DESMASCARANDO O DISPENSACIONALISMO
A EVOLUÇÃO DARWIANA FOI A BASE CIENTÍFICA PARA A MAIOR ATROCIDADE DA HISTÓRIA: A SENHA GENOCIDA DE HITLER ( " AS RAÇAS HUMANAS CIVILIZADAS,DEVERIAM EXTERMINAR E SUCEDER AS RAÇAS HUMANAS SELVAGENS DO MUNDO " )
KARL MAX " PAI DO COMUNISMO " ,VIU NA DO TESE DE DARWIN O APOIO SOCIOLÓGICO PARA OS HORRORES DO HOLOCAUSTO
SIGMUND FREUD SEGUIDOR DE DARWIN E FUNDADOR DA PSICOLOGIA MODERNA,CRIA QUE O HOMEM É UM ANIMAL QUE ADAPTOU PARANOIAS ,ANSIEDADE E DESORDENS DE ESPÉCIES HUMANAS NA EVOLUÇÃO ( PRA ELE A SÍNDROME DE DOWN É UM RETROCESSO )
A PSEUDOCIÊNCIA EUGÊNIA SÃO CLARAS CONSEQUÊNCIAS DA MITOLOGIA DARWISTA ( BANCO GENÉTICO CORROMPIDO POR GENES NÃO ADAPTADOS POR PESSOAS INFERIORES,ENTRANDO NO OSTRACISMO DEPOIS DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO.
A SUSPEITA COM DOUTRINAS NÃO DESCOBERTAS DOS DEZOITO SÉCULOS PASSADOS NÃO É ABSURDO,PRINCIPALMENTE SE ACOMPANHAR ESSA EVOLUÇÃO DARWIANA DE DISTINGUIR PESSOAS DE PESSOAS,SERES DE SERES,POVOS DE POVOS POR HOMENS SOCIALMENTE PROBLEMÁTICOS,PSICOLOGICAMENTE PERTURBADOS E TEOLOGICAMENTE IGNORANTES POR SEU OBSCURANTISMO RELIGIOSO:
- BÊBADOS DO MILÊNIO
- TOLOS FANTASIOSOS
-EXEGETAS DOENTIOS E ESTEREIS
- PESADELO INEXORÁVEL JUDAICO
- INSIGHTS MOMENTÂNEOS
PARA PENSAR :
APOCALIPSE 5:9 UM POVO SÓ EM RELAÇÃO GENUÍNA COM JESUS
PROVAÇÃO : TIAGO 1:2-4 SÃO TESTES PARA PASSARMOS DE NÍVEIS E SEMPRE VEM DE DEUS
AFLIÇÃO : JOÃO 16:33 SÃO DIFICULDADES VINDAS COMO CONSEQUÊNCIAS DA NOSSA FÉ
TRIBULAÇÃO : ROMANOS 5:3-5 SÃO SITUAÇÕES PERMITIDAS POR DEUS PARA CONHECERMOS O SEU AMOR
LUTAS : HEBREUS 12:4-12 COMPLICAÇÕES DA VIDA POR NOS ENVOLVERMOS COM PESSOAS OU SITUAÇÕES QUE NÃO AGRADAM A DEUS,QUE PODEM SER VISTAS COMO DISCIPLINA
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos..." ( Atos 2:42) Esta primeira característica é surpreendente e não muitas congregaçõesa teriam em conta hoje. A igreja viva é uma igreja que está aprendendo, uma comunidade que estuda. A plenitude do Espírito Santo é incompatível com o antiintelectualismo. O Espírito de Deus é Espírito de verdade. Esse foi um dos títulos que Jesus mesmo deu ao Espírito. Se quisermos estar cheios do Espírito, sua verdade será importante para nós.
quarta-feira, 29 de março de 2017
sexta-feira, 24 de março de 2017
t r i n d a d e
O Amante, o Amado e o Amor: Deus
No âmago do cristianismo está o conhecimento de Deus. No âmago do cristianismo está o anúncio de que Deus veio até nós, e está conosco. É assim que a igreja primitiva compreendeu a revelação de Jesus Cristo, conforme a antiga profecia de Isaías:
Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel. (Is 7.14)
Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel. (Is 7.14)
Emanuel, “Deus conosco”. O Deus Cristão é outro, ou no mínimo mais do que o deus dos filósofos, por dar a si mesmo na revelação. Pois a revelação bíblica não é a revelação de uma determinada quantidade de informações, ou mesmo de informações a respeito de Deus, mas é a revelação de Deus, dele próprio em sua concretude e factualidade, como um supremo Sujeito e um supremo Objeto (não além da relação sujeito-objeto, como o quer Tillich) que se apresenta ao homem e que é um fato final, incontornável, inabsorvível para o pensamento teórico. Inabsorvível para a ciência e a filosofia, mas nem por isso sem significado (como se fosse o fato-bruto-sem-significado dos teólogos Kantianos) mas um fato que é ao mesmo tempo cheio de significado em si mesmo, e que por isso comunica veracidade ao discurso humano; um fato que não é completamente inefável, ainda que não seja completamente dizível.
Como é esse Deus Cristão? Quem é ele? A resposta cristã clássica é: a Trindade. Trindade é o nome cristão para Deus, e é por isso que o Credo Apostólico guarda uma estrutura trinitária, abrindo cada um dos artigos principais com uma referência a uma das pessoas da trindade: “Creio em Deus Pai… E em Jesus Cristo, seu único Filho… Creio no Espírito Santo”. Na verdade, compreender a Deus como trindade é compreender a estrutura essencial da fé e de toda a teologia cristã, e compreender exatamente a singularidade do cristianismo até mesmo diante de todas as religiões ou religiosidades teístas.
A Confusão Evangélica sobre Deus
Um dos mais graves problemas do movimento evangélico atual é a incompreensão de Deus e, particularmente, da trindade. Dependendo do setor desse movimento, encontraremos ênfases teológicas completamente desequilibradas a respeito. Em alguns lugares a ênfase, no louvor, no púlpito e na espiritualidade, está nas experiências com o poder do Espírito Santo; em outros, na justificação pela fé; em outros, na adoração bíblica; em outros, na transformação moral, ou na missão, e assim por diante. Tudo isso é importante, mas não pode ficar no centro. Por uma razão que não poderia ser mais simples e autoevidente: só Deus pode ficar no centro de nossos pensamentos e atividades.
É de lamentar o antropocentrismo que tomou conta dos evangélicos, seja na ênfase na responsabilidade humana (a “nossa parte”) que vemos nos setores menos agostinianos da Missão Integral, seja no tecnicismo eclesiológico das megaigrejas ou no ativismo ligado ao movimento dos “sete montes da cultura”. Toda a controvérsia atual sobre o teísmo aberto é no fundo uma controvérsia sobre a posição do homem no universo. Tudo pode parecer muito piedoso, mas nunca será realmente piedoso um cristianismo que tira Deus do centro.
E uma das provas mais claras de que Deus foi tirado do centro é a completa incompreensão da trindade. Tipicamente, o crente comum pensa que trindade é algo sobre como “deus é um e três ao mesmo tempo, não me pergunte como!” É um paradoxo matemático. Um enigma numérico justificado com alguns textos-prova destinados a eliminar parte da ansiedade e dar uma resposta “àquelas testemunhas de Jeová que não me dão sossego”. Não é por acaso que muitos se tornaram presas fáceis de tendências como o movimento judaico messiânico brasileiro (que, ao contrário do internacional, é ambíguo e eventualmente herético rejeitando a divindade de Cristo), ou até mesmo de evangelistas islâmicos que começam a despontar no Brasil.
Até mesmo entre os círculos evangélicos mais esclarecidos e ortodoxos, que prezam todas as doutrinas cristãs clássicas e a própria doutrina da trindade, é comum perceber uma perda da conexão orgânica entre a visão de Deus e a soteriologia. Elas são tratadas como campos separados, unidos tematicamente e organizados a partir de coleções de evidências bíblicas, sem o necessário insight na relação interna, por exemplo, entre justificação pela fé e encarnação.
E há outro problema: o das conexões da igreja evangélica com o cristianismo histórico. Uma das falhas nas relações de evangélicos com, por exemplo, os cristãos ortodoxos orientais, é a perda do centro trinitário. A recuperação desse centro para a espiritualidade, a teologia e o culto é essencial diante dos desafios do secularismo organizado, do Islã e das igrejas neopentecostais que começam agora a negar o próprio consenso Niceno-Constantinopolitano.
Ao expôr a estrutura e mensagem do Credo Apostólico eu tenho sempre recorrido ao hino de Paulo na sua carta aos Efésios, capítulo 1 versos 3 a 14, que é onde eu encontro a mais bela e perfeita expressão da fé trinitária em sua formulação primitiva. O texto se divide em três seções principais, cada uma finalizando com a expressão “para o louvor da sua glória” (vs 6, 12, 14). Cada seção focaliza uma das pessoas da trindade: primeiro o Pai, depois o Filho, e depois o Espírito Santo. Em cada seção esse foco se traduz em um tema soteriológico distinto: primeiro a nossa eleição e adoção pelo Pai, depois a redenção por meio de Cristo, e por último o selo do Espírito Santo. E para expôr nossa compreensão, vamos empregar a linguagem trinitária de Agostinho: Deus é o Amante, o Amado e o Amor.
Assim o nosso texto começa bendizendo a Deus como o “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”.
O Amante
Ora, Deus é a fonte, a causa e propósito de todas as coisas. É a origem ou o arché, como dizem os filósofos. Mas antes de tudo ele é o Pai, e isso significa que ele existe no interior de uma relação. Deus não se tornou o Pai em certo momento, não adquiriu essa qualidade como uma característica acidental ou contingente, como se ele pudesse ter sido outra coisa; mas desde sempre foi o Pai de nosso Senhor, e isso é tão essencial à sua identidade quando o ser Filho é essencial à identidade de Jesus Cristo. A própria paternidade humana não é – ao contrário do que alguns teólogos alegam – a projeção de uma analogia humana no céu, como o fim de esclarecer a experiência religiosa, mas o modelo a partir do qual a paternidade humana foi analogicamente criada por Deus, e continuaremos sempre necessitando da analogia criada, ainda que corrompida pela perversidade humana.
Deus é o Pai, a fonte de todas as coisas, e isso significa que ele tem um Filho antes da fundação do mundo. A física moderna revelou que antes do Big Bang não havia nem tempo nem espaço (pois eles são relativos entre si). Sem dúvida antes da fundação do mundo não houve “antes”, a não ser metaforicamente; ou talvez existisse outra ordem temporal, correndo em outro universo sobre outro eixo direcional, em si mesmo independente do nosso tempo-espaço (ou até outros universos, com outros eixos). Mas então, “antes” da fundação do mundo Deus, já era o Pai de seu Filho e já “tinha” nos escolhido para sermos “santos e irrepreensíveis diante dele”.
Então há, antes de tudo, antes do Gênesis, uma relação. Antes do princípio havia essa relação. O mais maravilhoso, no entanto, é que nosso destino estivesse associado exatamente a essa relação. Pois antes de todas as coisas fomos escolhidos “Nele”. E “Ele” é o Filho de Deus.
O Amado
O Filho estava lá antes de tudo; “nele foram criadas todas as coisas, e nele tudo subsiste” (Cl 1.17). Mais do que isso: “tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1.18). O mundo foi feito para o próprio Senhor Jesus. Então – que coisa chocante! – o mundo inteiro é um episódio desse relacionamento do Pai com o Filho; pois o Pai fez o mundo por meio de Cristo, mas não fez para si mesmo, e sim para o próprio Jesus Cristo.
“Sem Jesus Cristo o mundo não existiria, pois teria que ser destruído ou se transformaria em um tipo de inferno.
Se o mundo existisse para ensinar o homem sobre Deus, sua divindade brilharia em todas as suas partes de uma forma incontestável. Mas como ele existe apenas através de Jesus Cristo e para Jesus Cristo, e para ensinar o homem sua corrupção e sua redenção, tudo nele faísca com provas dessas duas verdades.”
Se o mundo existisse para ensinar o homem sobre Deus, sua divindade brilharia em todas as suas partes de uma forma incontestável. Mas como ele existe apenas através de Jesus Cristo e para Jesus Cristo, e para ensinar o homem sua corrupção e sua redenção, tudo nele faísca com provas dessas duas verdades.”
Blaise Pascal, Pensées
Ora, se o mundo existe para Jesus, não há a menor possibilidade de entender o mundo e muito menos de se relacionar corretamente com ele sem compreender Jesus Cristo, ou seja, sem colocar-se a seu lado, andar com ele, aprender dele a olhar as coisas. E quando aprendermos a olhar as coisas, aprenderemos que elas existem dentro do relacionamento do Pai e do Filho, não tendo qualquer sentido fora dele. Por isso o homem jamais encontrará Deus no mundo, sem olhar para Jesus Cristo. Pelo contrário, ele deve estar em Jesus Cristo para compreender o mundo.
Assim o texto de Paulo prossegue dizendo que nosso destino é a Adoção; fomos predestinados para a adoção de filhos por meio do Filho. E essa é uma revelação ainda mais supreendente: que em Jesus Cristo somos incorporados na relação eterna que havia antes entre o Pai e o Filho, sendo exatamente esse o sentido da “Graça gratuita” no versículo 6. A obra divina de enviar seu Filho para o sacrifício da cruz visava nos incluir Nele, para nos tornar co-participantes de sua posição elevada de Filho e Herdeiro do mundo. Pois o objetivo de Deus é realmente fazer tudo convergir em Cristo, diz o verso 10; o mundo é um episódio dessa relação; mas se somos postos em Cristo, abençoados, escolhidos e adotados nele, então o próprio mundo se torna um episódio da nossa própria relação com Deus, em Jesus Cristo (1Co 3.21-23).
É assim também que devemos entender o sentido da Encarnação. Não se trata apenas de que o Verbo precisasse assumir plenamente a natureza humana para receber o juízo do pecado e produzir uma obediência humana perfeita – o que é, sem dúvida, verdadeiro e maravilhoso – mas que sem a encarnação o humano continuaria sendo tão somente o criatural com seus direitos criaturais; na encarnação o humano é abraçado pelo divino, é feito seu irmão e seu Filho, recebendo direitos inimagináveis para a mera criatura. Não, a encarnação não apenas reverte os efeitos da Queda; ela eleva o homem para uma outra posição, transportando-o para o seio da divindade. Ela nos torna “co-participantes da Natureza Divina” (1Pe 1.4). Não, é claro, no sentido de uma alegada “injeção de divindade”, como alguns heréticos neopentecostais alegaram anos atrás, mas por adoção e transfiguração. Isso é a verdade da theosis, tão preciosa aos cristãos orientais. Sem encarnação, poderia haver, talvez, perdão, mas jamais adoção.
E tudo o que diz respeito a essa relação divina nos é comunicado. Nos tornamos, assim, amados como ele é – “o Amado” (vs 6). E essa expressão não está aí, em Efésios, por acaso. Esse é o título dado a ele pelo Pai quando de seu batismo, quando o Espírito também desce sobre ele (Mt 3.16,17). A descida do Espírito Santo sinaliza a identidade e a relação que o Filho tem com o Pai. E isso com certeza também diz respeito à nossa experiência de Deus.
O Amor
O Espírito Santo é o selo que recebemos com a fé, que não apenas garante, mas que sinaliza a nossa verdadeira identidade e destino, que é herdar o mundo com Cristo e sermos recebidos pelo Pai através de Cristo. O Espírito foi chamado por Agostinho de Vinculum Caritatem, ou Vinculus Amoris, o vínculo do amor, a verdadeira comunhão entre o Pai e o Filho. Daí a tradição dizer que o Espírito procede do Pai e do Filho. Não é por acaso que o dom do Espírito está sempre associado à nossa união e inclusão em Cristo: Paulo dirá que por estarmos em Cristo recebemos o Espírito (Gl 3.14,16,22,27-29); Pedro diz que a promessa do Espírito foi dada a Cristo, antes de tudo, e que apenas em seu nome ela poderia ser recebida (At 2.33, 38).
Esse é o sentido da alegoria do batismo de Jesus: ele é o homem que ao aceitar a identificação com os pecadores no batismo, recebe tanto o Espírito, representado na pomba, como o testemunho do Pai, “Tu és o meu Filho Amado”. O testemunho do Pai interpreta a ação do Pai: o Pai dá o amor, no Espírito, e por isso diz “tu és meu Filho Amado”. Igualmente, quando nos batizamos aceitando a identificação realizada por Cristo, somos “revestidos” dele, e o Espírito pode descer sobre nós. E quando ele desce, ouvimos a voz do Pai, pois “o próprio Espírito testifica com o nosso espírito de que somos filhos de Deus” (Rm 8.17) e também testifica que, já que somos filhos, participaremos tanto do sofrimento quanto da herança de Cristo (Rm 8.18). O Espírito é assim a presença de Deus em nós, e ao mesmo tempo a nossa presença no seio de Deus; no Espírito vivenciamos a relação entre o Pai e o Filho, para o interior da qual fomos transportados pela Encarnação. Por isso, o Espírito é o amor-comunhão do Pai e do Filho, e também a nossa comunhão com o Pai e com o Filho (Jo 14.17-20). Assim como o Filho é a “Palavra” mas não deixa de ser uma pessoa, o Espírito é a “Comunhão” sem deixar de ser uma pessoa divina; ele é o amor, a comunhão pessoal da trindade.
A Experiência Cristã é Trinitária
Assim o Pai é a fonte do Amor, o Filho o depósito do Amor, e o Espírito Santo a comunhão do Amor; e para nós essa relação se torna a Origem do Amor, a dádiva do amor (Graça) e a comunhão do amor, exatamente como descreve a bênção apostólica (1Co 13.13). A diferença está em Cristo: pois pela Encarnação e pela Páscoa ele se tornou, de depósito eterno do Amor do Pai, em dádiva histórica do amor divino. Jesus é o ponto de conexão com Deus, pois nele somos introduzidos na eterna relação divina.
Por isso, o cristianismo é a um só tempo trinitário e cristocêntrico. Mas o cristocentrismo existe dentro do trinitarismo. Cristo é a porta para entrarmos na comunhão divina; mas ele é a porta para uma comunhão de três pessoas em uma única divindade.
por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. (Efésios 2.18)
Acesso ao Pai; acesso, por ele; acesso em um mesmo Espírito, o que nos torna um único corpo, uma família e um templo (Ef 2.16-22). Ora, o que temos, enfim, é uma experiência trinitária de aceitação. O Deus cristão foi experimentado trinitariamente, como o Deus todo poderoso que enviou seu Filho Jesus, como o Deus-homem, o verbo encarnado no tempo e no espaço, que podia ser tocado e que confrontou o mal diretamente na cruz e na ressurreição, e como a presença divina que assegura o amor divino e nos faz orar “Aba, Pai”. Ser um cristão é experimentar Deus dessa forma tripla, como o infinito pessoal que originou todas as coisas, revelado na pessoa de Jesus e presente como consolador no coração e na Igreja; é reconhecer o mesmo Deus nas três experiências, e compreender que as três experiências são indissociáveis da fé em Jesus Cristo.
Por isso a doutrina da trindade não é e não pode ser ensinada como um “dilema matemático” de “três ou um”. Não se trata de números, mas de relações. É claro que há um paradoxo, mas ele nem mesmo é numérico; é ontológico. Não podemos explicar como um ser pode ser pessoal, infinito e ainda triúno – C. S. Lewis diz que isso seria o “superpessoal”, ao que estou inclinado a concordar. Pois se há um Deus, faz todo sentido que seu ser seja não somente necessário e incondicionado, mas também transcendente e ultimamente insolúvel em termos da razão finita. Mas compreender a trindade não é especular sobre a natureza do Ser ou sobre o “três-em-um”, e sim entrar na relação trinitária. O mais importante não é o mistério incompreensível, mas o que nos é revelado e seu significado absolutamente prático, urgente, e existencialmente supremo.
Por isso também, Santo Atanásio disse que ninguém poderia ser salvo sem crer na trindade. Não é porque crer na trindade seja uma condição de membresia no “checklist” do céu. É porque ser salvo e ser admitido na comunhão trinitária são uma e a mesma coisa. Conhecer a Deus é conhecer o Deus que se dá a nós em Jesus, nos unindo a ele pelo Espírito Santo. E é isso o que o Credo Apostólico descreve de forma resumida: a experiência de encontrar o Deus que está presente:
NO CENTRO ,A BELEZA
Nunca vou me esquecer quando li, há uns dez anos atrás, a entrevista de Rubem Alves à revista Veja dizendo que o centro da teologia cristã (ou será protestante? Não tenho certeza quanto a esse ponto) era o inferno, e que ao se
remover o inferno todos os parafusos e pinos da teologia cristã se soltariam. Na época eu ainda não sabia exatamente porque, mas tinha certeza de que algo estava errado.
Nunca vou me esquecer quando li, há uns dez anos atrás, a entrevista de Rubem Alves à revista Veja dizendo que o centro da teologia cristã (ou será protestante? Não tenho certeza quanto a esse ponto) era o inferno, e que ao se

E o tempo mostrou que o que estava errado era tudo. Seria difícil ser mais misantrópico que isso. O centro da teologia cristã não é o inferno, é a trindade. E a trindade significa, para nós, adoção. Nós, criaturas, não somos filhos por natureza; Pai-Filho é uma relação interna da divindade, incriada e eterna. Salvação não é meramente ser livrado do inferno, mas acima de tudo ser trazido para dentro dessa relação, Nele. Isso é mais do que livrar-se da ira divina; é um conhecimento exclusivo, incriado e eterno, que só o Filho tinha, e só ele poderia compartilhar (Mt 11.27). Rubem Alves errou duas vezes, mas seu maior erro não foi rejeitar a doutrina do inferno (pois essa é uma doutrina boa e necessária), e sim não enxergar a verdade sobre o céu. Pois no centro da fé cristã mora a beleza, que está guardada nos céus e nos espera de braços abertos.
Pensemos no ícone do grande Rublev, “a Hospitalidade de Abraão”. Ali estão as três figuras, duas olhando uma para a outra, uma na posição central, e uma terceira olha para a relação das outras duas. O ícone representa a trindade; mas o ícone é também um convite. A hospitalidade de Abraão é na verdade a recepção de Abraão na comunhão divina, como um amigo de Deus; muito mais do que isso, o Novo Testamento revelaria, como um Filho de Deus. Agora estamos dentro da pintura, sendo olhados pelo Pai em seu Filho, sob as asas do Espírito Santo; e a vinda do Amado em carne é a hospitalidade divina que iluminou para sempre o nosso destino.
Encerro com as palavras de Karl Barth:
“O que Deus é e faz em seu Filho, concerne diretamente a você, vale para você e lhe beneficia. O que é verdadeiro na eternidade, no próprio Deus, torna-se verdadeiro aqui e agora no tempo. De que se trata? Nem mais nem menos de que de uma repetição da vida divina, repetição que nós não podemos nem provocar, nem suprimir, que o próprio Deus suscita no mundo que ele criou, vale dizer, fora dele. Glória a Deus nos lugares altíssimos!”
“O que Deus é e faz em seu Filho, concerne diretamente a você, vale para você e lhe beneficia. O que é verdadeiro na eternidade, no próprio Deus, torna-se verdadeiro aqui e agora no tempo. De que se trata? Nem mais nem menos de que de uma repetição da vida divina, repetição que nós não podemos nem provocar, nem suprimir, que o próprio Deus suscita no mundo que ele criou, vale dizer, fora dele. Glória a Deus nos lugares altíssimos!”
T R I N D A D E
A TRINDADE
Infelizmente muitos questionam esta belíssima doutrina enraizada na Bíblia e explicada pela Igreja. Muito deste questionamento é fruto primeiro de uma desconfiança moderna à doutrina e depois por desconhecimento das confissões e formulações clássicas a respeito.
De fato alguém que nega a trindade, se coloca fora do cristianismo e daquele fundamento que agrega todos os cristãos pelo mundo. E como veremos, negar a trindade, é negar a forma como Deus se dirigiu aos homens para salvá-los. A trindade é uma doutrina pastoral, comunitária e prática, diferente do que se pode imaginar, não é uma formulação especulativa ou de pouca importância prática. Ela define, de fato, quem é e quem não é cristão, e como, Deus mesmo, em amor trinitário, criou, amou, redime e consumará todas as coisas para Sua Glória.
Um dos problemas que eu mesmo tive com a trindade, vinha do próprio termo "pessoa". Meu entendimento da doutrina trinitária fora profundamente iluminada quando entendi duas coisas: a teologia paulina da adoção (que será discutida abaixo) e por outro lado, o uso do termo persona pela tradição cristã.
Persona não tem nada que ver com o conceito moderno que temos de "pessoa", que está ligado a uma ideia de "indivíduo humano", "individualização" etc. A ideia de persona na tradição cristã tem a ver com "pessoalidade" ou "atributos relacionais". O termo é de origem teatral e tem a ideia de "personagem" ou "máscara". Em outras palavras, quando a doutrina da trindade afirma que Deus é único e subsiste em três pessoas, está dizendo com isso, que Ele é relacionalmente tri-pessoal. No século XVI, João Calvino, para sanar qualquer confusão, observa que a palavra "pessoa" deveria ser compreendida com o sentido de "subsistência", ou seja, que este único Deus subsiste relacionalmente em forma tríplice, em três pessoas com atributos (papéis/hipóstase) distintos, entretanto, paradoxalmente, unidas quanto a natureza (substância)
designo como pessoa uma subsistência na essência de Deus que, enquanto relacionada com as outras, se distingue por uma propriedade incomunicável. Pelo termo subsistência queremos que se entenda algo mais que essência. Pois se o Verbo fosse simplesmente Deus, contudo não tivesse algo próprio, João teria dito erroneamente que ele estivera sempre com Deus [Jo 1.1]. Quando acrescenta imediatamente em seguida que também o próprio Verbo era Deus, ele nos volve para a essência única. Mas, uma vez que não podia estar com Deus sem subsistir no Pai, daqui emerge essa subsistência que, embora fosse unida à essência por um vínculo indivisível, não se pode separar dela, possui, no entanto, característica especial em virtude da qual se distingue dela. (Institutas, Vol. I, Cap. XIII, parágrafo 6).
A palavra subsistência ou pessoa deve ser compreendida assim: quanto à natureza, unidade, quando aos diversos papéis-pessoais deste único Deus, diversidade (complexidade). Quando olhamos para o único Deus, em sua diversidade relacional, vemos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, distinguem-se completamente quanto a seus atributos. Um exemplo das características que distinguem as três pessoas de Deus são:
- O Pai que ama, envia o Filho;
- O Filho, o amado, e não o Pai, nasce de uma virgem e morre na cruz;
- O Espírito Santo, o amor, é quem consola e guia a Igreja a toda verdade.
Dessa forma, pode-se ver a clara distinção dos papéis. Seria totalmente errado à luz da doutrina trinitária, afirmar por exemplo, que Jesus é o Pai em carne. Pois isto não é bíblico, por isso a doutrina nunca afirma tal coisa. A explicação correta seria que Jesus representa o Pai, pois quem vê o filho vê o Pai, mas Ele (Jesus) não é o Pai em seus atributos pessoais. (Jo 1:18; 14:9) Jesus é Deus, pleno de divindade (Cl 2:9), gerado do Pai (Hb 1:5; 5:5).Quanto a natureza, pleno de divindade, entretanto quanto a seu papel, distinto.
Vejamos, por exemplo, como o Deus Único se mobiliza em toda sua pessoalidade para salvar os homens:
A questão é que se há alguma coisa neste movimento que não seja DIVINO, se o Pai, o Filho e o Espírito Santo não forem plenamente divinos e pessoas integrantes de um único Deus, não é Deus quem está salvando. Mas, aprouve a Deus, dirigir toda sua complexidade e pessoalidade, para eleger, redimir e selar aqueles que transformou em filhos.
Diferente do que muita gente pensa, a trindade não é uma formulação doutrinária especulativa, ou um jogo de palavras teológicas que só os "iluminados" podem entender. A doutrina trinitária é construída a partir das Escrituras e é uma doutrina com implicações práticas muito sérias. Esta foi a defesa de Agostinho de Hipona, ao postular que a trindade significa que Deus em sua totalidade relacional e em sua complexidade, se dirige aos homens, ou seja, que as distinções entre as subsistências divinas (Pai, Filho e Espírito Santo), são narrativas do amor divino em si dirigidos aos eleitos.
No batismo de Jesus, fica claro, que o Pai dirige seu amor ao Filho, por isso diz que ele é o Filho amado em que Ele tem prazer (Mt 3:17). Está claro que do Pai procede o amor ao Filho, e também está claro que o Filho é objeto de todo amor do Pai. Entretanto, nenhum homem pode ser objeto do amor do Pai, ou ser acolhido em sua família trinitária, sem se revestir de Cristo. Por isso, Paulo é categórico: "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes." (Gl 3:26-27).
O revestimento de Cristo que o eleito recebe, coloca-o em condição ressurreta e o mais importante, em condição de filho de Deus. Isto significa que o Pai quando olha para o eleito, o vê como seu Filho (Jesus), e por isso, derrama sobre Ele seu amor. O eleito integra-se à família trinitária. Entretanto, a concretização deste amor, dá-se no Espírito Santo, por onde o Pai comunica seu amor, por isso, o Espírito Santo aparece no batismo de Jesus em forma de pompa, como sinal, do amor do Pai pelo Filho. Igualmente, o sinal do amor do Pai por seus filhos (os eleitos) dá-se pelo Espírito Santo, que é o mesmo Espírito que estava em Jesus Cristo:
"Deus é comunidade" (Agostinho)
A trindade é uma doutrina cujo objetivo é afirmar a unidade de Deus, e que, é inerente a esta unidade certa complexidade relacional. Trindade é uma explicação ao fato de que este Único Deus, apesar de sua unidade, se relaciona de forma complexa, ou seja, apesar dele ser um único Deus, Ele se revelou como Pai, Filho e Espírito Santo. O cristianismo por ser uma religião monoteísta não está disposta discutir a unidade de Deus, pois é um fato, do contrário, o cristianismo seria mais uma religião politeísta ou idólatra. O Credo de Atanásio diz:
"Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. E contudo não são três deuses, mas um só Deus. "Observe o cuidado de Atanásio, que ao usar o termo "Deus" três vezes associado ao Pai, Filho e Espírito Santo, deixa claro que não está com isso afirmando que existem três deuses, como ele mesmo explicita logo após "contudo não são três deuses, mas um só Deus". Atanásio está defendendo a interpretação cristã de que este único Deus, que sempre percebemos na revelação das Escrituras como Pai, Filho e Espírito, é trino em pessoa, mas não são três divindades distintas e independentes, do contrário, novamente estaríamos comprometendo a fé monoteísta afirmada pelas Escrituras (Dt 6:4).
Infelizmente muitos questionam esta belíssima doutrina enraizada na Bíblia e explicada pela Igreja. Muito deste questionamento é fruto primeiro de uma desconfiança moderna à doutrina e depois por desconhecimento das confissões e formulações clássicas a respeito.
De fato alguém que nega a trindade, se coloca fora do cristianismo e daquele fundamento que agrega todos os cristãos pelo mundo. E como veremos, negar a trindade, é negar a forma como Deus se dirigiu aos homens para salvá-los. A trindade é uma doutrina pastoral, comunitária e prática, diferente do que se pode imaginar, não é uma formulação especulativa ou de pouca importância prática. Ela define, de fato, quem é e quem não é cristão, e como, Deus mesmo, em amor trinitário, criou, amou, redime e consumará todas as coisas para Sua Glória.
Um dos problemas que eu mesmo tive com a trindade, vinha do próprio termo "pessoa". Meu entendimento da doutrina trinitária fora profundamente iluminada quando entendi duas coisas: a teologia paulina da adoção (que será discutida abaixo) e por outro lado, o uso do termo persona pela tradição cristã.
Persona não tem nada que ver com o conceito moderno que temos de "pessoa", que está ligado a uma ideia de "indivíduo humano", "individualização" etc. A ideia de persona na tradição cristã tem a ver com "pessoalidade" ou "atributos relacionais". O termo é de origem teatral e tem a ideia de "personagem" ou "máscara". Em outras palavras, quando a doutrina da trindade afirma que Deus é único e subsiste em três pessoas, está dizendo com isso, que Ele é relacionalmente tri-pessoal. No século XVI, João Calvino, para sanar qualquer confusão, observa que a palavra "pessoa" deveria ser compreendida com o sentido de "subsistência", ou seja, que este único Deus subsiste relacionalmente em forma tríplice, em três pessoas com atributos (papéis/hipóstase) distintos, entretanto, paradoxalmente, unidas quanto a natureza (substância)
designo como pessoa uma subsistência na essência de Deus que, enquanto relacionada com as outras, se distingue por uma propriedade incomunicável. Pelo termo subsistência queremos que se entenda algo mais que essência. Pois se o Verbo fosse simplesmente Deus, contudo não tivesse algo próprio, João teria dito erroneamente que ele estivera sempre com Deus [Jo 1.1]. Quando acrescenta imediatamente em seguida que também o próprio Verbo era Deus, ele nos volve para a essência única. Mas, uma vez que não podia estar com Deus sem subsistir no Pai, daqui emerge essa subsistência que, embora fosse unida à essência por um vínculo indivisível, não se pode separar dela, possui, no entanto, característica especial em virtude da qual se distingue dela. (Institutas, Vol. I, Cap. XIII, parágrafo 6).
A palavra subsistência ou pessoa deve ser compreendida assim: quanto à natureza, unidade, quando aos diversos papéis-pessoais deste único Deus, diversidade (complexidade). Quando olhamos para o único Deus, em sua diversidade relacional, vemos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, distinguem-se completamente quanto a seus atributos. Um exemplo das características que distinguem as três pessoas de Deus são:
- O Pai que ama, envia o Filho;
- O Filho, o amado, e não o Pai, nasce de uma virgem e morre na cruz;
- O Espírito Santo, o amor, é quem consola e guia a Igreja a toda verdade.
Dessa forma, pode-se ver a clara distinção dos papéis. Seria totalmente errado à luz da doutrina trinitária, afirmar por exemplo, que Jesus é o Pai em carne. Pois isto não é bíblico, por isso a doutrina nunca afirma tal coisa. A explicação correta seria que Jesus representa o Pai, pois quem vê o filho vê o Pai, mas Ele (Jesus) não é o Pai em seus atributos pessoais. (Jo 1:18; 14:9) Jesus é Deus, pleno de divindade (Cl 2:9), gerado do Pai (Hb 1:5; 5:5).Quanto a natureza, pleno de divindade, entretanto quanto a seu papel, distinto.
Vejamos, por exemplo, como o Deus Único se mobiliza em toda sua pessoalidade para salvar os homens:
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória. (Ef 1:1-14).
O termo "glória"* funciona neste texto como um marcador de que como o único Deus em trindade se move para salvar os homens. No texto o PAI elege, o FILHO redime e o ESPÍRITO SANTO sela. Aí se vê claramente a atuação trinitária de Deus, para salvar os homens.
A questão é que se há alguma coisa neste movimento que não seja DIVINO, se o Pai, o Filho e o Espírito Santo não forem plenamente divinos e pessoas integrantes de um único Deus, não é Deus quem está salvando. Mas, aprouve a Deus, dirigir toda sua complexidade e pessoalidade, para eleger, redimir e selar aqueles que transformou em filhos.
Diferente do que muita gente pensa, a trindade não é uma formulação doutrinária especulativa, ou um jogo de palavras teológicas que só os "iluminados" podem entender. A doutrina trinitária é construída a partir das Escrituras e é uma doutrina com implicações práticas muito sérias. Esta foi a defesa de Agostinho de Hipona, ao postular que a trindade significa que Deus em sua totalidade relacional e em sua complexidade, se dirige aos homens, ou seja, que as distinções entre as subsistências divinas (Pai, Filho e Espírito Santo), são narrativas do amor divino em si dirigidos aos eleitos.
No batismo de Jesus, fica claro, que o Pai dirige seu amor ao Filho, por isso diz que ele é o Filho amado em que Ele tem prazer (Mt 3:17). Está claro que do Pai procede o amor ao Filho, e também está claro que o Filho é objeto de todo amor do Pai. Entretanto, nenhum homem pode ser objeto do amor do Pai, ou ser acolhido em sua família trinitária, sem se revestir de Cristo. Por isso, Paulo é categórico: "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes." (Gl 3:26-27).
O revestimento de Cristo que o eleito recebe, coloca-o em condição ressurreta e o mais importante, em condição de filho de Deus. Isto significa que o Pai quando olha para o eleito, o vê como seu Filho (Jesus), e por isso, derrama sobre Ele seu amor. O eleito integra-se à família trinitária. Entretanto, a concretização deste amor, dá-se no Espírito Santo, por onde o Pai comunica seu amor, por isso, o Espírito Santo aparece no batismo de Jesus em forma de pompa, como sinal, do amor do Pai pelo Filho. Igualmente, o sinal do amor do Pai por seus filhos (os eleitos) dá-se pelo Espírito Santo, que é o mesmo Espírito que estava em Jesus Cristo:
"E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, {Aba; no original, Pai} Pai! De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus." (Gl 4:6-7). "Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o Espírito de Adoção, baseados no qual clamamos: Aba, {Aba; no original, Pai} Pai." (Rm 8:15).Ninguém pode chamar Deus de Pai sem adoção. Ninguém, pode chamá-lo de Aba, sem que o movimento redentor de Pai, Filho e Espírito Santo, tenham-no envolvido, acolhendo-o na família divina. Por isso, negar a doutrina trinitária, negar a trindade, é ignorar a doutrina que afirma que Deus é amor. Este amor se esclarece, justamente porque em Deus há uma relação de amor entre O Pai (que ama), o Filho (o Amado - Ef 1) e o Espírito Santo (o meio do amor):
"...porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado." (Rm 5:5)
As implicações da trindade sobre a vida comunitária e o amor na Igreja são cruciais. A falta de clareza e da própria vivência de um Deus que age de forma completa para amar seu Filho e por isso estende este amor aos santos, atinge profundamente nossa forma de compreender e de se relacionar com os irmãos em nossa comunidade. O termo "irmão" começa a fazer muito sentido à luz da trindade.
"Deus é comunidade" (Agostinho)
sábado, 11 de março de 2017
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA ( Velho Testamento )
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA ( Velho Testamento )
- Introdução
- 2. O conceito de Teologia do Antigo Testamento está ligado ao conceito de “teologia”. Por definição, se entendermos “teologia” como sendo “o estudo de Deus e de sua revelação ao homem”, conseqüentemente a Teologia do Antigo Testamento será “o estudo de Deus e de sua revelação ao homem no Antigo Testamento”. Ao considerarmos que “do” refere-se à “pertencendo a”, o substantivo “teologia” estaria subordinado ao Antigo Testamento, levando-nos a considerar uma “teologia que pertence singularmente ao Antigo Testamento”. Entretanto, o título “Antigo Testamento”, possuiu uma identidade especial, pois se reconhece o “Antigo Testamento” como uma unidade na Escritura Sagrada na qual os cristãos combinam e contrastam com o Novo Testamento.
- 3. ENTENDER A FÉ – A necessidade de entender a fé pode ser exemplificada no texto de Lucas 24.13-21. Cristo nesse diálogo desvendou o sentido das palavras ditas anteriormente pelos profetas a seu respeito. Não há como entender a fé, ou interpretar o sentido das palavras do NT sem a análise ou o complemento do AT. Para fazermos esse estudo nós precisamos interpretar, mas como interpretamos a biblia sagrada
- 4. Hermenêutica - A palavra “Hermenêutica” vem do termo grego “hermeneúo” que significa “interpretar”. A Hermenêutica é a disciplina que ensina as regras para interpretar um livro, um texto, e, nesse caso especial, o texto bíblico. Chave Hermenêutica – Segundo alguns teólogos é a ferramenta facilitadora do entendimento da biblia sagrada, é aquele TEMA maior que controla todos os temas da biblia sagrada. Se a gente imaginar um guarda-chuva, a chave hermenêutica é aquela armação que sustenta todo o guarda-chuva, que sustenta todos os demais temas da biblia, ou então, a porta de entrada para a biblia. A medida que voce vai lendo cada parte da biblia sagrada, voce vai interpretando a luz dessa parte maior, a luz da chave hermenêutica.
- 5. Abordagem – O estudo das ramificações da teologia, principalmente a bíblica e exegética a o questionamento quanto a necessidade do estudo da teologia. Qual a razão de se estudar teologia ?
- 6. Gn Gn 50:26 Ml 4:6 Mc 1:1 Apocalipse 21 1 E vi um novo céu, e uma novaHomem em comunhão E morreu José da E ele converterá o coração PRINCÍPIO do terra. Porque já o primeiro céu ecom Deus a primeira terra passaram, e o idade de 110 anos, dos pais aos filhos, Evangelho mar já não existe. e o embalsamaram e o coração dos filhos de Jesus Cristo, 2 E eu, João, vi a santa cidade, a e o puseram num a seus pais; para que eu nova Jerusalém, que de Deus Filho de Deus; descia do céu, adereçada como caixão no Egito. não venha, e fira a terra uma esposa ataviada para o seu com maldição. marido. 3 E ouvi uma grande voz do céu, Pecado que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois • Tira o homem da presença de Deus com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará • Quebra a relação 9 E aconteceu naqueles dias que Jesus, com eles, e será o seu Deus. • Expulsa o homem do paraiso tendo ido de Nazaré da Galiléia, foi 4 E Deus limpará de seus olhos • O leva para o caixão batizado por João, no Jordão. toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, 16 E, andando junto do mar da Galiléia, viu nem dor; porque já as primeiras Simão, e André, seu irmão, que lançavam a • Voltamos a Deus coisas são passadas. Jesus • Relação Restabelecida rede ao mar, pois eram pescadores. • Retornamos ao paraiso 17 E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e • Somos retirados do caixão eu farei que sejais pescadores de homens. Veio Viu Chamou
- 7. O objetivo da revelação progressiva é apresentarDeus ao homem para que a obra expiatória deCristo possa ser realizada.ENTENDER A FÉ – A necessidade de entender a fé pode ser exemplificada notexto de Lucas 24.13-21. Cristo nesse diálogo desvendou o sentido daspalavras ditas anteriormente pelos profetas a seu respeito. "Intelligebas heri modicum, intelligis hodie amplius, intelligis cras multo amplius; lúmen ipsum Dei crescit in te". Ontem entendias um pouco, hoje entendes algo mais, amanhã entenderás muito mais. É a própria luz de Deus que cresce em ti.
- 8. 1 BEM-AVENTURADO (Asherey) aquele que teme ao SENHOR e anda nos seuscaminhos. 2 Pois comerás do trabalho das tuas mãos; (produtivo) feliz serás,e te irá bem. 3 A tua mulher será como a videira frutífera (fertilidade) aoslados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira (alegria) à roda datua mesa. 4 Eis que assim será abençoado o homem (individuo) que teme aoSENHOR. 5 O SENHOR te abençoará desde Sião (familia) , e tu verás o bem deJerusalém (cidade) em todos os dias da tua vida. 6 E verás os filhos de teusfilhos, e a paz sobre Israel (nação) . No conceito de Ashrey FELICIDADE – feliz serás, e te irá bem Ter•• PROSPERIDADE- e te irá bem• BENÇÃO - assim será abençoado• PAZ - verás os filhos de teus filhos, e a paz
- 9. 3Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; 4 Bem-aventurados os quechoram, porque eles serão consolados; 5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
- 7 Bem-aventurados osmisericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; 8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque elesverão a Deus; 9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; 10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; 11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vóspor minha causa. No conceito de Ashrey• POBRES• CHORAM Ser• MANSOS• FOME• MISERICORDIOSOS• LIMPOS• PACIFICADORES• SOFREM
- 10. No Caminho de Emaús - Lucas 24 –13:3013 Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para um povoado chamado Emaús, a onze quilômetrosb deJerusalém. 14 No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido. 15 Enquanto conversavam ediscutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles; 16 mas os olhos deles foramimpedidos de reconhecê-lo. 17 Ele lhes perguntou: “Sobre o que vocês estão discutindo enquantocaminham?” Eles pararam, com os rostos entristecidos. 18 Um deles, chamado Cleopas, perguntou-lhe: “Vocêé o único visitante em Jerusalém que não sabe das coisas que ali aconteceram nestes dias?” 19 “Que coisas?”,perguntou ele. “O que aconteceu com Jesus de Nazaré”, responderam eles. “Ele era um profeta, poderosoem palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo. 20 Os chefes dos sacerdotes e as nossasautoridades o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram; 21 e nós esperávamos que era eleque ia trazer a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu. 22 Algumas das mulheresentre nós nos deram um susto hoje. Foram de manhã bem cedo ao sepulcro 23 e não acharam o corpo dele. Voltaram e noscontaram ter tido uma visão de anjos, que disseram que ele está vivo. 24 Alguns dos nossos companheiros foram ao sepulcro eencontraram tudo exatamente como as mulheres tinham dito, mas não o viram.” 25 Ele lhes disse: “Como vocêscustam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram! 26 Não devia oCristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?” 27 E começando por Moisés e todos osprofetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras. 28 Ao seaproximarem do povoado para o qual estavam indo, Jesus fez como quem ia mais adiante. 29 Mas elesinsistiram muito com ele: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando”. Então, ele entroupara ficar com eles. 30 Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-oe o deu a eles. 31 Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e eledesapareceu da vista deles
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- 11. João 20 - Jesus Aparece aos Discípulos 19 Ao cair da tarde daquele primeiro diada semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dosjudeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!” 20Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-sequando viram o Senhor.21 Novamente Jesus disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, euos envio”. 22 E com isso, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo. 23Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem,não estarão perdoados”.Lucas 24- Jesus Aparece aos Discípulos36 Enquanto falavam sobre isso, o próprio Jesus apresentou-se entre elese lhes disse: “Paz seja com vocês!”37 Eles ficaram assustados e com medo, pensando que estavam vendo umespírito. 38 Ele lhes disse: “Por que vocês estão perturbados e por que se levantamdúvidas no coração de vocês? 39 Vejam as minhas mãos e os meus pés. Sou eumesmo! Toquem-me e vejam; um espírito não tem carne nem ossos, como vocêsestão vendo que eu tenho”
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- 12. João 20 - Jesus Aparece a Tomé24 Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quandoJesus apareceu. 25 Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!” Mas elelhes disse: “Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar omeu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, nãocrerei”.26 Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé comeles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meiodeles e disse: “Paz seja com vocês!” 27 E Jesus disse a Tomé: “Coloque o seudedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare deduvidar e creia”.28 Disse-lhe Tomé: “Senhor meu e Deus meu!”29 Então Jesus lhe disse: “Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram ecreram”.30 Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinaismiraculosos, que não estão registrados neste livro. 31 Mas estes foram escritospara que vocês creiama que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenhamvida em seu nome.
- 13. “O problema do Antigo Testamento...não é um entre muitos. É o principal problema da teologia” (Emil Kraeling). Por quê? Se alguem faz uma avaliação incorreta com relação ao Antigo Testamento, os resultados vão lentamente devastando todo o resto de sua teologia. Uma análise incorreta do Antigo Testamento acarreta uma série de distorções doutrinárias, comp. p. ex. Gn 15:6 E creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça com Atos 4:12 E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos e Tg 2:19; Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Um passo em falso nesse Testamento, muitas vezes, significa um passo em falso na teologia e na prática da fé.
- 14. Apesar da multiplicidade de autores e suas especificidades socioeconômicas, gêneros literários, contextos históricos variados o Antigo Testamento tem uma mensagem central.Pedro enxerga isso em I Pe 1:3-12 quando fala da “grande salvação”. Em meio a uma lista de temas centrais apresentada por alguns estudiosos sou da corrente que escolhe Gn 12:3: “o plano-promessa de Deus”; E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Gal 3-29 E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa. Gn 21-12 Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência. Essa era a leitura dos leitores do Novo Testamento e nossa também. Com exceção de seis livros (Mateus, Marcos, João, Tiago, Judas e Apocalipse) o substantivo promessa é usado 51 vezes, e o verbo prometer 11 no Novo Testamento. Paulo sumariza esse entendimento acerca da mensagem central no seu sermão em Antioquia da Pisídia: “E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando Jesus”, At 13:32,33. O mesmo discurso é feito diante do rei Agripa, At 26:6,7; Os quatro mais singulares momentos no plano-promessa de Deus que servem de referenciais são feitos: A Eva, Gn 3:15; a Abrão Gn 12:3,4; a Davi II Sm 7; e o novo concerto feito com Israel, Jr 31:31-34.
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA ( Novo Testamento )
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA ( Novo Testamento )
Introdução ao Estudo do NT
- 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO NOVO TESTAMENTO Panorama Geral Pr. Ricardo L. Gondim www.teologiafacil.com.br
- 2. Para se elaborar um estudo adequado para o Novo Testamento, faz- se necessário antes, apresentar um panorama do período final do Antigo Testamento e do período intertestamentário para que possamos entender com uma consciência aguda as diferenças nas atitudes e estruturas políticas, culturais e religiosas que existem entre o Velho e o Novo Testamentos. Supõe-se, logicamente, uma certa dedicação no estudo dos eventos que se desenvolveram durante os 400 anos que decorreram entre os dois livros, onde as muitas mudanças no cenário histórico devem ser explicadas. Assim é necessário, portanto, voltar-se, na história, até o tempo entre os dois Testamentos, a fim de se apreciar mais completamente a situação pressuposta no Novo Testamento. Pr. Ricardo L. Gondim Introdução
- 3. Historia Contexto histórico entre o AT e o NT Ambiente Social Contexto social e cultural Ambiente Religioso Contexto da religião judaica Canon A escritura e o texto do Novo Testamento Cenário do Novo Testamento
- 4. Algumas coisas que são aceitas como verdadeiras, no Novo Testamento, para as quais é necessária uma explicação, são as seguintes: 1.A situação política (domínio romano, as divisões da Palestina). 2.A dispersão judaica (judeus em cada cidade principal do Império Romano). 3.Uma sociedade urbana. 4.A língua (grego e aramaico; hebraico limitado aos eruditos). 5.Exclusivismo judaico. 6.Ênfase sobre a Tora.
- 5. as seguintes: 7.O sinédrio. 8.A sinagoga e a escola. 9.Seitas religioso-políticas (saduceus, fariseus, essênios, escribas, zelotes, herodianos, zadoqueus). 10.Literatura extra-canônica (apócrifos e pseudo-epígrafos). 11.Tradição oral. 12.Fim da idolatria.
- 6. as seguintes: 13.Doutrina explícita da ressurreição. 14.Doutrinas de anjos, demônios, etc. 15.Publicanos e pecadores (Ame-ha-Aretz). 16.Filosofia judaico-alexandrina. 17.Interesse no apocalíptico. 18.Samaritanos. 19.Monogamia estrita. 20.Sacerdócio corrupto. 21.Messianismo político.
- 7. O Antigo Testamento encerra-se com os filhos de Israel sob a dominação dos persas. No Novo Testamento, a Palestina é subserviente aos romanos. A história política que denota esta mudança incide em quatro partes: o período persa, o período grego, o período macabeu ou hasmoneu (o período da independência) e o período romano.
- 8. O PERÍODO PERSA (538-331 a.C.) Capital no tempo de Ester Capital no tempo Dario I Um pouco da história Ciro conquista a Babilônia e logo após a sua morte assume seu filho Cambisses que no livro de Esdras (4.6) é chamado de Assuero.
- 9. •O reino do norte de Israel havia sido conquistado pelos assírios em 722 a.C. sob a liderança de Sargão. •Seus habitantes foram então deportados para a Assíria (II Reis 17:6) e para outras terras conquistadas. •Por sua vez, os povos de outras nações conquistadas foram então importados, para povoarem a área conhecida como Samária. •A política dos assírios foi tentar destruir todo vestígio de linhagem nacional e, assim, unir todos os povos num só.
- 10. •Em 612 a.C., os babilônios, liderados por Nabopolassar, destruíram Nínive e conquistaram os assírios. •O reino do sul, Judá, caiu nas mãos dos babilônios, sob Nabucodonozor, em 605 a.C., e alguns da família real e líderes abastados foram levados cativos para a Babilônia. •Entre estes, estavam Daniel e os três jovens de Daniel 1( Hananias, Misael e Azarias ) •. Uma curta rebelião em 597 a.C. foi suprimida, servindo de pretexto para outra deportação (incluindo Ezequiel). •Uma revolta ainda posterior, conduzida por Zedequias, foi suprimida em 587 a.C., com a destruição completa do Templo e deportação de todos, exceto algumas poucas pessoas pobres, para evitar que o país se tornasse um deserto.
- 11. •O "cativeiro babilônico" não foi tanto um cativeiro como um exílio. •O propósito das deportações não foi tanto destruir as linhagens nacionais (como foi a política assíria), mas punir aqueles que se opunham ao governo. •Permitiu-se aos cativos uma parcela de liberdade, e eles podiam eleger seus próprios líderes em suas comunidades. •Muitos desses exilados se tornaram líderes no governo babilônico (Dan. 1:20; 2:48,49; 3:30; etc.), e bem poderosos. •Esses exilados estavam começando a encontrar seu ponto forte real nos campos da indústria e do comércio. •A tendência que se iniciou na Babilônia tornou-se mais desenvolvida nas gerações posteriores, até que, durante os tempos do Novo Testamento, as comunidades judaicas eram primariamente urbanas e comerciais, em vez do meio agrícola e pastoral do Velho Testamento.
- 12. •Durante esse período o nome judeus entrou em uso. •Ele denotava o povo da nação conquistada de Judá. •Os outros termos usados no Antigo Testamento para referência aos descendentes de Abraão e Isaque tornaram-se menos usados, e o termo judeus entrou em uso quase que exclusivamente. A palavra "judeu" originalmente era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó, posteriormente foi designado aos nascidos na Judeia.11 Depois da libertação do cativeiro da Babilônia, os hebreus começaram a ser chamados de judeus.
- 13. •Estando tão longe de Jerusalém, e sem ter o Templo de Salomão e o Tabernáculo para cultuar, o povo exigiu dos sacerdotes um modo temporário de retenção do conhecimento de Jeová. •Assim, surgiram os grupos de adoradores que se reuniam regularmente para ouvir a lei lida, uma palavra de exortação ou explicação, o cântico de salmos e a recitação das orações. •Esses grupos formaram os primórdios da instituição que deveria posteriormente ser conhecida com o nome grego de "sinagoga" ("reunidos juntos"). O termo "sinagoga" tem origem na palavra grega sýnago, composta de [sýn], ―com, junto‖, e ['ago], ―conduta, educação‖, cujo significado amplo seria "assembleia"
- 14. •A intenção, a princípio, era que a sinagoga fosse apenas uma coisa temporária, até que a volta a Jerusalém pudesse ser feita e o Templo, reconstruído. •Contudo, a importância da sinagoga como força coesiva na unificação dos judeus numa comunidade foi gradualmente reconhecida e aceita universalmente pelos líderes religiosos. •Ela não somente era o meio para ensino da lei e dos profetas, mas também um meio para ajudar os judeus a reterem sua identidade nacional. Quando traduzimos a palavra sinagoga para o Hebraico, a palavra utilizada para expressar a ideia é “Beit Knesset”, que significa literalmente, “casa de assembleia”. Se soa familiar, é provavelmente porque você reconhece a palavra “Knesset” que é o nome utilizado para o parlamento israelense.
- 15. Foi durante essa época e através desses grupos que Ezequiel realizou seu maravilhoso ministério. De seu trabalho e profecias, os cativos foram ensinados que a calamidade veio sobre eles por causa da idolatria. Nas sinagogas, isso foi ensinado à tamanha extensão que a idolatria foi abandonada e não mais era um grande problema para os judeus. •Na sinagoga surgiu a importante função de mestre. Homens com percepções excepcionais na lei foram recrutados para liderarem nessa importante posição. •O mestre podia, ou não, ter sido da linhagem sacerdotal. O ensino regular da Torah levou a uma ênfase renovada sobre o sábado, a circuncisão e o jejum. •Algumas influências sutis das religiões da Babilônia e da Pérsia foram introduzidas nas instruções religiosas dadas pela sinagoga. Estas podem ser vistas nas doutrinas em desenvolvimento acerca da vida depois da morte, angelologia e demonologia.
- 16. •Ciro, tendo unido as nações da Média, Lídia e Pérsia, capturou a Babilônia em 538 a.C. e confirmou muitos dos judeus em suas posições ,de autoridade governamental (Dan. 6:1) •A política oficial dos persas era permitir o povo deslocado voltar para as terras de seus pais. Por causa dessa política, a restauração de Judá foi possível. •Contudo, a maioria dos judeus estava feliz na Babilônia e não desejava voltar. Cerca de 50.000 retornaram, sob a liderança de três homens, em três épocas diferentes. Os que ficaram os apoiaram com doações.
- 17. •Zorobabel um príncipe da linhagem real de Davi, conduziu a primeira volta em 535 a.C. •Após alguma consolidação do poder, foi iniciada a reconstrução do Templo. Sob a pregação de Ageu e Zacarias, o Templo de Zorobabel foi terminado e dedicado em 516 a.C. •Inferior em esplendor ao de Salomão, esse Templo existiu até que Herodes, o Grande, iniciou a obra de um maior, em 19 a.C. 1º. Templo Salomão 2º. Templo Zorobabel 3º. Templo Herodes
- 18. •Os adversários da reconstrução do Templo eram uma combinação daqueles que foram deixados após as deportações sob os assírios e babilônios — os povos trazidos para povoar o país — e os inimigos anteriores dos dois reinos de Israel e Judá, que, em sua ausência, tiveram oportunidade de estender seus limites de influência. •Os descendentes do casamento misto desses grupos foram denominados "samaritanos". •Era lógico que esse povo ia opor-se à volta e restauração dos judeus (ver Esdas 4:1 e ss.).
- 19. •Uma segunda volta ocorreu sob Esdras, em 485 a.C. •Uma terceira foi liderada por Neemias, em 445 a.C. •Começando com Esdras e continuando através do trabalho de Neemias e Malaquias, foram iniciadas reformas, que deveriam ter resultados de longo alcance. •Uma vez que os persas não iriam tolerar a restauração da realeza davídica, o oficial mais alto, politicamente era o sumo sacerdote. Esse homem respondia, de uma maneira geral, ao governador persa. Esse ofício resultou eventualmente em "reis-sacerdotes". •Igualmente, era necessário obter a aprovação do governador persa para eleger-se o sumo sacerdote.
- 20. •Durante todo o período persa, os judeus foram excepcionais em sua lealdade ao rei persa. Isto pode ter ocorrido porque havia mais judeus na Babilônia do que na Palestina. •Somente cerca de 50.000 judeus haviam voltado à sua terra natal durante esses duzentos anos. Muitos dos judeus tinham altas posições de autoridade e alguns desfrutavam de grande riqueza. •Mesmo uma judia tornou-se a esposa do rei (Ester 2). Esses judeus que estavam na Babilônia exerceram uma influência muito grande sobre seus patrícios na Palestina, através de seus poderes políticos e suas contribuições financeiras.
- 21. O PERÍODO GREGO (331-167 a.C.)
- 22. •Filipe da Macedônia morreu em 334 a.C., antes de realizar seu sonho de unir os gregos e de espalhar a cultura grega pelo mundo. •Essa tarefa caiu sobre os ombros de seu filho e herdeiro, Alexandre, que tinha então vinte anos de idade. •O jovem príncipe, que fora pupilo de Aristóteles, partilhava do sonho e visão de seu pai. •Depois de derrotar e arrasar Tebas, que se revoltara contra a dominação macedônia, Alexandre motivou os gregos a se juntarem a ele na tarefa hercúlea de conquistar a Pérsia.
- 23. •Alexandre mobilizou um exército de dimensões modestas, quando comparado aos mastodônticos exércitos mercenários dos persas. •Suas forças tinham, porém, um treinamento superior e muito maior mobilidade. •A primeira batalha decisiva foi travada junto ao rio Granico, na Ásia Menor, em 334 a.C., e abriu as comportas da influência grega sobre o Oriente Médio. Dario III foi derrotado mais uma vez em Isso, na Cilícia (333 a.C.), e fugiu de volta para a Pérsia. •Alexandre desviou sua marcha para o sul, conquistando a Palestina e o Egito, tarefa facilitada pela boa vontade egípcia em escaparem à odiosa dominação persa e completada em 331 a.C
- 24. •No Egito, fundou Alexandria, uma cidade grega destinada a ser um centro irradiador da cultura helênica e fundamental mais tarde na moldagem tanto do judaísmo quanto do cristianismo. •Reza a tradição judaica que ao aproximar-se de Jerusalém, Alexandre se defrontou com uma embaixada judaica, encabeçada pelo sumo sacerdote Jadua, que lhe mostrou o livro de Daniel e as profecias de que fora objeto, e mudou sua disposição para com Jerusalém e os judeus, liberando-os do pagamento de tributos no ano sabático.
- 25. •A ascensão meteórica de Alexandre continuou quando ele marchou para o norte e derrotou Dario III na planície de Gaugamela, a noroeste da antiga Nínive (também conhecida como batalha de Arbela) em 1º de outubro de 331 a.C. •Apesar de lutar contra forças numericamente superiores, Alexandre empregou táticas brilhantes que garantiram sua vitória. •Pouco a pouco o jovem general foi ocupando as principais cidades do império — Babilônia, Susa e Persépolis. •Quando Dario III foi assassinado, Alexandre lhe concedeu pompas fúnebres dignas de um rei, e assumiu para si o título de Rei da Ásia. •Sua marcha para o leste continuou até chegar ao vale do rio Indo, em 325 a.C
- 26. •De lá, retornou para o ocidente, estabelecendo pelo caminho outras Alexandrias, como nas províncias de Bactria e Sogdiana. •Nem tudo foi tranqüilo nessa marcha de conquista, pois os generais de Alexandre lhe deram quase tanto trabalho quanto as províncias do império que ainda restavam para conquistar. •Ao voltar, ainda teve que corrigir distorções administrativas impostas por seus representantes durante sua ausência de cinco anos. •Quando de sua volta, aceitou a deificação, recebendo a proskunēsis dos persas, mas isentando os gregos de tal prática. Proskynesis (em grego: , pros, e, kuneo, lit. "beijar em direção [a]") refere- se ao tradicional ato dos antigos persas de prostrar-se diante de uma pessoa de status social mais elevado.
- 27. A morte de Alexandre foi tão súbita quanto sua carreira de líder mundial. •Em 13 de junho de 323 a.C., com a idade de 32 anos, Alexandre morreu, provavelmente de malária, sem deixar sucessor. •Sua esposa, a princesa sogdiana Roxane, com quem se casara como garantia da pacificação daquela província, estava grávida, mas seu filho jamais chegou a ser considerado herdeiro do trono. •O chifre notável da profecia de Daniel 8 fora quebrado, e outros quatro chifres emergiriam do seu gigantesco império.
- 28. A Divisão do Império Macedônio •Uma longa disputa sobre os direitos de governar os territórios de Alexandre foi finalmente resolvida em 301 a.C., quando Antígono, o general que tentara obter a exclusividade do poder, foi morto em batalha. •Quatro sátrapas, que haviam previamente (303 a.C.) concordado em dividir o império em quatro partes, assumiram seus governos como reis sobre territórios independentes. O gráfico a seguir indica como o império macedônio foi dividido: Governantes Territórios Ptolomeu Egito e Palestina Seleuco Frígia, Síria, Mesopotâmia e Pérsia Cassandro Macedônia e Grécia Lisímaco Trácia e Bitínia
- 29. •Este arranjo durou apenas vinte anos, depois dos quais os selêucidas estabeleceram controle sobre a Ásia Menor, e Antígono Gônatas, neto do general de Alexandre, assumiu o controle da Macedônia. •Esses três reinos (Egito, Síria e Macedônia) duraram até o advento de Roma como uma superpotência.
- 30. O Domínio Ptolemaico sobre a Palestina •Os primeiros herdeiros do império macedônio prestaram pouca atenção à Judéia, que continuou a ser controlada pelo sumo sacerdote, que era diretamente responsável por enviar a Alexandria o tributo anual. •A segunda geração de líderes, porém, Antíoco I e Ptolomeu II, começou a competir pelo controle da Palestina, e assim começaram as chamadas guerras sírias. •Na gangorra política e militar que se seguiu, a Síria e a Fenícia trocaram de mãos várias vezes, mas a Judéia permaneceu sob controle egípcio por quase um século.
- 31. O Domínio Selêucida sobre a Palestina •Quando o segundo século a.C. começou, Antíoco III (o Grande) tentou unificar (militarmente) os reinos rivais (Síria e Egito), mas fracassou em suas tentativas de invasão do Egito. •Depois de duas fragorosas batalhas nas mãos dos romanos (Termópilas [191 a.C.] e Magnésia [190 a.C.]), Antíoco recorreu a uma política de saques, que acabou por se transformar num esforço de helenização quando Antíoco IV (Epífanes) subiu ao trono em 175 a.C. •Seus esforços para helenizar os judeus foram canalizados primeiramente pela venalidade das lideranças judaicas. A corrupção era tal que Menelau, um judeu pró-helênico e não arônico, veio a ser sumo sacerdote!
- 32. O Domínio Selêucida sobre a Palestina •Em suas lutas contra o Egito, Antíoco Epífanes acabou por despertar a ira dos romanos, que dependiam da agricultura egípcia e não queriam perdê-la para quem já era seu inimigo na Ásia Menor. •Humilhado pelos romanos, que o forçaram a sair do Egito, Epífanes voltou à Síria firmemente decidido a helenizar totalmente os judeus, de modo a ter uma retaguarda confiável entre si e as legiões romanas do cônsul Popillius Laenas, estacionadas no Egito. •Antíoco entrou à força em Jerusalém e iniciou seu programa de helenização profanando o Templo. •Em 25 de quisleu de 167 a.C., um altar ao Zeus Olímpico foi erigido no lugar do altar do holocausto, e ali foi sacrificada uma porca.
- 33. O Domínio Selêucida sobre a Palestina •A circuncisão foi proibida por lei e a adoração compulsória de deuses gregos era exigida em bases mensais. •Isto levou à revolta dos macabeus, que começou com a reação de Matatias, um velho sacerdote que matou um judeu apóstata e um representante sírio em sua aldeia, Modina. •O terceiro filho de Matatias, Judas, liderou os judeus numa luta de guerrilhas que logo escalou para uma guerra convencional. •Depois de três anos Judas conseguiu derrotar os sírios em toda a Palestina, e obteve a libertação de Jerusalém, onde o Templo foi purificado e o culto normal restabelecido. •A data da purificação, 25 de quisleu de 164 a.C., marca o começo da celebração de Chanukkah, a festa da dedicação.
- 34. O Domínio Hasmoneano sobre a Palestina •A despeito das vitórias espetaculares de Judas e seus irmãos, e do fato de que a liberdade religiosa dos judeus foi assegurada a partir do reinado de Antíoco V, a verdadeira independência política ainda demoraria 22 anos para surgir. •A instabilidade política crescente na Síria permitiu ao irmão de Judas, Simão, obter concessões significativas de Demétrio, um dos rivais ao trono da Síria. •Simão estabeleceu a Judéia como uma nação independente, e sua própria família como príncipes- sacerdotes sobre Israel. Seu filho, João Hircano (135-104 a.C.), perdeu e reconquistou a independência da Judéia e, com o consentimento de Roma, estendeu as fronteiras judias de modo a incluir Edom, Samaria e Galiléia. •Foi durante seu reinado que se definiu a duradoura rixa entre os fariseus (descendentes religiosos dos hasidim da época dos macabeus) e os saduceus, a classe sacerdotal dominante, que apoiava os governantes hasmoneanos.
- 35. •Alexandre Janeu, um dos filhos de João Hircano, conquistou ainda mais território, tornando o reino hasmoneano quase tão extenso quanto o de Davi. •A conseqüência de seu reino de violência foram lutas internas que duraram quase quarenta anos, e que virtualmente extinguiram a linhagem hasmoneana. •Depois de quase um século de auto governo, os judeus voltaram a ser dominados por uma potência estrangeira quando Pompeu interveio na Judéia para pôr fim aos conflitos surgidos entre os filhos de Salomé Alexandra, viúva de Alexandre Janeu.
- 36. Governantes Hasmoneanos na Palestina Governantes Datas Eventos Principais Simão Macabeu 143-135 Independência da Síria João Hircano 135-104 Invasão síria. Aliança com Roma e reconquista da independência. Expansão territorial. Cunhagem de moedas. Aristóbulo I 104-103 Conquista da Galiléia Alexandre Janeu 103-76 Conquistas territoriais. Lutas internas. Perdas de território para os nabateus. Salomé Alexandra 76-67 Crescimento da influência dos fariseus. Aristóbulo II 67-63 Luta fratricida contra Hircano II. Roma intervém e termina a soberania da Judéia. Hircano II 63-40 Líderes perdem o título de rei, retendo apenas o sumo sacerdócio. Crescimento do controle idumeu sobre a política judaica. Antígono 40-37 Conflito contra Hircano II. Roma designa Herodes como rei. Antígono é decapitado. Fim da linhagem hasmoneana pura.
- 37. O Domínio Romano sobre a Palestina •Os romanos, que tinham o controle efetivo da Palestina desde a invasão de Pompeu em 63 a.C., finalmente desistiram de arbitrar as intermináveis lutas entre os hasmoneanos, e indicaram Herodes, filho de Antipatro, chefe de uma família iduméia que crescera em prestígio fazendo o jogo político e econômico dos romanos na Palestina, como o rei dos judeus. •Com ajuda romana, ele conquistou a Galiléia e depois Jerusalém. •Escolhendo cuidadosamente a quem apoiar nas lutas que se seguiram ao assassinato de Júlio César em 44 a.C., Herodes reconquistou muito território.
- 38. •Sistematicamente eliminou a competição no cenário doméstico, matando sem hesitar até esposas e filhos para assegurar sua posição. •Herodes foi um administrador e negociador capaz, conseguindo agradar tanto a romanos quanto a judeus, que sempre se ressentiram de sua ascendência iduméia e de como mandara matar os últimos governantes hasmoneanos. •Foi um ávido construtor de palácios, fortalezas, monumentos e templos, um dos quais dedicado a Otávio Augusto. •O Templo de Jerusalém, sua obra máxima, foi começado por ele, mas ainda estava em construção parcial ao tempo do ministério de Jesus, mais de trinta anos depois da sua morte . Caio Júlio César Octaviano Augusto foi o primeiro e um dos mais importantes imperadores romanos.
- 39. •Os muitos casamentos de Herodes fomentavam a intriga palaciana e as lutas domésticas. •Isso levou a seis testamentos diferentes e a uma série de execuções de suas próprias esposas e filhos, o que levou Otávio a dizer que preferiria ser o porco de Herodes a ser o filho de Herodes . •Herodes o Grande morreu por volta de 4 a.C. •Depois de sua morte, e com base em seu testamento, Otávio dividiu o território sobre o qual Herodes reinara entre seus três filhos, Arquelau, Filipe e Antipas. •Arquelau rapidamente conquistou a reputação de ser incapaz e cruel, o que fez a família de Jesus mudar-se para Nazaré (Mt 2:22).
- 40. •Devido às constantes reclamações do povo, Otávio o removeu e baniu, substituindo-o por procuradores romanos. •Filipe governou a parte mais setentrional da Palestina e não teve influência direta nos acontecimentos do Novo Testamento. •Antipas era ambicioso e satisfazia seus próprios desejos, e eventualmente perdeu o favor de Roma e foi banido. Seu território esteve brevemente sob o governo de procuradores até que Herodes Agripa I recebeu o reino em a.D. 41. •No Novo Testamento, todos esses são mencionados com seu nome familiar (Herodes), mas o que teve maior contato com Jesus foi Antipas. O quadro a seguir apresenta essas divisões.
- 41. Áreas Geográficas e Distritos Administrativos da Palestina Governados pelos Herodes3 Sul Samaria, Judéia, e Iduméia Norte – Leste Galiléia e Peréia Nordeste Ituréia, Traconite, Gaulanite, Auranite, Batanéia Herodes o Grande 37 – 4 a.C. Arquelau 4 a.C. - a.D. 6 Antipas 4 a.C. - a.D. 39 Filipe 4 a.C. - a.D. 34 Governadores romanos a.D. 6 - 41 Governadores romanos 34 - 37 Agripa I 39 – 44 Agripa I 37 - 44 Agripa I 41 – 44 Governadores romanos 44 - 66 Governadores romanos 44 – 53 Governadores romanos 44 - 56 Agripa II 53 – 66 Agripa II 53 - 66 Governadores romanos 56 - 66 Rebelião dos judeus contra Roma 66 – 70 Província da Palaestina 70 – 135 Colonia Aelia Capitolinia depois de 135
- 42. •Herodes Agripa I foi o neto de Herodes o Grande, que assumiu o controle do território de Filipe em 37. •Depois que Antipas foi banido, recebeu controle de seu território também e acabou por reinar sobre um território tão grande quanto o de seu avô. Agripa I foi responsável pela primeira perseguição ―governamental‖ enfrentada pelos cristãos (At 12.1-3). •Depois de sua morte, em 44, seu filho Agripa II (Marco), que estava em Roma, foi mantido lá por ser considerado ainda muito jovem para o trono. •Oito anos depois, todavia, foi-lhe concedido o território de seu tio, Herodes de Cálcis, e no ano seguinte as tetrarquias de Filipe (Batanéia, Traconite e Gaulanite) e de Lisânias (Abilene). •Quando Nero subiu ao trono, Agripa II recebeu ainda a Peréia e a Galiléia. Ele foi o ―Herodes‖ diante de quem Paulo compareceu e apresentou sua defesa (At 25:13-26:32).
- 43. •A região da Palestina esteve unificada durante o reinado de Herodes, o Grande (37-4 a.C.) e por três anos (41-44) durante o reinado de Agripa I. •O reino de Agripa II não incluía a Judéia e, embora tenha subsistido até à destruição de Jerusalém, nada mais era que uma fachada para o governo romano (de quem ele foi ferrenho aliado). •Depois da primeira revolta (66-70), a região foi organizada como uma província imperial - Palaestina – e governada por um legado imperial residente em Cesaréia. •A decisão de Adriano de converter o território de Israel numa colônia romana precipitou a segunda revolta (liderada por Bar Kochba, 132-135). •Depois dessa revolta ter sido sufocada, os judeus foram expulsos e a região se tornou uma colônia romana, como o nome de Colonia Aelia Capitolinia.
- 44. •Quando o Senhor Jesus Cristo iniciou seu ministério, a Judéia estava sob governo romano direto. Arquelau, o etnarca idumeu, havia sido deposto e banido, e o governo era exercido por procuradores romanos. •Os outros dois filhos de Herodes retiveram suas posições, mas viviam debaixo de supervisão romana. •Antes que o Novo Testamento fosse concluído, Israel desaparecera como nação instalada em sua própria terra. •O quadro a seguir alista imperadores romanos e governantes romanos na Palestina entre 27 a.C. e a.D. 96, bem como sua relação com eventos do Novo Testamento.
- 45. Governantes romanos e sua relação com o Novo Testamento Imperadores Datas Procuradores e datas Eventos bíblicos Otávio César 27 a.C.-a.D. 14 Copônio (a.D. 6-10) Nascimento e infância de Jesus Ambívio (10-13) Anio Rufo (13-15) Tibério 14-37 Valério Grato (15-26) Ministério público de Jesus. Pentecostes. Conversão de Paulo. Pôncio Pilatos (26-36) Marcelo (36-37) Caio Calígula 37-41 Marulo (38-41) Cláudio 41-54 ***4 Morte de Tiago. 1ª viagem de Paulo. Concílio de Jerusalém. 2ª viagem de Paulo Cuspio Fado (44-46) Tibério Júlio (46-48) Ventídio (49-52) Nero 54-68 Marco Félix (52-59) 3ª Viagem de Paulo. Prisão. Ministério pós-prisão. Martírio de Paulo. Perseguição aos cristãos. Pórcio Festo (60-62) Albino (62-64) Géssio Floro (65-70)5 Galba, Otão, Vitélio 68-69 Vespasiano 69-79 Vetuleno (70-72) (Destruição de Jerusalém) Tito 79-81 Lucílio Basso (72-75) Domiciano 81-96 Salvieno (75-86) Perseguição. Exílio de João.
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