KENÓSIS
INTRODUÇÃO
Para entrarmos nesse assunto, é necessário umas pinceladas na Pessoa e Obra de Jesus.
Há uma linha tênue entre a doutrina do homem e de Cristo:
O homem foi criado a imagem de Deus,mas por transgressão,despojou-se dessa imagem e tornou-se um pecador
Cristo é a resposta a essa distância e grito desse homem criatura,satisfazendo Deus e restabelecendo a possibilidade dessa comunhão.
CRISTO ANTES DA REFORMA
É clara a posição de Cristo como Filho do Homem e Filho de Deus ,ou seja,verdadeiro homem e verdadeiro Deus,apesar das controvérsias do judaísmo,os ebionistas,alogianos,monarquistas como também dos gnósticos,arianismo,monofisistas,monotelitas.
CRISTO APÓS A REFORMA
A Reforma não trouxe tantas mudanças a posição teológica ja crida( Protestantes e Romanos crêem iguais,conforme Concílio da Calcedônia),apesar de Lutero e seu "communicatio idiomatum "(comunicação de propriedades) o que não aceito pelos calvinistas,vendo como uma forma de eutiquianismo(fusão das naturezas de Cristo ),crendo como a confissão Helvética:
"
“reconhecemos, pois, que há no único e mesmo Jesus, nosso Senhor, duas naturezas – a natureza divina e a humana; e dizemos que estas são ligadas ou unidas de modo tal, que não são absorvidas, confundidas ou misturadas, mas, antes, são unidas ou conjugadas numa pessoa (sendo que as propriedades de cada uma delas permanecem a salvo e intactas), de modo que podemos cultuar a um Cristo, nosso Senhor, e não a dois. Portanto, não pensamos nem ensinamos que a natureza divina em Cristo sofreu, ou que Cristo, de acordo com a Sua natureza humana, ainda está no mundo e ,assim, em todo lugar”
No século XIX é que ocorrem as grandes mudanças com a visão do chamado JESUS HISTÓRICO.
O Cristo sobrenatural dá lugar ao Jesus humano.
Scheleiermacher com a humanidade perfeita e ideal mas não acima do homem
Hegel e seu conceito panteísta na humanidade
O KENÓSIS foi uma tentativa de elaborar melhor a doutrina da pessoa de Cristo.
O termo é derivado de Filipenses 2:7 " Cristo “se esvaziou (ekenosen), assumindo a forma de servo”,ou seja,o LOGOS transformou-se literalmente num homem,apesar de Gess relevando sua humilhação e com tendencias panteístas,ao que Dorner se opos e defendeu uma humanização progressiva( nestorianismo) e de Albrecht Ritschl ,cuja cristologia parte da obra e não da sua pessoa( era homem,mas devido obra atribui predicados de divindade)
Por estas causas a doutrina de Cristo é exposta de maneira naturalista.
As exposições podem variar mas a idéia é a mesma : A UNIDADE ESSENCIAL DE DEUS E O HOMEM.
A doutrina das duas naturezas de Cristo desapareceu da teologia moderna,surgindo a visão panteísta de Deus e o homem
Karl Barth levanta-se contra isso
1. OS NOMES DE CRISTO MOSTRAM AS NATUREZAS DE CRISTO
A) JESUS
O nome JESUS é a forma da hebráica Jehoshua, , Js. 1.1; Zc 3.1, ou Jeshua (forma normalmente usada nos livros históricos pós-exílicos), Ed 2.2
Como veio a ser Jeshua( Salvador) só há hipotes :
. A opinião geralmente aceita é que deriva da raiz yasha’, hiphil hostia’, salvar, mas não é fácil explicar como foi que Jehoshua’tornou-se Jeshua’. Provavelmente Hoshea’, derivado do infinitivo, foi a forma original (cf. Nm 13.8, 16; Dt 32.44), expressando meramente a idéia de redenção. O yod, que é o sinal do imperfeito, pode ter sido acrescentado para expressar a certeza da redenção. Isto se harmonizaria melhor com a interpretação do nome dado em Mt 1.21. Quanto a uma outra derivação, de Jeho (Jehovah) e shua, socorro.
B) CRISTO
Jesus é o nome pessoal Cristo é o nome oficial( equivalente de Mashiach do Velho Testamento, (de maschach, ungir) e, assim, significa “o ungido”)
A unção era sinal da designação para o ofício e a relação sagrada e caráter sagrado da pessoa ungida
C) FILHO DO HOMEM
No Velho Testamento este nome se acha em Sl 8.4; Dn 7.13 e muitas vezes na profecia de Ezequiel
Admite-se geralmente agora que o uso que o Novo testamento faz dele depende da citada passagem de Daniel, embora naquela profecia a expressão seja apenas uma frase descritiva, e não ainda um título.
A única exceção nos evangelhos está em Jo 12.34, onde o nome aparece numa citação indireta de uma palavra de Jesus; e no restante do Novo testamento somente Estevão e João o empregam, At 7.56; Ap 1.13; 14.14.
quatro classes; (a) passagens que se referem claramente à vinda escatológica do Filho do homem, como, por exemplo, Mt 16.27, 28; Mc 8.38; 13.26, etc. e paralelas; (b) passagens que falam particularmente dos sofrimentos, morte e (às vezes) ressurreição de Jesus, como por exemplo, Mt 17.22; 20.18, 19, 28; 12.40, etc. e paralelas. (c) passagens do quarto evangelho em que o lado super-humano, celestial, e a preexistência de Jesus são salientados, como, por exemplo, 1.51; 3.13, 14; 6.27, 53, 62; 8.28, e outras. (d) Um pequeno grupo de passagens nas quais Jesus considera a Sua natureza humana, Mc 2.27, 28; Jo 5.27; 6.27, 51, 62. É difícil determinar por que Jesus preferiu este nome como forma de autotratamento. Anteriormente o homem era em geral considerado como um título criptico, com o uso da qual Jesus tencionava velar antes que revelar a Sua messianidade.
D) FILHO DE DEUS
Foi aplicado no Velho Testamento:
(a) ao povo de Israel, Ex. 4.22; Jr 31.9; Os 11.1; (b) a oficiais de Israel, especialmente ao prometido rei da casa de Davi, 2 Sm 7.14; Sl 89.27; (c) a anjos, Jó 1.6; 2.1; 38.7; Sl 29.1; 89.6; e (d) a pessoas piedosas em geral, Gn 6.2; Sl 73.15; Pv 14.26
E Israel recebeu significado teocrático e Jesus apropria-se dele no Novo Testamento
O nome é aplicado em 4 sentidos:
1. Sentido oficial ( messiânico Mt 24.36; Mc 13.31.)
2. Sentido trinitário(Mt 11.27; 14.28-33; 16.16, e paralelas; 21.33-46, e paralelas; 22.41-46; 26.63)
3. Sentido natalício (Lc 1.35)
4. Sentido ético-religioso ( Mt 17.24-27 )
E) SENHOR
O nome “Senhor” é aplicado a Deus na Septuaginta, (a) como equivalente de Jeová; (b) como tradução de Adonai; e (c) como versão de um título honorífico aplicado a Deus (principalmente Adon), Js 3.11; Sl 97.5.
No Novo Testamento uma aplicação tríplice:
1. Pronome respeitado de tratamento ( Mt 8.2; 20.33 )
2. Expressão de posse e autoridade ( , Mt 21.3; 24.42 )
3. Máxima conotação de autoridade ( Mc 12.36, 37; Lc 2.11; 3.4; At 2.36; 1 Co 12.3; Fp 2.11 )
2 .AS NATUREZAS DE CRISTO
A Igreja confessa as duas naturezas de Cristo.
O problema apresentado dessas duas naturezas,solucionou-se afastando as soluções que eram errõneas.
A Igreja aceitou-as não porque tivesse compreendido o mistério mas por ter visto em Jesus o mistério revelado por Deus,continuando sempre como um artigo de fé
Desde o século dezenove a tendência e mais forte ainda com a escola modernista de Harnack,a escola escatológica de Weiss e Schweitzer e, recente a escola de religiões comparadas de Bousset e Kirsopp Lake,querem despir Cristo reduzindo-a a dimensões humanas.
3. NECESSIDADE DAS DUAS NATUREZAS
A) NECESSIDADE DE SUA HUMANIDADE
O homem tem que sofrer pela transgressão,sofrer que faz parte do pagamento.
Jesus tinha que descer ate esse homem,para qie santo fizesse a expiação( Hebreus 7:26)
B) NECESSIDADE DE SUA DIVINDADE
(1) Ele pudesse apresentar um sacrifício de valor infinito e prestar perfeita obediência à lei de Deus
(2) Ele pudesse sofrer a ira de Deus redentoramente, isto é, para livrar outros da maldição da lei
(3) Ele pudesse aplicar os frutos da Sua obra consumada aos que O aceitassem pela fé
Pessoa de Cristo deve “ser reconhecido em duas naturezas, inconfusa, imutável, indivisível e inseparavelmente; sendo que a distinção das naturezas de modo nenhum é eliminada pela união, mas, antes, a propriedade de cada natureza é preservada, e ambas concorrem numa Pessoa e numa Subsistência, não partida ou dividida em duas pessoas”
A linguagem bartiana, "Deus e o homem numa só pessoa"
A grande verdade enunciada é que o eterno Filho de Deus tomou sobre Si a nossa humanidade, e não, como no-lo recorda Brunner, que o homem Jesus adquiriu divindade. O pronunciamento do Concílio de Calcedônia atesta um movimento de Deus para o homem, e não vice-versa
4. DIFERENÇA ENTRE NATUREZA E PESSOA
O termo “natureza” denota a soma total de todas as qualidades de uma coisa, daquilo que faz uma coisa ser o que é.
Uma natureza é uma substância possuída em comum, incluindo todas as qualidades essenciais da referida substância
O termo “pessoa” denota uma substancia completa, dotada de razão e, conseqüentemente, um sujeito responsável por suas ações
A personalidade não é parte essencial e integrante da natureza mas é, por assim dizer, o término para o qual ela tende
o Logos assumiu uma natureza humana não personalizada, que não existia por si mesma.
CONCEITO BÍBLICO E TEOLÓGICO
O MEDIADOR É O LOGOS IMUTÁVEL.
O LOGOS FORNECE A BASE DA PERSONALIDADE DE CRISTO
A COMPLEXIDADE DE CRISTO EM TER DUAS NATUREZAS :
A NATUREZA HUMANA EM SI NÃO CONSTITUI UMA PESSOA HUMANA,LOGO CRISTO NÃO ADOTOU UMA PESSOA HUMANA,APENAS ASSUMIU A NATUREZA HUMANA,UMA NATUREZA PESSOAL,PERFEITA E COMPLETA,COM CONSCIÊNCIA E VONTADE
A PESSOA DIVINA QUE TEM A NATUREZA DIVINA ASSUMIU A NATUREZA HUMANA E AGORA TEM AMBAS
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