ap 1.1). De acordo com 2 Ts 1.6-7 e 1 Pe 4.13, essa revelação parece ser um tempo de alívio das grandes provações que produzirá alegria e regozijo nos salvos.
Epifania: este termo significa "manifestação". Expressa a vinda de Cristo no fim da tribulação e envolve o julgamento do mundo e do Anticristo. A esperança dos crentes é colocada nessa manifestação, quando esperam a recompensa e sem recebidos por Cristo (1 Tm 6.14; 2 Tm 4.8).
Parousia: é um termo grego que significa "Presença", "Aparecimento", "Advento", "Chegada". É a "vinda" de alguém, a fim de "estar presente". Mt 24.3,27,37,39; 1 Co 15.23, 16.17; 2 Co 7.6-7; 10.10; Fp 1.26; 2.12; 1 Ts 2.19; 3.13; 4.15; 5.23; 2 Ts 2.1,8-9; Tg 5.7-8; 2 Pe 1.16; 3.4,12; 1 Jo 2.28.
A Natureza da Parousia
H. C. Thiessen diz que no Novo Testamento temos o testemunho de Jesus, dos "varões vestidos de branco" e dos apóstolos. Jesus declarou que voltaria pessoalmente (Jo 14.3; 21.20-23), inesperadamente (Mt 24.32-51; 25.1-13; Mc 13.33-36), repentinamente (Mt 24.25-28), na glória de seu Pai e seus anjos (Mt 16.27 19.28; 25.31-46), e triunfantemente (Lc 19.11-27). Os "varões de branco" testificaram quando da ascensão de Cristo de que ele viria em pessoa, corporal e visivelmente, e repentinamente (At 1.11).
O testemunho dos apóstolos é bastante intenso. Citaremos apenas parte dele. Pedro testifica que ele virá em pessoa (At 3.19-21; 2 Pe 3.3,4), e inesperadamente (2 Pe 3.8-10). Paulo testifica que ele virá em pessoa (1 Ts 4.16,17; Fp 3.10,21) e repentinamente (1 Co 15.51,52), em glória e acompanhado pelos anjos (Tt 2.13; 2 Ts 1.7-10). A epístola aos Hebreus testifica que ele virá pessoalmente (9.28) e com presteza (10.37). Tiago testifica que ele virá em pessoa (5.7,8). João testifica que ele virá em pessoa (1 Jo 2.28; 3.2,3), repentinamente (Ap 22.12), e publicamente (Ap 1.7). E Judas cita Enoque para demonstrar que ele virá publicamente (v. 14,15).
Alguns entendem a vinda do Senhor como sendo: a vinda do Espírito Santo no Pentecostes, a conversão da alma, a destruição de Jerusalém, a morte física, a conversão do mundo, a ressurreição de Jesus, etc. Tais posições são errôneas. A vinda de Jesus é literal e inconfundível. Ap 1.7 diz que "todo olho O verá".
O Propósito da Parousia
A vida do crente não teria nenhum significado do ponto de vista de sua esperança, se não fosse a promessa e a espera certa e confiante na vinda de Cristo. Por que este assunto é tão enfatizado? Haveria motivos para a tão grande ênfase que o próprio Senhor dá a este assunto e como os apóstolos o trataram? Atentemos para alguns motivos que destacamos como sendo reveladores desse intenso tratamento.
· Trazer a justiça eterna. Dn 9.24; diferença entre justos e injustos. Ml 3.18;
· Vingar dos que não se importaram de conhecer a Deus. 2 Ts 1.8; Rm 1.21;
· Estabelecer, no sentido mais pleno, o Reino de Deus. 1 Co 15.24-28; Fp 2.10-11.
· Destruir a morte que está sobre todos os homens. Hb 2.14; 1 Co 15.26;
· Dar posse no Reino de Deus a todos os salvos. Mt 25.34.
A GRANDE TRIBULAÇÃO
"Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais" (Mt 24.12).
Com essas palavras, Jesus esclarece os discípulos e enfatiza o tempo em que será intensificada a tribulação já sofrida pela igreja durante toda sua história, mencionando vários acontecimentos que estão ocorrendo nos últimos séculos tais como, guerras, rumores de guerra, fomes, perseguições e terremotos, revelados como sinais indicativos do período que ele chamou de "o princípio das dores". Com isso em mente, não podemos nos esquecer que estamos vivendo no "tempo do fim", um período claramente pré-tribulação.
Duração e Natureza da Grande Tribulação
W. H. Baker diz, com muita propriedade, que a Grande tribulação é um período de aflição sem precedentes, de alcance mundial, que introduzirá a Parousia, a volta de Cristo à terra em grande glória. (Paralelos: Mc 13.19; Lc 21.23; Ap 3.10). Acrescento, ainda, que afetará até mesmo os poderes dos céus com eventos catastróficos. No Antigo Testamento é o "tempo de angústia para Jacó" (Jr 30.5-7; ver Dn 12.1).
Há quem atribua uma duração de quarenta (40) anos para esse período, com base em que este número sempre simbolizou provação: o dilúvio; os dois jejuns de Moisés; desafio de Golias a Israel; anúncio de Jonas a Nínive e a tentação de Jesus. Outros, como os pré-tribulacionistas, pensam que a tribulação durará sete (7) anos. De fato, tomando como referência a profecia das setenta semanas de Daniel 9.24-27, resta, ainda, uma semana profética (7 anos) para completar os acontecimentos descritos pelo profeta Daniel.
O Anticristo
"O anticristo, com olhar vazio, tão sem misericórdia quanto o sol, já nasceu, o necessário precursor da Segunda Vinda". (Champlin)
A personagem principal desse tempo será, de fato, o Anticristo, comumente conhecido como A Besta do Apocalipse. Esse personagem, que será a própria personificação do mal, foi descrito pelo apóstolo Paulo como o Homem da Iniquidade, o Filho da Perdição, o Iníquo, o opositor de Deus, o qual o Senhor Jesus matará pelo assopro de sua boca e o aniquilará pelo esplendor de sua vinda (2 Ts 2.3-10).
Eu penso que essa última semana profética começará quando o Homem da Iniquidade (o Anticristo) iniciará ser reinado trazendo soluções fantásticas para os problemas políticos, econômicos e religiosos e, pouco a pouco, ganhando a simpatia do mundo e dos poderosos, adquirindo autoridade e poder, implantará o seu domínio, a ponto de exclamarem: "...quem é semelhante à besta?" (Ap 13.1-8). Já faz algum tempo que as nações poderosas do mundo buscam um líder mundial, que traga soluções para os seus graves problemas. Daniel 9.25-27, fala que o Anticristo ("...um príncipe que há de vir...ele...") fará firme aliança com muitos (provavelmente líderes da nação de Israel) por uma semana, mas na metade da semana fará cessar o sacrifício.
Com a quebra desse pacto na metade da semana, tirará sua máscara e estabelecerá o domínio de terror e perseguição, tanto de Israel quanto da igreja, no restante da semana, e que o sofrimento da igreja, causado pela perseguição satânica, durará um tempo definido de três (3) anos e meio ou quarenta e dois meses, ou um tempo, tempos e metade de um tempo ou 1.260 dias, com essas expressões significando o mesmo lapso de tempo que será, no meu entender, a Grande Tribulação propriamente dita ou o período mais intenso dela.
O período da Grande Tribulação terá como personagem principal o Anticristo e será um dos tempos mais terríveis da história do homem. Cenas indescritíveis na linguagem humana se desenrolarão em todo o planeta. Aquele será o tempo em que Satanás, na pessoa do Anticristo, agirá com maior liberdade e grande ferocidade contra o povo de Deus e tomará as rédeas políticas, religiosas e econômicas, com as quais deverá comandar uma espécie de Império Romano que, provavelmente, ressurgirá naqueles dias, composto de dez nações confederadas (Dn 7.7, 23-26; Ap 17.8-18. Besta de Ap 13 e 19; o Homem da iniquidade de 2 Ts 2).
Naquele tempo, a crueldade de Satanás somente não exterminará a igreja pela intervenção divina e pelo testemunho que ela terá de dar. Foi dado a ele, entronizado na besta, fazer guerra contra os santos e vencê-los (Dn 7.21e Ap 13.7). As duas testemunhas serão martirizadas (Ap 11.3-14). Será um tempo de martírio dos fiéis, até onde for permitido pelo Senhor, justificando plenamente o julgamento de Deus e a ira divina sobre o reino das trevas. Jesus disse que, se o tempo não fosse abreviado nenhuma carne se salvaria, tão grande e apertado será aquele tempo.
Nessa época, quando o Anticristo detiver todo o poder mundial nas suas mãos, deverá controlar todo o sistema mundial do comércio e comunicações. Ninguém poderá comprar ou vender sem a sua marca, nome ou número do seu nome - através do computador?
Após essa tribulação sofrida pela igreja, Jesus, vindo em defesa dos seus escolhidos, descerá dos céus com grande poder e glória (a Parousia, de que falamos), colocando fim na Grande Tribulação, executará o seu juízo na terra, com todos fatos dele decorrentes, tais como os descritos em Zacarias (4.1-7, 12-15, 2 Pe 3.7, 10-13; Ap 19.11-21). Esse dia apanhará muitos de surpresa, porquanto, os ímpios inimigos de Deus se acharão seguros e donos da situação, supondo terem dominado a igreja, quando lhes sobrevirá repentina destruição à qual não haverão de escapar (1 Ts 5.3), de forma semelhante aos dias de Noé, anteriores ao dilúvio (Mt 24.37-39).
Armagedom e Gogue e Magogue
Os acontecimentos, mencionados nessas passagens, que terão lugar naquele tempo, são inenarráveis. Porquanto, serão derramados sobre a terra os ais e as pragas e todos os acontecimentos previstos no livro de Apocalipse, descritos nas narrativas dos seis primeiros selos, das sete trombetas, das sete taças da ira de Deus. Jesus se referiu a essa ocasião como um tempo de catástrofes mundiais, tumultos de toda ordem, sinais nos céus, no sol, nos oceanos, na lua e nas estrelas, grandes terremotos e o abalo as potências dos céus.
A nação de Israel será invadida por Gogue, que alguns estudiosos acham que pode ser a Rússia, nessa época se dará a grande Batalha do Armagedom (Ar Megido) (Ap 16.16; 19.17-21), com a destruição dos exércitos dos inimigos de Israel e do povo de Deus, que o profeta Ezequiel (38.2-39.20) e o apóstolo João (Ap 20.8) chamaram de Gogue e Magogue, nos montes da Palestina.
A Conversão de Israel
Depois do rompimento da aliança com o Anticristo, Israel reconhecerá o Jesus, a quem rejeitaram, como o seu esperado Messias (Zc 12.10,11). Então se cumprirá a palavra de Jesus a respeito de sua aceitação por parte dos filhos de Israel (Mt 23.37-39). De Sião virá o libertador (Rm 11.26) Jesus, e .
Com a conversão de Israel (Ez 39.21-29), entendo que os israelitas, juntamente com a igreja, desencadearão um testemunho poderoso e eficaz, empreendendo uma ação missionária, provavelmente nunca havida até aquele tempo.
As Ações na Grande Tribulação
Os principais fatos, que ocorrerão na Grande Tribulação, podem ser assim resumidos:
a. domínio e revelação de Satanás, através da Besta e do falso profeta;
b. a grande apostasia (rebelião) contra Deus e Jesus;
c. ira da Besta e perseguição contra Israel e os cristãos que testemunharão enfrentando a própria morte (Ap 12.11);
d. juízos de Deus contra a Besta, o falso profeta e os ímpios (nações). Influência na atmosfera: escurecimento do sol e lua, queda das estrelas, estrepitoso estrondo, grande cataclisma no globo terrestre (2 Pe 3.7-13).
b. a grande apostasia (rebelião) contra Deus e Jesus;
c. ira da Besta e perseguição contra Israel e os cristãos que testemunharão enfrentando a própria morte (Ap 12.11);
d. juízos de Deus contra a Besta, o falso profeta e os ímpios (nações). Influência na atmosfera: escurecimento do sol e lua, queda das estrelas, estrepitoso estrondo, grande cataclisma no globo terrestre (2 Pe 3.7-13).
AS RESSURREIÇÕES E O ARREBATAMENTO
Esses dois acontecimentos terão lugar quando Jesus descer dos céus para colocar fim à Grande Tribulação e estabelecer seu Reino na terra. Além das referências no Antigo Testamento, acham-se registrados, no Novo, em quatro textos principais, destacados, a seguir: Mt 24.31;1 Co 15.1-55; 1 Ts 4.13-18; Ap 20.4-6.
As Ressurreições
Exemplos de ressurreições na Bíblia:
Antigo Testamento > O filho da viúva de Sarepta (1 Re 17.17-24); O filho da Sunamita (2 Re 4.18-37); um morto tocado pelo corpo de Eliseu (2 Re 13.20-21).
Novo Testamento > O filho da viúva de Naim (Lc 7.12-15); a filha de Jairo (Mt 9.23-25); Lázaro (Jo 11.1-44); mortos no dia da morte/ressurreição de Jesus (Mt 27.51-53); Dorcas (At 9.36-41); Êutico (At 20.9,10) e a de Jesus (Mt 28.1-10; Mc 16; Lc 24; Jo 20), diferente e mais poderosa que as demais (Ef 1.18-20).
Primeira ressurreição:
A primeira ressurreição compreende duas fases e uma ordem: a de Jesus, como as primícias (1 Co 15.20-24); a de todos os salvos, mortos em Cristo, tanto os do Antigo Testamento, como os de toda a história da igreja e os que forem mortos durante da Grande Tribulação. Ela é chamada de ressurreição dos justos (Lc 14.14).
Com exceção da de Jesus, que já aconteceu, a primeira ressurreição ocorrerá no momento exato da Parousia (vinda) de Cristo, antes do Milênio de paz (por isso, pré-milenista) Mt 24.29-31; Jo 5,28; Ap 20.4-6.
O caráter da ressurreição: não será simbólica nem espiritual, como alguns afirmam mas, literal e física, ou corpórea. Is 60.8; Dn 12.2; 1 Co 15.; 1 Ts 4.13-18. Ela será uma ressurreição "dentre (ek) os mortos".
Segunda ressurreição:
Essa é denominada de ressurreição do juízo e envolve os ímpios perdidos de todos os séculos. A sua ocasião será após o período de mil anos de paz na terra, o milênio. Dn 12.2; Ap 20.5,11-13.
O Arrebatamento
Alguns exemplos na Bíblia: Enoque (Gn 5.24); Elias (2 Re 2.11); Filipe (At 8.39-40), além de outros.
A palavra "Arrebatamento" não se encontra na Bíblia. A idéia e a certeza desse evento futuro, sim!
O texto principal encontra-se em 1 Ts 4.13-18. Na verdade, esse acontecimento se confunde muito com o evento da ressurreição, porque os fatos são intimamente ligados entre si.
Com efeito, o termo "ressurreição" significa "surgir novamente"; ressurreição é o fato de alguém, ou algo, voltar à vida que já havia sido perdida; o arrebatamento é a ação de algo ou alguém ser transportado de um lugar para outro. Esses dois acontecimento se misturam porque ocorrerão simultaneamente. Até mesmo porque, transformados em corpos incorruptíveis e arrebatados até às nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, serão todos os salvos (1 Co 15.51; 1 Ts 4.17) mas, ressuscitados serão apenas "os que já dormem".
Muitos cristãos, com base nos ensinamentos pré-tribulacionistas, estão aguardando o arrebatamento como o primeiro acontecimento a ter lugar na história a qualquer momento. No entanto, segundo ensina a Bíblia (Mt 24.29-31 e 2 Ts 2.1-3), o que precisamos esperar com vigilância, perseverantes e firmes na fé, como os próximos eventos a ocorrerem em todo o mundo, são: o aparecimento do anticristo e a Grande Tribulação. O arrebatamento será um evento literal, visível, de dimensões mundiais, catastrófico e, juntamente com o retorno de Jesus e todos os fatos que o acompanharão, marcará o fim desta era tenebrosa (2 Pe 3.10-13).
O MILÊNIO DE PAZ E O ESTADO ETERNO
Definição do Milênio
Alguns estudiosos não vêem na Bíblia um milênio (mil anos) literal na terra depois da volta de Jesus. De fato, as Escrituras são escassas com respeito ao tempo de duração desse período. Apesar disso, no curto trecho de Apocalipse 20.1-7 vemos os mil anos sendo mencionados nada menos que 6 (seis) vezes. Entendo que essa quantidade de referências é suficiente como base para a doutrina. A própria didática mostra que a repetição é uma das técnicas utilizadas no ensino. Além disso, um número enorme de textos se identificam com esse período. Eis alguns deles: Is 2.4; 4.2-6; 11.1-10; 65.20; Jl 2.21-27: 3.8-20; Mq 4.1-4; 5.7-8; Zc 14.9; 16-21.
O Caráter do Milênio
Esse período terá um governo teocrático (de Deus) na terra; será caracterizado pela prosperidade, paz, eqüidade, justiça e glória (Is 11.2-5) e sua sede é a Nova Jerusalém que descerá dos céus (Ap 21.1-22.15) e, segundo entendo, se estabelecerá no local da atual Jerusalém, em Israel, na Palestina (Zc 12.6, 8-10).
O Contexto do Milênio
A sucessão de acontecimentos, tão cronológico quanto possível, por ocasião da implantação literal do Reino de Deus aqui na terra, podem ser considerados em três fases: antes, durante e depois do Milênio.
Antes >> acontecimentos finais da Grande Tribulação com todos os seus desdobramentos; invasão de Israel por Gogue; ressurreição e arrebatamento dos mortos em Cristo; transformação e arrebatamento dos salvos vivos; a grande batalha do Armagedom; Juízo intermediário e morte dos ímpios; escurecimento do sol, lua e estrelas caindo; destruição do reino da Besta (o Anticristo); Aprisionamento de Satanás e dos todos os demônios; lançamento da Besta e do falso profeta no lago de fogo; purificação e transformação do globo terrestre - vales aterrados e montes nivelados; a Nova Jerusalém desce dos céus; alguns preservados do juízo entram no Milênio;
Durante >> Governo de paz na terra, os fiéis reinam com Cristo na Nova Jerusalém; Satanás e os demônios presos; afastamento do mal da terra, resultando na redução de pecados, afastamento de enfermidades e males; prolongamento da vida; mansidão dos animais; banimento das trevas; Bodas do Cordeiro; dádivas trazidas à Nova Jerusalém;
Depois >> no fim do Milênio, soltura de Satanás por breve período de tempo, que sairá a enganar as nações; revolta das nações contra o Reino de Jesus e a Nova Jerusalém; manifestação da ira de Deus sobre os homens na terra; lançamento de Satanás no lago de fogo eternamente; destruição do pecado e da morte; segunda ressurreição dos restantes dos mortos para o juízo final; entrada no estado eterno; novos céus e nova terra.
O Estado Eterno
Este estado de eterna glória, em que Deus já terá enxugado as lágrimas de todos os salvos, jamais findará. Jesus Cristo entregará o Reino ao Pai. Haverá um novo céu e uma nova terra onde habitará a justiça. Não haverá mais tristeza, nem ódio nem dor, nem lembranças amargas do passado. Não haverá mais noite e o tempo cronológico provavelmente deixará de existir. Todos os salvos de todas as épocas se reconhecerão e estarão juntos eternamente. O puro e perfeito amor será desfrutado na sua inteireza. Acredito que não haverá mais a possibilidade de pecar. Os salvos serão unidos ao Senhor de maneira perfeita, física (corpo ressurreto e incorruptível) e espiritualmente, nas suas frontes estará gravado o Seu nome.
IMPLICAÇÕES DA ESCATOLOGIA NA OBRA MISSIONÁRIA
No eterno propósito de Deus, os relatos da Bíblia com respeito aos acontecimentos nestes últimos tempos do fim, como não poderia deixar de ser, estão intimamente relacionados com a salvação do ser humano.
O Problema da Interpretação
Segundo aquilo que cremos ou entendemos da Escatologia (segunda vinda de Jesus, existência ou não do milênio, tempo da grande tribulação, perdição dos ímpios, ressurreição dos mortos, vida eterna e castigo eterno, julgamento, arrebatamento, restauração de Israel, etc), é que agiremos com relação a tarefa missionária da evangelização do mundo, ordenada por Jesus, de maneira enfática antes de sua ascensão Mt 28.18-20.
O entendimento da possibilidade de não existir um milênio literal na terra, embute a idéia errônea da conversão gradual de todas as nações, e leva os cristãos à estagnação, desobediência, desmotivação e descompromisso com a tarefa de evangelizar o mundo pois, essa forma, não vê a necessidade das missões, visto que é esperada a conversão em escala mundial, invalidando, assim, a Palavra de Deus. Essa visão torna a igreja apenas expectadora dos acontecimentos, em que tudo ocorreria automaticamente, à parte da atuação da igreja.
A crença em um arrebatamento iminente (a qualquer momento) e secreto antes da Grande Tribulação, a fim de retirar a igreja da terra antes que ela ocorra, dá margem ao que Champlin chamou de "a igreja da fé fácil", ou seja, aquela que não pode sofrer os efeitos da perseguição. Isso resulta numa igreja desinteressada, fraca e sem poder para testemunhar, em meio aos sofrimentos impostos pela oposição ao evangelho de Jesus.
A Esperança
Com relação a Escatologia, temos duas importantíssimas instruções de Jesus a serem por nós observadas, de grande relevância na nossa esperança cristã e padrão de vida.
A primeira é a esperança. É a necessidade de conhecermos o assunto de forma mais aprofundada, de termos consciência da certeza irrefutável da vinda de Jesus e da implantação do Reino de Deus aqui na terra, com todos os seus desdobramentos, e esperarmos o cumprimento dessas promessas, mostradas através dos textos de Mt 24.3-13, 21-22, 29-35, 42-44 e Lc 21.20-28, 34-36. O resumo da promessa é que Ele virá (Ap 22.7,20) e que venceremos com Ele (Ap 12.11; 17.14).
O Compromisso
A segunda, é acerca do nosso compromisso e preocupação com o anúncio do evangelho e não com especulações. O que precisamos Jesus já nos informou na sua Palavra Mt 24.14, 36-39; 25.14-30; Lc 21.6-8, 12-18, 24.46-49; At 1.6-8. O Dr. Russell Shedd diz que a Escatologia não tem a missão principal de responder às perguntas suscitadas pela nossa curiosidade, mas sim de incentivar nossa responsabilidade (Ap 22.7). Quando os discípulos quiseram saber pormenores acerca da Vinda (sobre dia e hora), Jesus concentrou sua atenção sobre a evangelização mundial (At 1.6-8).
De fato, assim como agora nos cabe a tarefa da evangelização, viveremos eternamente para o servir (Ap 22.3), enquanto com Ele reinamos. Por isso, aguardemos os acontecimentos de forma correta, anunciando o evangelho do Reino, conforme ensinou em uma de suas parábolas: "Negociai até que eu volte" (Lc 19.13).
A Doutrina da graça na prática
A DOUTRINA DA GRAÇA NA PRÁTICA
(leia o Salmo 23)
Onde vou viver?Onde vou trabalhar?Com quem vou casar?
Estas são as três grandes questões da vida.
Há dezenas de outras menos importantes que também pesam muito sobre nós.
Devo comprar este carro?Faço essa viagem?Onde vou estudar?
Algumas vezes pode ser muito difícil responder a essas questões. Minha decisão de ser o pastor na Igreja Presbiteriana do Brasil em vez de médico como minha família queria, em julho de 1979, tomou várias semanas de debate interno e oração confusa. Dia após dia, eu gritava por dentro: “O que eu faço?” Muitos de vocês já estiveram nessa situação. Outros sempre estão assim. Não sabemos exatamente o que fazer.A questão que devemos tratar aqui é se Deus vai nos ajudar ou não em nossas decisões. Para isso, mais do que em qualquer outro assunto, devemos adotar um entendimento evangélico de Deus e do nosso relacionamento com ele. Devemos reconhecer que Deus é um ser pessoal que ama seu povo em Jesus Cristo e que promete guiar seu povo como um Pai e como um Pastor. Devemos admitir ser verdade que:Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome (Sl 23.2,3).E novamente o salmista Davi diz:Bom e reto é o Senhor, por isso, aponta o caminho aos pecadores. Guia os humildes na justiça e ensina aos mansos o seu caminho. … Ao homem que teme ao Senhor, ele o instruirá no caminho que deve escolher (Sl 25.8,9,12).Parece bastante claro que Deus nos leva, guia e instrui no caminho que devíamos escolher: A discussão que ocorre nos círculos evangélicos é sobre como Deus guia seu povo. Como ele torna sua vontade conhecida? Como ele comunica o melhor caminho a seguir?
Há dois extremos a serem evitados.
O primeiro é o excesso do super espiritual. Disposições interiores, providências extraordinárias, sonhos e vozes separadas da Palavra tornam-se infalivelmente cheias de autoridade. Muita bobagem tem sido feita em anos recentes em nome do que “Deus me disse para fazer” por um desses meios.
O outro extremo a evitar-se é aquele de reduzir a orientação a nada mais do que a aplicação de princípios bíblicos. A Bíblia, nesse conceito, torna-se um manual para a vida que virtualmente dispensa ajuda sobrenatural. Essa posição tende para o Deísmo, um conceito que elimina qualquer interação pessoal ou comunicação significativa entre Deus e seu povo.
Em algum lugar entre estas duas posições encontra-se o equilíbrio bíblico. Deus guia seu povo. Ele faz isso por meio de seu Espírito. Mas o Espírito faz seu trabalho por meio de princípios sadios e, como veremos, através da interpretação de nossas circunstâncias.
A Iluminação do EspíritoUma ala da tradição reformada nega firmemente que Deus dê a seu povo alguma nova revelação (cessacionistas), “tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade a seu povo” (Confissão de Fé de Westminster, I.I).
A outra ala que não concorda com isso(continuístas) são obrigados a concordar que o único meio infalível é a Palavra Deus geralmente não guia seu povo falando-lhe audível ou diretamente,todos os outros meios devem passar pelo crivo dessa Palavra. Ele fez isso nos tempos bíblicos, e não o faz agora da mesma forma.
O agricultor hebreu comum que buscasse a orientação de Deus quanto ao que plantar, trigo ou cevada, não recebia a resposta diretamente. Ele orava pela sabedoria necessária para tomar a decisão , e lhe era dada. Do mesmo modo, mesmo aqueles que crêem em profecia progressiva e em revelação por sonhos, são obrigados a concordar que este tipo de orientação é igualmente a rara exceção hoje. A maior parte de nossa orientação, a variedade diária para pessoas comuns, é muito mundana, até mesmo para o carismaticamente inclinado.Todavia, o papel sobrenatural do Espírito Santo é mais vital ainda. Devemos ter o Espírito Santo se quisermos evitar cálculos errados e passos em falso. Contudo, sua obra, desde a conclusão do cânon da Escritura, deveria ser entendida como a de iluminação e não de inspiração . O Espírito Santo é a chave para orientar, mas ele não nos orienta dando novas informações (como em “fazer isso ou aquilo”), e sim iluminando a Palavra dada e nossas circunstâncias , mostrando-nos o caminho da sabedoria.
Ele nos dá uma paz segura e convicção certa, garantindo-nos que estamos nos movendo numa direção consistente. Ele ilumina todos os fatores diante de nós, de modo que somos capazes de escolher aquilo que é sábio e bom.Como ele faz isso? Já demos algumas sugestões. Para uma resposta mais completa avancemos para a próxima seção.
Princípios Evangélicos de Orientação
Vamos considerar como o Espírito faz esta obra. Respostas seguras podem ser encontradas revendo o ensino evangélico padrão sobre orientação.Em primeiro lugar, Deus nos orienta através da Escritura. Isso é verdade tanto no sentido específico
(a) proibindo certas opções e prescrevendo outras, quanto no sentido mais geral
(b) dando forma aos desejos, pontos de vista e a perspectiva do filho de Deus. Por exemplo, se eu estivesse procurando casar-me, a Escritura me diria para não me casar com uma mulher não-cristã, como no item ‘a' . Mas, também daria forma a meu conceito sobre o que o casamento é, por que o casamento é uma “condição respeitável” , e sobre as qualidades a observar em uma esposa, como no item ‘b' . Deste modo, um homem solteiro piedoso procurará uma esposa cristã tanto porque isso é o que a Escritura requer, como porque a Escritura deu forma a seus desejos, de modo que é isso que ele deseja também, deseja até mesmo ardentemente. Se eu fosse procurar um emprego, a Escritura não me diria para procurar um emprego como um traficante ou gangster (bandido), como no item ‘a' , mas ela também me falaria sobre a dignidade do trabalho e para procurar um trabalho que maximiza meus dons, ao mesmo tempo em que sirvo a igreja e a sociedade, como no item ‘b' .No sentido prescritivo e restritivo, lemos:De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra… Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti (Sl 119.9,11).No sentido de dar forma, lemos:Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos (Sl 119.105).Paulo pôde dizer que,Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2Tm 3.16,17).A Palavra de Deus nos equipa “para toda boa obra” limitando nossas opções e dando forma a nossos interesses. Ela nos ensina em um sentido positivo, informando-nos sobre a verdade e treinando-nos na justiça. Ela também nos reprova, corrigindo erros e mostrando-nos onde erramos o alvo.A Bíblia é o primeiro e infalível meio pelo qual Deus guia seu povo. Mais do que qualquer outro fator, ela determina o tipo de vida que devemos levar. Milhares de opções são literalmente eliminadas pela influência da Bíblia sobre nós. Nada que é ilegal, imoral, egoísta ou sem amor, pode ser considerado. Mas novamente, é importante compreender que ela faz isso não apenas por meio de regras específicas (nosso item ‘a' ), mas também dando-nos a “mente de Cristo” (1Co 2.16, nosso item ‘b' ). Pela constante leitura, estudo e meditação na Palavra de Deus, começamos a “pensar os pensamentos de Deus após ele” , para usar a frase de Calvino. Assim, estar “cheio do Espírito” é “deixar a Palavra de Cristo habitar ricamente em você ” (compare Ef 5.18,19 com Cl 3.16). Ser “guiado pelo Espírito de Deus” deve especificamente fazer morrer a carne e andar no Espírito (Rm 8.12-14).A Bíblia nos ensina a olhar para a vida e suas opções como Deus olharia para ela. Quando digerimos interiormente a Palavra de Deus, torna-se quase instintivo para nós, responder ao mundo da perspectiva que Deus tem, com base nos valores e prioridades divinas. Muitos que combatem com firmeza não vêem necessidade de olhar para nada além disso. Mais de uma vez eu tenho ouvido de pessoas com grande angústia de alma, quando elas não têm fundamentos sancionados biblicamente, debatendo-se com a dúvida se procuram ou não um divórcio. Elas perguntam: “O que Deus quer fazer comigo?” Não há mistério em responder nestas circunstâncias. Fique quieto! A chave para as dificuldades de muitos é a ignorância da mente de Cristo como revelada em sua Palavra e iluminada pelo Espírito. A chave para seu alívio é o conhecimento .
Em segundo lugar, Deus orienta-nos através da oração . Você está tendo dificuldade para tomar uma decisão? Você tem orado pedindo orientação? Você não tem porque não pedir, diz Tiago:Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida (Tg 1.5).Freqüentemente, na vida de Jesus, as principais decisões foram precedidas de oração (Lc 3.21; 5.16; 6.12; 9.18; 9.28,29; 11.2 e seguintes, etc.). Como foi verdadeiro na Escritura, podemos pensar sobre o papel da oração na orientação tanto num sentido geral quanto específico. Uma pessoa deveria orar a respeito de uma decisão particular, para que faça a coisa certa e que glorifique a Deus. Mas há também a realidade mais geral que está no contexto da oração, para que Deus nos dê respostas. Pode até mesmo ser que estejamos orando acerca de “y” quando vem uma clara resposta concernente a “x”. Muitas, e muitas vezes eu quero elaborar um esboço para meu sermão durante minhas devocionais matutinas, quando estou lendo uma passagem da Escritura não relacionada, ou orando sobre alguma outra coisa. Da mesma forma, freqüentemente tenho recebido claras e fortes convicções acerca de um ministério em nossa igreja – que devemos fazer isso ou parar de fazer aquilo. De fato, cada nova idéia sobre meu ministério pastoral tem ocorrido durante minhas orações matinais. Por que esta seria a tendência? Porque, quando pedimos, Deus ouve (e responde) e nós ouvimos . Quando oramos, (finalmente) diminuímos nosso ritmo e escutamos. Quando oramos, não estamos enchendo nossas mentes com notícias, música, conversas, entretenimentos, e deste modo temos uma oportunidade de ouvir Deus. Quantos casamentos são uma confusão porque esposos e esposas não estão parando para orar e escutar? Quantas escolhas vocacionais têm sido feitas tolamente porque as pessoas não têm sido humildes na oração e pacientemente esperado e escutado? Lembre-se, não menospreze a insensatez do coração humano ou a estupidez do cérebro humano. Somos lentos e propensos ao erro. Necessitamos da sabedoria de Deus se queremos viver sabiamente. Para obtê-la devemos pedir.
Em terceiro lugar, Deus nos orienta por meio de conselhos piedosos( isso inclui vários dons como a palavra de conhecimento,palavra de sabedoria,palavra profética,visão mas todas no crivo das escrituras) Cada passo do caminho no processo de tomar decisões deveria incluir a advertência e o conselho do sábio. Muitas vezes, nossas fortes convicções são incompletas. Realmente não temos pensado em tudo completamente. Existem pontos cegos em nossa visão das coisas. Não temos considerado todos os fatores. Porque uma perspectiva empenada (torcida) é inevitável, é necessário que busquemos o conselho de outros. Sozinhos, somos fracos. “Mas na multidão de conselheiros há segurança” (Pv 11.14). A solidão conduz a presunção. “Mas com os que se aconselham se acha a sabedoria” (Pv 13.10).O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos (Pv 12.15).Ouve o conselho e recebe a instrução, para que sejas sábio nos teus dias por vir (Pv 19.20).Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito (Pv 15.22; cf. 20.18; 24.6).A autoridade na igreja não deve ser dada a um único indivíduo. O governo deve ser coletivo e o poder distribuído. Mudanças no status quo devem vir somente através da deliberação coletiva. Sobre uma base regular em comissões e concílios a sabedoria será encontrada na “multidão de conselheiros” quando propostas são corrigidas, alteradas, melhoradas e, finalmente, rejeitadas ou aprovadas por meio da sabedoria coletiva dessas assembléias.Uma outra área onde este princípio é bem ilustrado é na chamada para o ministério. É preciso fazer uma distinção entre as chamadas “interna” e “externa”. A primeira é a convicção de uma pessoa de que ela tem sido dotada e chamada para pregar. Mas essa chamada nunca é considerada como suficiente sozinha. A chamada “interna” deve ser confirmada pela última, a chamada “externa”, feita por meio da igreja. A igreja coletivamente avalia o sentido da chamada que um candidato tem e a confirma ou a rejeita. Isso serve para prevenir decisões não sábias que estão destinadas a frustrar e magoar o não dotado. Pesarosamente, nos últimos anos temos visto muitos jovens irem para o seminário, gastam três ou quatro anos e muito dinheiro sendo treinados, são ordenados e servem por vários anos na igreja, e então compreendem que não têm os dons. Abatidos, devastados financeira e emocionalmente, e, pior, algumas vezes profundamente cínicos acerca das coisas de Deus, eles abandonam o ministério. Conhecendo a insensatez e a falsidade de seu próprio coração (Jr 17.9), o homem sábio exigirá confirmação.Estes são os princípios de orientação geralmente aceitos nas igrejas evangélicas. Estas são as coisas que o Espírito Santo usa para orientar seu povo. Nós as afirmaremos e, de certa forma, até as sublinharemos se tivermos uma mais profunda doutrina do pecado. Devemos ter a orientação de Deus em nossa tomada de decisão por causa de nossa capacidade para o erro. Esta orientação não é dada pelo Espírito Santo por meio de impulsos, vozes ou sonhos - todas estas coisas são muito subjetivas para corações inclinados ao pecado –, mas através do critério objetivo da Escritura, da oração e do conselho piedoso.
Os SuplementosEmbora os princípios acima sejam vitais, eles não vão longe o suficiente. Eles sentem falta da informação crítica que se alcança com a compreensão sobre a soberania de Deus. Podemos resumir esta doutrina com uma frase. Deus fez você o que você é. Através da criação, da redenção e da providência, Deus tem feito o que você é. Não tem havido acidentes; ele é o autor de todos os fatores. Porque ele é, podemos admitir que todas estas coisas trabalham juntas indicando o tipo de vida que Deus tem ordenado que eu deveria viver. No entendimento do que Deus tem feito conosco, pode ser encontrado profundo discernimento do que Deus quer para nós .Deixe-me dar um exemplo. Quando Paulo foi chamado para ser um apóstolo? Na estrada de Damasco, quando Jesus apareceu a ele numa luz ofuscante? Num sentido, sim. Isso foi quando a chamada em si foi recebida. Mas, ele diz aos gálatas que Deus o tinha separado “antes de eu nascer” (Gl 1.15). Sim, ele foi chamado “pela sua graça” na estrada de Damasco. Mas Paulo pode recordar toda sua vida e ver a mão de Deus trabalhando. Deus o estava preparando para o trabalho de evangelização aos gentios enquanto ele ainda estava no ventre, depois em todo seu desenvolvimento, antes da sua conversão até a experiência na estrada de Damasco.Tenho conhecido pessoas que foram convertidas quando adultos, que desprezam seus dons naturais e formação familiar recusando-se a fazer uso dessas coisas. Até onde os dons naturais e a formação familiar relacionam-se com a salvação? Paulo os considera como refugo (Fp 3.4-8). Mas ele nasceu com cidadania romana e, quando capturado, ele a usou (At 16.35-40; 25.11). Ele foi educado como um fariseu, e quando colocado contra a parede identificou-se com eles, defendendo-se como “fariseu, um filho de fariseus” (At 23.6). Ele recebeu a primeira porção de educação de Gamaliel e da Universidade de Tarsis, e é óbvio seu uso disto, através de seus escritos. Assim, quando ele se recorda de toda sua vida, ele vê o Deus soberano preparando-o para seu trabalho a cada passo do caminho. Todos os fatores foram ordenados por Deus para equipá-lo para a tarefa de levar o evangelho aos gentios, o primeiro grupo dos quais eram judeus que freqüentavam as sinagogas. Ele entendia o pensamento da seita mais rigorosa do Judaísmo e seus mais veementes oponentes, os fariseus, e mais tarde, os judaizantes. Por quê? Porque Deus tinha ordenado que ele deveria nascer numa família de fariseus. Ele conhecia o mundo judeu. Mas ele também nasceu numa família de fariseus, vivendo numa cidade gentílica, Tarsis. Assim, ele conhecia o mundo gentílico também. Ele podia falar e escrever a língua grega; tinha freqüentado suas escolas. Ele conhecia seu pensamento. Ele leu seus poetas (At 17.1 e seg.). Quando salvo, foram então adicionados dons espirituais em cima dos naturais. A criação, a providência e a redenção estavam em harmonia uma com a outra.Como você aplica estes princípios? Estas são as perguntas que eu faria a alguém que está procurando a orientação de Deus. Quem fez você? Deus? Bem, então, o que ele tem feito você ser? Quais são seus dons naturais? Quais são seus interesses naturais? Por que Deus teria dado a você esses dons e interesses, a não ser que ele planejasse que você usasse, até mesmo os desenvolvesse? Não é honra ao Criador quando aquilo que ele cria, funciona com sua plena capacidade?Então, eu faria uma segunda série de perguntas. Que oportunidades você tem tido? Quem as tem dado? Deus não é soberano sobre suas oportunidades e falta de oportunidades?Deixe-me ilustrar com minha própria vida. Eu gosto de ler e estudar História; eu sempre gostei. De onde vem este desejo? Eu creio que ele é parte do que eu sou, de como fui criado. Algumas pessoas gostam de Mecânica, alguns de livros. Eu, de História. Porque é inato, não há explicação, exceto que Deus concedeu. Mas então, houve fatores encorajadores ao longo do caminho. Meu pai gostava de história de guerra e me expôs a uma grande quantidade dela. Meu professor do quinto grau, o velho Sr. Beacon, reconheceu meu interesse e jeito para História, e me estimulou. Quem ordenou e determinou estes fatores? O Deus da providência. Então, quando eu despertei espiritualmente, deveria ter esperado que o Deus da redenção conduzisse numa direção completamente contrária àquela que ele tinha desenvolvido todos aqueles anos? Ou haveria continuidade e convergência entre criação, providência e redenção? A menos que o Criador, o Governador e o Redentor sejam três deuses diferentes, cada um com programas diferentes, devíamos esperar harmonia. Eu penso que sempre soube que minha vocação envolveria o estudo de História. Quando comecei a discernir a chamada para o ministério, percebi que a chamada veio a alguém que já tinha descoberto que uma grande parte da interpretação bíblica está no entendimento da história, tanto o contexto histórico no qual a Escritura foi escrita, como a história da interpretação das várias passagens. A primeira vez que sentei para preparar um estudo da Bíblia, e ensiná-lo, tive a certeza de que estava fazendo o que de fato fui criado para fazer. Havia um senso de dever. Isso caiu bem. Toda minha vida tinha me preparado para aquele momento e para a tarefa do ministério do ensino.Você pode me dizer as mesmas coisas sobre você. Você tem interesses e habilidades naturais. Houve oportunidades ao longo do caminho que alimentaram e desenvolveram esses interesses e habilidades. Quando você decide escolher uma matéria no colégio, seguir uma carreira, e depois um lugar para viver, estes fatores, todos determinados pelo Deus da criação, da providência e da redenção, não desempenharão um papel vital? Os dons e a chamada de Deus caminham de mãos dadas. O que ele fez você ser? Quais são seus interesses? Quais suas habilidades? Quais são suas oportunidades? Fazemos estas perguntas supondo que você já está aplicando os princípios evangélicos acima descritos. Você está na Palavra de Deus, orando e buscando conselhos piedosos. Mas visto que você está fazendo isso, pergunte-se o que seu Criador e Governador, seu pai e amigo, fez você ser? Você é bom com números? Prossiga então. Você é dotado em música? Desenvolva-o. Um bom organizador e realizador? Procure por trabalho administrativo. Sente que deve ensinar e pregar? Exercite seus dons.Temos considerado principalmente vocações materiais, mas os mesmos princípios aplicam-se a todas as coisas. Quais são seus interesses? Quais são suas oportunidades? Ambas as vezes que selecionei seminários para freqüentar, a decisão foi longa e dolorosa, mas finalmente clara. Um californiano tolo, superficial, precisava sair dos Estados Unidos e estudar com um homem da qualidade e caráter de J.I. Packer. Isso “caiu bem”. Havia um senso de dever. O mesmo foi verdade quanto ao meu retorno aos Estados Unidos, para o Seminário Gordon-Conwell. Havia uma convergência de fatores que um dia deixaram-me – eu me lembro do momento – convencido que eu devia ir. Vir para minha igreja atual foi uma experiência semelhante. Eu gosto de História – aqui é uma igreja histórica. Eu creio na pregação – aqui está um púlpito alto. Eu creio na adoração tradicional, reverente, isso é o que eles procuravam. Eu adoro a Escócia – aqui está uma herança escocesa. Eu tinha sonhado em servir uma igreja central. Isso se adapta bem. Pareceu correto.Examine por um momento a questão do casamento. Como sabia que não devia casar-me com alguém do norte da Alemanha? Porque o Governador do mundo nunca me deu uma oportunidade para fazer isso. Se ele tinha a intenção de casar-me com uma mulher do norte da Alemanha, ele o teria arranjado. Em vez disso, antes ele colocou a jovem Emily inequivocamente em minha vida. A seguir ele me deu um grande amor por ela. Aqui está uma questão interessante. Por que amamos as pessoas que amamos? Embora não deseje de modo algum insultar minha esposa, a resposta para mim e, a menos que eu erre meu palpite, a resposta para muitos de nós é , “eu não sei!” Nós amamos. Ah, posso falar sobre seu ser gracioso, inteligente, divertido, encantador e assim por diante. Mas a linha básica é, eu apenas amo. Eu não sei por que a amo. Eu apenas amo. Tem a ver com quem eu sou e com quem ela é, e como combinamos. Portanto, eu tomo estas coisas como indícios daquele que me fez “quem eu sou” para o que eu devo fazer. O Espírito deve iluminar nossas circunstâncias. Ele deve ajudar-nos a interpretar os fatores criacional e providencial. Mas quando tomamos os dons, oportunidade e interesses que ele nos tem dado e os usamos para sua glória, o agradamos. Quando o Dr. Werner von Braun construiu o foguete lunar Saturno 5 e ele decolou e cumpriu sua tarefa perfeitamente, ele glorificou o Dr. Von Braun. Mais do que isso, ele glorificou o Deus, que fez o homem, que fez o foguete Saturno 5. Assim é com todos os nossos dons. Quando os usamos, glorificamos o Deus que os deu. Sabemos o que ele quer pelo que ele tem feito. Aquilo para o que ele nos criou, é o que devemos procurar ser.Há também uma liberdade no Cristianismo que acaba dizendo, como Agostinho fez. “Confie em Deus e faça o que você quiser” . Não somos cativos de uma “terceira” vontade de Deus, oculta. Temos a verdadeira liberdade para fazer o que queremos fazer, porque o que queremos (quando estamos andando com Cristo) foi determinado pelo que Deus nos fez ser . Por alguns anos, eu presumi que, se eu quisesse algo, Deus não o desejaria para mim. Eu presumia que a criação e a redenção eram estranhas uma a outra. Meus desejos naturais, eu supunha, eram carnais e inválidos. Esta pode ser uma perspectiva muito prejudicial e opressiva sobre a vida, sufocando os desejos naturais dados por Deus. Somos livres em Cristo para ser tudo que queremos ser. Certamente esta aproximação está aberta a abuso. É fácil procurar nossa própria vontade em nome da vontade de Deus. Mas quando estamos procurando a orientação do Espírito através da Palavra, da oração e de conselhos piedosos, encontraremos nossos desejos convergindo com os dele. O que queremos, somos ajudados a conhecer, é o que ele quer. Harmonia é a nova ênfase. O que ele nos salvou para sermos, revela ser a mesma coisa que ele nos criou para sermos. Somos libertos em Cristo para nos tornarmos tudo o que ele nos fez para ser.A fé cristã é belamente holística. Ela não limita nossos esforços às coisas “espirituais”. Ela não limita o envolvimento de Deus a coisas sobrenaturais. Todas as coisas cooperam para o bem do povo de Deus. Ele nos orienta através da totalidade de sua obra, sua Palavra, seu mundo, com seu Espírito conduzindo e iluminando-nos a cada passo do caminho, até chegarmos ao lugar onde nos tornamos certos de que o próximo passo é tomado em sua sabedoria. Este senso de dever nunca é infalível. Nos equivocamos, mas é possível alcançar um alto grau de certeza de que, quando vemos nossa criação, providência e redenção convergirem, realmente estamos caminhando nos “caminhos da justiça” , nos caminhos que ele escolheu para nós.
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